LONGEVIVER – O tempo não nos separa de quem somos

Vera Lúcia Perez • 5 de dezembro de 2016

Ao atirar-me num mergulho no tempo e olhar para trás, vejo surgir indícios de que a velhice não é diferente dos outros estágios da vida; realmente são muitas as mudanças, mas um dos grandes desafios do envelhecimento talvez seja empenhar-se em reconhecer o que permanece e o que muda.


Esse experimento evidencia que o tempo não rouba a essência da pessoa: permanecemos nós mesmos por toda a vida, só que mais velhos. Só essa primeira descoberta já prova a beleza desse processo que muitos de nós estamos vivendo e que é menos sobre velho e muito mais sobre o novo, estimulado por qualidades que se tornaram mais profundas e ricas dentro de nós com o passar dos anos.


Na minha experiência, o importante é que simplesmente me sinto eu: ainda eu, após todos esses anos! Fico mais intensa conforme envelheço. O que mudaram foram as esperanças, preocupações e os medos.


Até me surpreendo de não sentir a indiferença que acreditava que viria com a idade, já que aconteceu o contrário, tenho hoje muito mais capacidade de viver o momento, encantar-me com pessoas, flores, a luz matinal e a noturna e, principalmente, desenvolver o exercício de ouvir o silêncio: enriquecedor desapego do que não é essencial.


A reflexão sobre envelhecimento que o livro “Longevidade: Os desafios e as oportunidades de se reinventar”, escrito pela Denise Mazzaferro e o Renato Bernhoef nos encoraja, sem esconder os desafios de nos depararmos com nosso eu mais jovem e mais velho, livres do preconceito contra o futuro e o presente.


É um trabalho que permite pensar com clareza que a velhice não é um ponto fixo, “assim como não é a alvorada, nem o poente, nem as marés. A todo instante a psique está fluindo” (1), e como mostram os depoimentos no livro, entre os quais tive a honra de escrever o meu, há perto de nós grande número de histórias de vida de pessoas, não necessariamente indivíduos excepcionais em busca de grandes feitos, mas pessoas normais, que encontraram formas simples de experimentar novas capacidades e relacionamentos.


A criatividade como a vitalidade está desvinculada da idade. “Viver criativamente envolve reter algo pessoal que seja inequivocamente você.” (2) Vai aqui uma provocação para aqueles que estão no mundo corporativo, quanto a necessidade de constante reflexão sobre identidade corporativa, pertencimento e um sinal de alerta sobre os riscos inerentes à perda da identidade profissional particularmente traumáticas que em um determinado momento a muitos atinge.


Isso quer dizer: é preciso focar e não perder de vista o sentido de pertencimento e perguntar-se, com prioridade, em que mundo você está e para que mundo você quer ir e qual a identidade que você quer escolher daqui para frente. Esse é um direito seu a ser defendido com firmeza e é indelegável.


E talvez a sua melhor forma seja defender a sua capacidade de amar e desejar e de alimentar suas predileções, paixões, interesses e sensações e resgatar com urgência o seu desejo repensado em cada idade, explorando o poder cultural que o tempo construiu para você.


Eu não estou falando em elixires anti-idade. O que proponho para mim e que talvez possa ser bom para você também é começar a pensar-se como um grande conhecedor de vinho, deitando garrafas que melhoram com a idade. Isso não é uma delícia? E se você chegar aos noventa anos e alguém lhe perguntar porque continua praticando a atividade que mais ama responda: “Porque estou progredindo”.


E tudo isso terá que ser feito com muita pressa porque, como diz Lewis Carroll: “Agora, aqui, é preciso correr o máximo que puder para permanecer no mesmo lugar. Se quiser ir a algum outro lugar, deve correr pelo menos duas vezes mais depressa do que isso!”


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