Vida além do crachá!

Silvana Braggio • 7 de maio de 2017

Você não é o único, não foi o primeiro e muito menos será o último. Um dia é o último dia na empresa. O chão vira teto e pela sua cabeça passa uma retrospectiva em fast frame. Um letreiro de neon paira incandescente sobre sua cabeça: “e agora?”. Principalmente se sua trajetória na empresa era daquelas blue label, ou seja, de mais de uma década…


Depois de cuidar da lista de tarefas pós-demissão vem um vazio. E isso não é necessariamente ruim. Para muita gente, ter a cabeça ocupada o tempo todo é sinal de status mas nem sempre é proveitoso.


Ter tempo para organizar os pensamentos e deixar vir à tona vontades e projetos – pessoais ou profissionais, é um luxo. Pense: há quanto tempo você não fazia uma pausa na correria do dia a dia para se observar e analisar calmamente sua vida? Ou dar mais atenção ao que a vida lhe oferece mesmo que pareça descabido naquele momento? Com exceções, não somos acostumados a dar ouvidos à intuição. E às vezes ela é uma ótima conselheira.


Respire.


Ao me desligar do mercado editorial, onde atuei por 18 anos, tinha absoluta convicção que era nesse segmento que deveria me recolocar.


Achava que minha expertise não se encaixaria em outro lugar. Confesso que era um tanto esquisito ouvir colegas contarem suas novas empreitadas em áreas completamente distintas daquelas do crachá. O tempo (e os sucessivos “nãos”) foram me mostrando que era possível olhar para outros horizontes. Mais do que possível: era muito saudável.


Por mais difícil que o momento seja – um início de tempestade – também pode ser a oportunidade de estancar o movimento automático, olhar para si e descobrir como se reinventar. Os (re)começos assustam mas não existe outra maneira de iniciar algo novo.


Aos poucos comecei a elaborar alguns projetos de comunicação e branding para amigos empresários, que começaram a empreender justamente por estarem na mesma situação que eu.


Profissionais superqualificados e competentíssimos que também perderam seus crachás e resolveram botar a cara na janela do empreendedorismo. Novos projetos foram aparecendo e eu fui tomando gosto por empreender. Não foi e não é fácil.


Mas tive a chance de mostrar a mim mesma que eu era capaz de olhar por cima do muro, de descobrir outros mercados, de voltar a estudar e aprender todo dia e, afinal, utilizar minha experiência para ajudar a impulsionar empresas dos mais variados segmentos.


Tempos difíceis são reveladores mas altamente gratificantes. O importante é ter em mente que nada é para sempre e tudo tem um jeito se olhamos para dentro e escutamos o coração.


A luz do outro lado do túnel pode enfraquecer mas nunca vai se apagar. Confie no seu potencial e siga em frente.

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