As grandes viradas na nossa carreira podem acontecer a qualquer momento.

Cristiane Barata • 6 de abril de 2017

Eu acredito que as mudanças são necessárias para nos levar a outros patamares. O escritor Érico Veríssimo diz que “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”.


Quer seja na vida pessoal quanto na profissional, mudar totalmente ou alterar os caminhos que estamos seguindo pode acontecer a qualquer instante, no início da carreira, aos 30, 40, 50, 60 anos ou ainda mais tarde.


Qualquer profissional está sujeito à alteração de rota se estiver monitorando os rumos da sua carreira e checando se estão de acordo com seus objetivos, ou seja, se estão afinados com os seus propósitos de vida.

Algumas vezes a alteração de rota ocorre sem que esperemos. Assim mesmo. Basta acontecer uma demissão, uma doença, uma mudança de cidade ou empresa, um relacionamento e, de repente, elas acontecem.


Nestes momentos, muito mais do que a mudança em si, nossa atitude é que fará a grande diferença no modo como vamos lidar com a situação e, principalmente, como iremos alterar os sentimentos que chegarem como medos, apreensões, dúvidas das mais variadas e até um certo descrédito em nossas crenças, valores, habilidades, competências e conhecimentos. Tudo isso é perfeitamente normal!!!


Uma das minhas grandes viradas veio na maturidade


Tive momentos bem marcantes e decisivos na minha carreira. Fui responsável pela criação do primeiro provedor de acesso e de outras quatro empresas que, ao longo de 17 anos, contribuíram para o desenvolvimento da área de Tecnologia da Informação, na região sul do Brasil, em Santa Catarina.

Numa primeira transformação profissional, mudei de estado.


Deixei família no Sul e de empresária passei atuar como executiva em São Paulo. De um projeto de 02 anos, já se foram 12 anos e uma vida reestruturada. Como CEO e executiva interina, participei de direcionamento estratégico de diversas empresas para posicionamento no mercado, criação de novos produtos e serviços, redefinição de processos e inúmeras ações de gestão.


Sempre fui atenta à minha evolução pessoal e profissional. Em certo momento da minha carreira, quando eu estava superaquecida, parei para pensar em tudo o que já havia alcançado e qual o valor que havia agregado ao mercado, na minha evolução pessoal e profissional.


Então, percebi que queria mais. Queria algo diferente…. Sentia que poderia aplicar tudo o que eu aprendi para beneficiar outros profissionais a alavancarem suas carreiras e decolarem também. Foi mais um momento decisivo. Um momento de guinada profissional e de vida!


Antes dos meus 30 anos, ainda na primeira empresa que tive, sonhei que ao chegar aos 60 gostaria de atuar como “psicóloga corporativa”.


Na época, não havia o profissional de coach como atualmente. Planejei que faria uma formação em psicologia e atenderia profissionais interessados em liderança e carreira. Queria me preparar para orientar gestores a se adaptarem às mudanças e gerarem resultados sustentáveis para a empresa e para si próprio. Já defendia que um executivo de alta performance é antes de tudo uma pessoa que deve ter seus sonhos conectados, com seu propósito de vida, com sua família, com sua carreira, enfim, com algo maior.


Aos 47 anos, encarei mais um divisor de águas na minha carreira. O modelo que eu estava atuando não cabia mais na minha vida e nem a minha vida cabia mais naquele modelo.


Tudo parecia “apertado e sufocante” para mim. Não queria mais atuar engessada dentro de uma empresa focada em um único cliente. Eu sentia a necessidade de multiplicar meus conhecimentos para que eles atingissem mais pessoas e empresas.


Em um curto período de três meses, pedi demissão de uma posição executiva e fui, pela primeira e única vez, demitida!


Chorei sim, mas também encarei os meus medos! E deliberadamente, assumi que teria trinta dias de férias, com direito a ficar no sofá pensando em minha caminhada enquanto assistia Sessão da Tarde.


Esse período funcionou como um momento de empoderamento que me ajudou a ficar pronta para ver e criar as novas possibilidades. E não demorou muito para surgir a possibilidade de uma formação em coaching. Eu agarrei!


No mesmo ano das demissões, em 2012, reunindo toda minha experiência como empreendedora, empresária, executiva e counseling profissional criei a Papilio Empresarial, onde passei a atuar como Orientadora de Negócios com o objetivo de assessorar executivos em análise de contexto estratégico, identificação de oportunidades de negócios, prevenção e administração de crises.


Hoje, depois de tantos anos cuidando dos meus negócios e dos meus clientes compreendi que a maturidade me permite arriscar um pouco mais.


Aos 50 anos, eu fiz um intercâmbio para fora do país, fui aprender uma nova língua e fazer curso de culinária. Foi uma experiência incrível!! E talvez possa, inclusive, pensar em possibilidades como saltar de paraquedas, fazer uma tatuagem ou começar mais um novo negócio porque sempre é tempo de transformar, alterar a rota, crescer e viver nossa plenitude!


Durante minha jornada, já renasci das cinzas algumas vezes e renascerei sempre que for necessário, sem dúvidas ou medos, porque a vida, os cursos e principalmente todas as vivências e experiências me deram a bagagem que hoje uso para atender os meus clientes.


Quem está de ponta cabeça? Depende do olhar do observador. A bailarina moleca da foto (coach) não sou eu, mas costumo ficar de cabeça para baixo sempre que necessário. Não sou e nunca fui a menina bagunceira, mas me permito ser irreverente na vida sempre que é preciso. Nunca me senti derrotada, nem tive olhar de fracasso ou derrota.



As palavras inspirar, orientar e conectar

sempre fizeram parte de mim e da minha missão de vida!



Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

11 de novembro de 2025
O etarismo no ambiente de trabalho pode ser sutil — e, justamente por isso, perigoso. Muitas vezes, ele está embutido em processos, linguagens e práticas que parecem neutras, mas que na prática excluem profissionais mais velhos. O prejuízo não se limita a quem é deixado de fora, mas às empresas, que perdem talento, diversidade e performance. Segundo o relatório Future of Work 2023 , da AARP (American Association of Retired Persons), 2 a cada 3 profissionais 50+ já sentiram discriminação por idade no trabalho. No Brasil, a Pesquisa Maturi (2023 - acesse aqui ) mostra que 9 em cada 10 profissionais maduros estão em busca de recolocação. “Enquanto o tema for abordado como um posicionamento de marca, dificilmente haverá uma transformação genuína na sociedade. Porém, nós entendemos que esse esforço não pode caminhar sozinho pelo setor privado, é necessário que o governo e a sociedade estejam na mesma direção”, comenta Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi. Está na hora de rever práticas e criar ambientes mais inclusivos para todas as idades. A seguir, um checklist para você identificar se o etarismo ainda está presente na sua organização: Checklist: sua empresa está pronta para incluir talentos 50+? 1. Recrutamento e seleção: - Você analisa se profissionais 50+ estão chegando às suas shortlists? - As descrições de vaga evitam termos como “jovem talento”, “recém-formado” ou “perfil júnior”? - O RH considera profissionais maduros para cargos operacionais e estratégicos? 2. Cultura organizacional: - O tema da diversidade etária está incluído nas ações de DEI? - A comunicação interna retrata pessoas de diferentes idades em cargos de liderança? - Existem canais para denunciar qualquer tipo de discriminação? 3. Desenvolvimento e carreira: - Pessoas 50+ têm acesso a programas de formação, capacitação e mentoring? - A empresa promove ações para combater estereótipos sobre envelhecimento? - Há incentivo à troca intergeracional e à valorização da experiência? 4. Gestão de talentos e sucessão: - Profissionais maduros são considerados em planos de sucessão? - Existe um olhar estratégico para manter 50+ na ativa, inclusive com formatos híbridos ou carga horária flexível? 5. Preparação para aposentadoria: - Sua empresa tem programas voltados à transição e à preparação para aposentadoria? - Há políticas para que esse momento não represente exclusão, mas sim reorientação? Passando a limpo Se sua empresa respondeu “não” ou “não sei” para um ou mais itens, já é sinal de alerta. O etarismo estrutural pode estar presente e impactando diretamente a diversidade, a inovação e os resultados da sua equipe. O combate ao etarismo não começa só com treinamentos, mas com uma mudança de mentalidade nos processos mais básicos do RH. Trata-se de enxergar a idade como um ativo estratégico e não como um impeditivo. Já conhece a certificação Age Friendly? O selo Age Friendly Employer reconhece as empresas promotoras da diversidade etária. Atualmente são 19 empresas certificadas no Brasil, organizações que estão na vanguarda das melhores práticas para um ambiente inclusivo para pessoas 50+. Se a sua empresa quer entender como iniciar essa jornada e obter a Certificação Age-Friendly, preencha o formulário para agendar uma reunião com a nossa equipe.
4 de novembro de 2025
O último MeetupMaturi de 2025 reuniu duas empresas que vêm se destacando na pauta da diversidade etária: Sanofi e Volkswagen . Representadas por Alexandre Porto, Co-líder do grupo Gerações Conectadas da Volkswagen, e Elcio Monteiro, do Pilar de Gerações+ da Sanofi, as organizações compartilharam suas jornadas no processo de Certificação Age-Friendly Employer, mostrando, na prática, o que significa transformar a cultura organizacional em direção a um ambiente realmente multigeracional. O encontro revelou aprendizados valiosos sobre como as empresas podem evoluir em seus roadmaps age-friendly — da conscientização à implementação de ações concretas. A seguir, reunimos cinco grandes insights dessa conversa inspiradora. 1. A jornada começa conhecendo a realidade geracional da organização Antes de qualquer estratégia, é essencial conhecer a própria realidade geracional. A Volkswagen percebeu que o primeiro passo para se certificar era entender quem são seus colaboradores 50+, onde estão as oportunidades e quais áreas precisavam se envolver mais com o tema. "O primeiro passo é saber onde estamos e com quem estamos. A diversidade etária começa olhando para dentro" 2. Ser uma empresa age-friendly é assumir um compromisso público A Certificação Age-Friendly Employer não é apenas um selo — é um compromisso público de avanço contínuo. Como destacou a Volkswagen, o mais importante é demonstrar, de forma transparente, como a empresa reconhece e valoriza o protagonismo das diferentes gerações. "Mais do que conquistar a certificação, é mantê-la viva no cotidiano da empresa” 3. O que importa é evoluir: a recertificação mede progresso, não perfeição A Sanofi, primeira empresa certificada e recertificada no Brasil, destacou que o processo é uma oportunidade para comparar a empresa com ela mesma. A cada recertificação, é possível medir avanços, consolidar práticas e aprimorar o que ainda precisa evoluir. “A recertificação é sobre amadurecimento — ela reconhece quem continua aprendendo.”, Elcio Monteiro 4. Trocas entre empresas aceleram aprendizados Um dos diferenciais do ecossistema Age-Friendly é o espaço de trocas entre empresas certificadas. Durante os fóruns e encontros promovidos pela Maturi, companhias como Sanofi e Volkswagen compartilham experiências, desafios e soluções. Essa colaboração tem gerado novos programas, ideias e conexões que fortalecem toda a rede. “Quando as empresas trocam, todo o ecossistema evolui” 5. Diversidade etária é parte da estratégia, não um projeto paralelo Tornar-se uma empresa Age-Friendly não é sobre um programa pontual, mas sobre incorporar a longevidade como valor estratégico. Como reforçou a Sanofi, uma empresa verdadeiramente diversa é aquela que reflete a sociedade onde está inserida — em idade, gênero, raça e experiências. “A diversidade precisa estar integrada à estratégia, não isolada em um pilar” O encontro com Sanofi e Volkswagen mostrou que o caminho para a maturidade corporativa é feito de aprendizado, comprometimento e cooperação. Cada empresa está em uma etapa diferente do seu roadmap Age-Friendly, mas todas compartilham o mesmo propósito: criar organizações mais humanas, inclusivas e preparadas para o futuro do trabalho. 💡 Quer saber mais sobre a Certificação Age-Friendly e como aplicar esse roadmap na sua empresa? 👉 Acesse agefriendly.com.br
31 de outubro de 2025
Sintomas da menopausa interferem no desempenho de 47% das mulheres