Unindo forças para incentivar o voluntariado

Regiane Bochichi • 27 de abril de 2021

Parceria entre Atados e Maturi visa incentivar a participação dos 50 mais em ações de voluntariado em todo o Brasil.


Todas as segundas-feiras, Sueli Caniato Silva, saia de sua casa do bairro do Butantã, na zona oeste de São Paulo e se dirigia a sede central da APAE – Associação de Pais Amigos dos Excepcionais, na Vila Mariana, percorrendo cerca de 30 quilômetros.


Lá, ajudava na triagem dos pacientes e visitantes, além de outras atividades burocráticas. O trabalho voluntário que exerceu até o início da pandemia, presencialmente, foi encontrado por meio do site Atados.


A organização atua conectando pessoas a causas sociais e acaba de firmar uma parceria com a Maturi para incentivar a participação dos 50 mais em suas ações.


“Eu sinto muita falta do contato físico, mas continuo ajudando remotamente e acho muito importante para ocupar meu tempo ocioso e ampliar meus horizontes”, comenta Sueli, de 75 anos, que se aposentou depois de mais de 30 anos à frente de sua própria loja de roupas femininas.


“Conheci a Apae, fiz o curso e depois segui meu caminho de forma autônoma”. Ela era, ainda, voluntária na Sala São Paulo quando havia concertos da Orquestra Sinfônica. Distribuia os programas e depois, curtia a boa música clássica.


“Acreditamos no voluntariado como uma ferramenta de transformação social e uma forma de exercício da cidadania ativa e participativa, que ao mesmo tempo que potencializa o trabalho das organizações sociais que atuam em territórios muitas vezes invisibilizados trazendo mais braços, ideias, habilidades, também contribui para gerar uma sociedade mais consciente, colaborativa e humana”, explica Beatriz Carvalho, coordenadora de redes.


O Atados trabalha com base em 3 pilares: despertando para a atuação social e o compromisso que todos temos com a sociedade; conectando às oportunidades de engajamento, por meio do site no qual divulgam oportunidades para que as pessoas possam encontrar o trabalho voluntário que mais tem a ver com os seus interesses e disponibilidade e desenvolvendo projetos de impacto junto à rede para o desenvolvimento de soluções práticas.


Atualmente, contam com mais de 2.900 ONGs e mais de 170 mil voluntários, sendo que os maturis representam cerca de 10,5% deste universo.


logo da ONG

Parceria


O namoro entre o Atados e a Maturi nasceu no meio digital. As duas empresas foram classificadas no programa de aceleração de comunidades do Facebook e seus própositos de transformação e geração de impacto positivo na sociedade deram match.


“O programa de aceleração foi uma ponte construída para que pudéssemos conhecer outras comunidades, seus desafios e sonhos, as missões e os potenciais de transformação”, conta Beatriz. “Passamos a admirar, respeitar e nos inspirar nos nossos colegas e trabalhos, e a enxergar sinergias e oportunidades de nos conectarmos e nos fortalecermos juntos.”


Na prática, a Maturi vai promover conteúdos para ressaltar a importância do voluntariado para a vida pessoal e profissional e divulgar as oportunidades para atuar como voluntário(a) remotamente em diversas organizações no Brasil todo.


“Nós acreditamos que seria muito bacana fazer essa parceria, porque o voluntariado é uma ótima oportunidade para praticar e desenvolver habilidades e soft skill que podem contribuir para a recolocação profissional ou para começar uma nova carreira, com mais propósito”, comenta Mariana Alves Nascimento, líder da Comunidade Maturi no Facebook. “Além disso, muitos maturis são engajados com várias causas, continuando ativos e contribuindo para a sociedade.”


Especialistas apontam que ajudar ao próximo, estimula o aperfeiçoamento de competências comportamentais como:


  1. liderança: é um ambiente propício para sugerir novas ideias e coordenar alguma atividade ou projeto;

  2. comunicação: é necessário uma troca constante de informações pois, muitas vezes, é a primeira vez que se trabalha com outras pessoas até então, desconhecidas;

  3. auto desenvolvimento e auto gestão: Ser voluntário mostra proatividade e como a maioria das atividades é feita em grupo, cabe cada um gerir suas próprias tarefas e tempo;

  4. criatividade e inovação: A falta de recursos, métodos, processos pede encontrar soluções para os problemas e dificuldades apresentadas de maneira criativa e inovadora que podem ser muito úteis dentro de uma empresa depois;

  5. adaptabilidade e flexibilidade: adaptar a mudanças e diferentes contextos fazem parte da rotina do voluntariado. Além de ter contato com pessoas de diversos lugares e com necessidades específicas que não faziam parte do seu repertório atual.


duas mulheres com as mãos dadas. o foco da imagem são as mãos das mulheres, a mulher mais madura usa esmaltes mais claros e da mulher mais nova usa esmaltes escuros

Pandemia


No início da crise sanitária, o Brasil se juntou em uma onda de solidariedade, com a sociedade e a as empresas auxiliando para amenizar as desigualdades sociais, fosse através de doações financeiras ou trabalhos voluntários à distância.


No final do ano passado, a mobilização começou a cair e os primeiro meses de 2021, minguaram. De acordo com dados do Monitor de Doações da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, desde o início da pandemia até maio de 2020, empresas, ONGs e a sociedade civil doaram cerca de R$ 6,3 bilhões para causas ligadas à Covid-19. Entre janeiro e fevereiro de 2021, foram arrecadados apenas R$ 19 milhões.


Agora, começa a se esboçar uma nova reação diante do grave quadro de vulnerabilidade que assola o País. Por isso, o Atados estendeu o calendário do Dia das Boas Ações (DBA), comemorado em 11 de abril para ampliar a participação de todos no combate à fome.


Seja você também um voluntário e/ou embaixador da campanha, convidando sua família, amigos e vizinhos na arrecadação de alimentos. A iniciativa tem o apoio da ONG Ação da Cidadania. E todos saem ganhando.


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O etarismo no ambiente de trabalho pode ser sutil — e, justamente por isso, perigoso. Muitas vezes, ele está embutido em processos, linguagens e práticas que parecem neutras, mas que na prática excluem profissionais mais velhos. O prejuízo não se limita a quem é deixado de fora, mas às empresas, que perdem talento, diversidade e performance. Segundo o relatório Future of Work 2023 , da AARP (American Association of Retired Persons), 2 a cada 3 profissionais 50+ já sentiram discriminação por idade no trabalho. No Brasil, a Pesquisa Maturi (2023 - acesse aqui ) mostra que 9 em cada 10 profissionais maduros estão em busca de recolocação. “Enquanto o tema for abordado como um posicionamento de marca, dificilmente haverá uma transformação genuína na sociedade. Porém, nós entendemos que esse esforço não pode caminhar sozinho pelo setor privado, é necessário que o governo e a sociedade estejam na mesma direção”, comenta Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi. Está na hora de rever práticas e criar ambientes mais inclusivos para todas as idades. A seguir, um checklist para você identificar se o etarismo ainda está presente na sua organização: Checklist: sua empresa está pronta para incluir talentos 50+? 1. Recrutamento e seleção: - Você analisa se profissionais 50+ estão chegando às suas shortlists? - As descrições de vaga evitam termos como “jovem talento”, “recém-formado” ou “perfil júnior”? - O RH considera profissionais maduros para cargos operacionais e estratégicos? 2. Cultura organizacional: - O tema da diversidade etária está incluído nas ações de DEI? - A comunicação interna retrata pessoas de diferentes idades em cargos de liderança? - Existem canais para denunciar qualquer tipo de discriminação? 3. Desenvolvimento e carreira: - Pessoas 50+ têm acesso a programas de formação, capacitação e mentoring? - A empresa promove ações para combater estereótipos sobre envelhecimento? - Há incentivo à troca intergeracional e à valorização da experiência? 4. Gestão de talentos e sucessão: - Profissionais maduros são considerados em planos de sucessão? - Existe um olhar estratégico para manter 50+ na ativa, inclusive com formatos híbridos ou carga horária flexível? 5. Preparação para aposentadoria: - Sua empresa tem programas voltados à transição e à preparação para aposentadoria? - Há políticas para que esse momento não represente exclusão, mas sim reorientação? Passando a limpo Se sua empresa respondeu “não” ou “não sei” para um ou mais itens, já é sinal de alerta. O etarismo estrutural pode estar presente e impactando diretamente a diversidade, a inovação e os resultados da sua equipe. O combate ao etarismo não começa só com treinamentos, mas com uma mudança de mentalidade nos processos mais básicos do RH. Trata-se de enxergar a idade como um ativo estratégico e não como um impeditivo. Já conhece a certificação Age Friendly? O selo Age Friendly Employer reconhece as empresas promotoras da diversidade etária. Atualmente são 19 empresas certificadas no Brasil, organizações que estão na vanguarda das melhores práticas para um ambiente inclusivo para pessoas 50+. Se a sua empresa quer entender como iniciar essa jornada e obter a Certificação Age-Friendly, preencha o formulário para agendar uma reunião com a nossa equipe.
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