Atualmente, há 5 gerações no mercado de trabalho – elas podem trabalhar juntas?

Walter Alves • 27 de outubro de 2022

A força de trabalho transgeracional requer da liderança exatamente o mesmo que esta liderança espera de seus funcionários: criatividade


Com as pessoas vivendo mais e se aposentando mais tarde e as gerações mais jovens assumindo seus primeiros empregos, pela primeira vez na história da humanidade, há cinco gerações coexistindo no local de trabalho.


Para as empresas, isto representa uma oportunidade sem precedentes para impulsionar a inovação, aproveitando a sabedoria de alguns, o conhecimento e novas perspectivas diferentes de todos. Mas também é um grande desafio: combinar pessoas e grupos diversos formando equipes coesas e produtivas.


E o amálgama para esta coesão é a criatividade. Os baby boomers e a “geração silenciosa” sentem que estão sendo eliminados pela tecnologia. Os millennials sentem que foram escolhidos para o que ninguém quis. Os da geração X se sentem como a geração sanduíche, muitas vezes esquecida ou ignorada.


Os da geração Z querem mudar o mundo, mas se sentem frustrados por só enxergarem práticas ultrapassadas. Além de tudo, cada geração tende a acreditar que a sua maneira de fazer as coisas é a melhor. Quando se juntam, confrontos culturais acontecem e, invariavelmente, prejudicam a eficiência operacional.

No entanto, todas têm algo em comum: quererem ser ouvidas.


E a tecnologia pode ajudar na construção de um futuro para o trabalho benéfico a todos. Pois, com inovação e uso da tecnologia, as organizações podem ouvir todos os funcionários e resolver muitos dos problemas que surgem num local onde a força de trabalho é transgeracional.


Colaboração e comunicação


Quando há várias gerações trabalhando juntas, pensando e falando de várias maneiras, é fundamental que tenham um espaço para se comunicar. Como os tradutores intergeracionais não existem (ainda), a melhor opção são plataformas de comunicação onde os membros das equipes trocam mensagens, compartilham documentos e colaboram em tempo real em vários projetos.


Quando os trabalhadores se sentem confiantes nos canais de comunicação da empresa, surgem possibilidades de construção de relacionamentos.


Um estudo da Watson Wyatt mostrou que as empresas com práticas de comunicação consolidadas têm pelo menos 50% mais probabilidade de ter taxas de rotatividade de funcionários abaixo da média.


E mais, a Clear Company descobriu que 86% dos funcionários citam a falta de comunicação e colaboração como as principais falhas no local de trabalho.


A comunicação mediada pela tecnologia permite mais conexões. E são esses relacionamentos individualizados que, em última análise, ajudam a derrubar as barreiras geracionais.


Quando todos se comprometem a usar a plataforma as falhas de comunicação se tornam uma ameaça menor à sinergia necessária nas equipes.


Espaços acolhedores e colaborativos


Ao considerar a dinâmica transgeracional dentro de qualquer empresa, a primeira pergunta a ser feita pelos líderes: “O que quero atingir?” Para muitos o objetivo é a produtividade. O que se quer é que os funcionários – não importando a geração – sejam eficazes, estando dentro ou fora do escritório.


Para que isto aconteça os ambientes físicos devem estar preparados e ativados pela tecnologia implementada.


Alguns defendem a utilização de postos de trabalhos em salas sem divisórias, ou com divisórias baixas, para que as pessoas possam ver e falar umas com as outras.


A Universidade do Arizona descobriu que os trabalhadores em ambientes abertos são menos estressados ​​e mais ativos fisicamente do que aqueles em baias.


Num ambiente acolhedor onde haja mais possibilidade de colaboração tenderão a ser mais eficazes, independentemente da geração.


Mas os líderes devem pesquisar que tipos de espaços funcionam para seus funcionários. De acordo com a Harvard Business Review e o Facebook, mesmo na era dos algoritmos, ouvir os funcionários ainda é uma forma eficaz de entender suas necessidades e prever comportamentos futuros.


Aprendizagem e desenvolvimento profissional


O compromisso com o desenvolvimento profissional deve servir para impulsionar a força de trabalho transgeracional. Funcionários de qualquer geração se perguntam o que o futuro lhes reserva, e sabem apreciar o que o aprendizado contínuo pode trazer para suas carreiras. Um estudo recente da D2L e da Wainhouse Research descobriu que os trabalhadores, independente da idade, têm preferências notavelmente semelhantes para a aprendizagem no local de trabalho.

Enquanto as gerações mais velhas se preocupam com a automação, as mais jovens preocupam-se com a falta de formação necessária para o sucesso numa era de trabalho em mutação.


Uma pesquisa da AARP descobriu que 33% dos trabalhadores com mais de 45 anos sentem-se vulneráveis ​​devido a idade. E de acordo com uma pesquisa da Deloitte, os millennials se preocupam em ter sucesso na Quarta Revolução Industrial, onde tecnologias físicas e digitais se fundem.


A lição para os empregadores? Não deixe os novos instrumentos nas mãos dos funcionários esperando eficácia de imediato.


Ajude-os a desenvolver as competências necessárias para que a colaboração transgeracional seja bem-sucedida. Desenvolva treinamentos adaptados às necessidades de sua empresa considerando as várias gerações.


Automação gerando colaboração


Pode parecer um paradoxo, mas a automação pode realmente ajudar a sermos mais humanos. Com os avanços no aprendizado automático ou aprendizagem de máquina (ML), tarefas manuais e repetitivas poderão ser transferidas para assistentes virtuais que possibilitarão que trabalhadores de quaisquer idades estejam mais disponíveis para o trabalho de nível superior.


Há o risco de, no início, estas tecnologias serem prejudiciais, mas quando integradas, permitirão que os funcionários se concentrem em atividades mais importantes, como por exemplo, trabalho em equipe. Em última análise, contribuem para que todas as gerações interajam e realizem plenamente suas contribuições mais valiosas para o produto final do trabalho.


Um estudo recente da EY mostra que apesar de o local de trabalho tornar-se cada vez mais digital, mais de 90% da Geração Z prefere colegas inovadores em suas equipes.


Desta forma, a automação prepara o caminho para que as competências pessoais possam florescer livremente para conversas individuais, para brainstormings e interações transgeracionais mais empáticas.

Organizações de sucesso veem sua força de trabalho transgeracional como um privilégio.


É imperativo abraçar os benefícios de uma força de trabalho diversificada pelas várias idades. O uso da tecnologia além de nos tornar mais humanos contribui para a melhor compreensão do Trabalho no Futuro.

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De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. 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Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers