Personal Branding

19 de junho de 2024


Sou do tempo em que os termos em inglês começaram a se tornar imprescindíveis na comunicação do mundo do trabalho, fato impulsionado pela internet. Ainda mais para mim, que lidava com marketing em empresa de TI.


Lembro de até tentar dar um nome brasileiro para a minha especialidade, mas como foram os norte-americanos que desenvolveram toda a disciplina, virei refém dos anglicismos.
É aí também que se encaixa o termo personal branding, que nem precisa mais ser grafado em itálico em nossos textos.

Recorrendo ao Google para definir com segurança o seu significado, satisfeita encontrei uma ótima versão
em português: gestão da marca pessoal. Claro que o “ing” faz um resumo sonoro da palavra “gestão”, mas é

por esse motivo mesmo que os termos em inglês costumam prevalecer.


Marcas diferenciam produtos, resumem conceitos, cortam tempo de apresentações, respondem perguntas comuns, criam confiança e dão segurança nas escolhas. Marcas fortes facilitam negócios porque, ao bater o olho num símbolo conhecido, dezenas de informações já são passadas e tempo é poupado no convencimento do cliente. Tempo esse que pode ser usado na gestão da marca, e isso dá um trabalho danado, pois notícias, eventos, opiniões ou desleixo podem derrubar toda a construção mental. Marca é como um sobrenome de família importante, que muitas vezes apresenta alguém antes mesmo da troca de duas palavras.


Pessoas como eu, que trabalharam quase toda vida profissional para uma empresa, se acostumaram com a divisão entre o trabalho e a casa. Faz parte do “vestir a camisa” e de “fazer parte do time” criar uma persona que assume as características da empresa, reforçadas em treinamentos, endomarketing (isso ainda existe?) e por chefes de equipes. Protegemos a nossa vida pessoal e características que nos definem em cada ambiente sofrem uma separação.



O que vou contar tem a ver com a minha experiência na necessidade de criar um eu profissional autônomo, o que significou tanto uma mudança de posicionamento em relação a trabalho quanto a criação de uma marca pessoal derrubando essas fronteiras.



Depois de muita terapia e estudo, e diante da realidade do preconceito etário, criei coragem de me apresentar ao mercado para oferecer o que faço de melhor por minha conta, sem procurar por emprego,
mas por trabalho. E cheguei até o ponto de saber bem o que queria entregar, mas não soube como embalar. Eu não tinha uma apresentação profissional, e falei disso em workshop promovido pela She’s the Boss, no Órbi Conecta.



Nessa oportunidade me apresentaram a mentoria de marca pessoal, um trabalho bacana de análise profissional de um ponto de vista bastante subjetivo. Resolvi contratar e comecei com tarefas que me levaram a questionar aquelas fronteiras entre o pessoal e o profissional. Um exemplo que posso citar foi a tarefa de listar características que me definem. Diante da comum dificuldade de falar de qualidades e defeitos, preferi contar histórias de como eu tinha feito coisas.



O trabalho da mentora foi uma espécie de tradução daquilo que eu relatava para termos de mercado, a maioria deles no inescapável inglês. “Eu revisei textos de uma amiga e ela me elogiou porque consegui reescrever mantendo o tom de voz dela” se traduziu em ghostwriting. E fui pesquisar o que era isso, para além do conceito que já tinha em mente, e encontrei um campo de atividade que tem tudo a ver com o que eu posso entregar. 


Em outro relato, que foi: “eu descrevi serviços para o cliente de forma que ele compreendesse como poderia tirar o melhor”, descobri o UX Writing e aprendi a sigla para User eXperience. Mais uma coisa que fiz por muitos anos da minha vida profissional foi escrever conteúdos que afirmavam a autoridade da empresa sobre os seus serviços, o que muitas pessoas precisam para ampliar a venda de seus cursos e e-books. E isso nada mais é que o Copywriting para Infoprodutos.

Assim, a lista dos meus serviços foi só aumentando, e a minha autoconfiança também.



Passei a ter mais facilidade para falar dos adjetivos que definem minha personalidade e que,fronteiras já apagadas, definem o meu trabalho. As qualidades e defeitos, misturadas com críticas pessoais e elogios profissionais recebidos por chefes e colegas, foram parar em uma tabela de Forças e Fraquezas ou SWOT. Tudo isso, analisado pela perspectiva profissional da mentora, se transformou em elementos para compor a minha marca pessoal, materializada em uma logo.



Nela, consigo facilmente identificar todas as características que me definem, em suas cores, na fonte e nos elementos que foram agregados. Ficou claro para mim a importância que o meu background familiar tem na construção da minha personalidade, e isso se traduziu em duas definições. Uma, de que a minha marca é o meu nome. E outra, o uso de estátuas gregas de deuses mitológicos em meu enxoval, nome dado para todos os materiais a serem usados em minhas comunicações.



A criatividade, o humor e a preferência pelo inusitado, características pessoais fortes, foram representadas na adição de óculos de sol, tatuagens e corações nas pupilas de Atena e Hermes. Eu simplesmente adorei. Na análise para definir o que é o meu negócio, percebi a importância da escuta atenta das histórias do meu cliente e da troca rica de dados com ele, pois a criação de conteúdo somente é eficaz diante de muita informação. E isso foi representado, na minha marca, com o acréscimo de reticências, pois simbolizam que há

algo ainda a ser dito, diferente de um ponto final.



Depois desse trabalho produtivo de autoconhecimento e criação do meu personal brand, a gestão, ou o “ing” que está faltando ao termo, é cuidar de tudo o que essa marca representa, cuidar dos atributos que me constituem e garantem que as minhas entregas profissionais serão únicas. Personal branding nada mais é que a tarefa de seguir nutrindo minhas qualidades, contornando os meus defeitos, aprimorando, aprendendo, crescendo e oferecendo ao mundo o melhor que eu posso entregar.




Mestre em Gestão da Informação, com tese em Barreiras da Comunicação em marketing, pós-graduada em Gestão Estratégica em Marketing e Responsabilidade Social Empresarial, sou amante das ideias. Tenho grande experiência em comunicação, planejamento estratégico, gerenciamento de produtos e serviços e alguma experiência em docência. Curadoria de informações, conexão entre ideias e conceitos, caráter analítico, curiosidade e criatividade marcam meu perfil profissional. Flexibilidade cognitiva, paixão pelo futuro e amor incondicional pelo aprendizado complementam meu perfil.

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Pne
Por Contato Maturi 18 de setembro de 2025
5 benefícios equipes com diversidade etária
23 de julho de 2025
O MaturiFest, maior festival de trabalho e empreendedorismo 50+ da América Latina, chega à sua 8ª edição de 21 a 23 de agosto de 2025, na UNIP Paraíso, em São Paulo. Promovido pela Maturi, empresa nacional especializada em empregabilidade, desenvolvimento e capacitação de profissionais com mais de 50 anos, o evento será realizado em formato híbrido e marca os 10 anos de atuação da empresa. Nesta edição comemorativa, nomes de destaque como Ana Paula Padrão, Carolina Ferraz e Caito Maia já estão confirmados na programação. Realizado em parceria com o Ministério da Cultura, o MaturiFest propõe uma experiência transformadora que combina aprendizado, prática e conexões com propósito. A programação do MaturiFest inclui painéis, palestras e oficinas práticas com temas essenciais para a reinvenção profissional. Entre os assuntos abordados estão: reinvenção de carreira, metodologias ágeis, inteligência artificial, entrevistas e currículos, marketing digital, finanças, storytelling, redes sociais, LinkedIn, Canva, WhatsApp Business, ESG, validação de ideias e muito mais. Segundo Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, o festival é um verdadeiro ponto de encontro para quem deseja seguir aprendendo, inovando e se conectando. “O MaturiFest 2025 celebra os 10 anos da Maturi com uma imersão em aprendizado, reinvenção e conexões. Especialistas de diversos setores compartilham tendências, ideias e práticas que inspiram novas possibilidades na vida profissional e pessoal, tudo pensado para quem quer continuar crescendo com propósito e atitude”, comenta o CEO. Um dos grandes destaques deste ano será a MaturiConecta, feira de conexão e empregabilidade 50+, para que profissionais de RH de empresas apresentem como é trabalhar em suas organizações e até mostrem oportunidades e, por outro lado, as pessoas 50+ se inscrevem e se aproximam de organizações que valorizam a Diversidade Etária. Além disso, serão apresentadas novas soluções da Maturi desenvolvidas especialmente para empresas que valorizam a longevidade no ambiente de trabalho. Para fomentar ainda mais o empreendedorismo maduro, o evento contará com o Acelera Maturi, concurso de startups 50+, que terá apresentações de pitches ao longo da programação e premiará o projeto vencedor com R$ 10 mil e 3 meses de mentorias com a Maturi. Também serão lançados dois estudos inéditos, um sobre educação financeira e outro sobre economia circular, ESG e sustentabilidade na maturidade. Outra novidade que será apresentada no festival, é o lançamento da MaturiNegócios, plataforma digital que facilita a troca de produtos e serviços entre empreendedores maduros. A proposta inclui o uso de uma moeda virtual interna, permitindo negociações sem a necessidade de dinheiro físico. Na edição anterior, em 2024, o MaturiFest reuniu mais de 4 mil participantes online e 1.500 presencialmente. Foram 36 oficinas práticas, 28 painéis, 60 horas de conteúdo e a participação de 82 especialistas. Para 2025, a expectativa é ampliar ainda mais o alcance e o debate sobre temas como novas formas de trabalho 50+, mercado prateado, upskilling e reskilling, equidade e inclusão, saúde física e mental, segurança digital e inovação. O festival oferece duas modalidades de ingresso, presencial e online, ambas com versões gratuitas e pagas. O ingresso presencial garante acesso completo a toda a programação, incluindo oficinas práticas, mentorias, palestras e painéis, além da transmissão online e acesso às gravações. Já a modalidade online é voltada a quem acompanha à distância, com acesso à transmissão ao vivo. Assinantes do MaturiClub têm ingresso gratuito, além de acesso às gravações. Mais informações e a programação completa estão disponíveis no site oficial do evento . Serviço: Data: 21 a 23 de agosto de 2025 Horário: das 09h às 19h Local presencial: UNIP Paraíso (Rua. Apeninos, 614, São Paulo – SP) Online: Transmissão online no Youtube da Maturi
11 de fevereiro de 2025
Há cinco anos, comecei a perceber um movimento crescente nas redes sociais: um número expressivo de influenciadores maduros estava se destacando, conquistando audiências engajadas e criando conteúdos autênticos. No entanto, o mercado publicitário ainda os ignorava, concentrando suas atenções quase exclusivamente nos perfis mais jovens. O reconhecimento desse potencial veio de forma natural, através de conversas com esses criadores. Muitos me procuravam dizendo: "Tenho um perfil no Facebook com 200.000 seguidores e quero me expandir nisso. O que devo fazer?" . Ficou evidente para mim que havia um enorme espaço para esses talentos, mas faltava suporte, visibilidade e oportunidades. Foi então que criei o Silver Makers , um hub de marketing de influência totalmente focado em perfis 50+. Nosso propósito sempre foi claro: dar protagonismo aos influenciadores maduros e mostrar ao mercado o imenso valor desse público. Nosso lema reflete essa missão: dar voz, vez e valor ao público sênior! De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok permitem que influenciadores maduros criem comunidades engajadas e colaborem com marcas que reconhecem o valor de suas trajetórias. O Que Faz um Influenciador Maduro se Destacar? Os influenciadores 50+ trazem consigo algo inestimável: experiência de vida. Eles passaram por desafios pessoais e profissionais, acompanharam diversas transformações sociais e culturais e, por isso, têm muito a compartilhar. Esse repertório torna seus conteúdos autênticos e valiosos para diversas audiências, desde outros maduros em busca de representatividade até jovens que enxergam neles mentores naturais. Tendências de Conteúdos que Performam Bem Os influenciadores maduros estão se destacando em diversos segmentos, trazendo autenticidade, representatividade e quebrando estereótipos. Alguns formatos de conteúdo que têm grande engajamento incluem: ● Bem-estar e saúde: Rotinas saudáveis, alimentação equilibrada, exercícios físicos adaptados e cuidados com a mente. ● Finanças na maturidade: Estratégias para administrar recursos, organizar a aposentadoria e buscar novas fontes de renda. ● Empreendedorismo e reinvenção profissional: Histórias inspiradoras de quem mudou de carreira ou começou um novo projeto depois dos 50. ● Entretenimento e estilo de vida: Viagens, moda, comportamento e cotidiano, mostrando que a maturidade é uma fase vibrante e cheia de possibilidades. ● Tecnologia e inclusão digital: Criadores que desmistificam a tecnologia, ajudando a reduzir a exclusão digital e incentivando o aprendizado contínuo. ● Celebridades 50+ e o combate ao etarismo: Figuras públicas que usam suas redes sociais para desafiar estereótipos e mostrar uma longevidade ativa e atuante. ● Mulheres e os desafios da maturidade: Cada vez mais influenciadoras falam abertamente sobre temas como menopausa, ajudando sua audiência a lidar melhor com questões antes consideradas tabu. ● Gastronomia afetiva: Perfis de talentos culinários que ensinam receitas deliciosas e resgatam a memória afetiva por meio da comida. ● Conexão intergeracional: Netos que compartilham momentos divertidos com seus avós, valorizando a experiência e a sabedoria da longevidade. Independentemente do nicho, todos esses criadores têm algo em comum: valorizam a maturidade e combatem a visão ultrapassada de uma longevidade frágil e limitada. Eles mostram, na prática, que viver mais também significa viver melhor, com propósito e protagonismo. O Papel das Marcas na Valorização da Experiência As marcas que reconhecem o valor da experiência colhem os frutos de uma comunicação mais autêntica e conectada com um público que tem muito a dizer. O Banco Mercantil tem sido um dos protagonistas desse movimento, investindo no potencial dos influenciadores digitais 50+, apoiando criadores e descobrindo novos talentos. A presença do Banco nesse cenário reforça a relevância desse público e valoriza o protagonismo dos maduros no digital. Porque, assim como eles, o Banco acredita que a experiência inspira, transforma e gera impacto real. Gostou? Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers