Aprendendo a lidar com a tecnologia, ela não morde!

Regiane Bochichi • 12 de maio de 2020

 

Autodidata, Marfida Maria Sellan usa diversas ferramentas para facilitar seu trabalho na Maturi.

Marfida Maria Sellan carrega os nomes das avós italianas.


Foi com elas e com os pais que aprendeu o valor de ajudar os outros. Sempre atenta às necessidades do próximo, acabou encontrando na Maturi uma forma de juntar o voluntariado a uma causa.


Ela conheceu o projeto em 2016 e se identificou imediatamente. Afinal, na sua longa carreira executiva havia passado por situações de preconceito por causa da idade. Começou participando dos eventos e cursos. Em seguida, se ofereceu para auxiliar na organização e desde o ano passado, faz parte do quadro fixo como Analista de Vendas e Eventos.


Formada em Administração de Empresas com Especialização em Marketing de Serviços, ficou por 22 anos na Kodak passando por áreas como treinamento, qualidade e pós venda.


Foi convidada a migrar para a Motorola no início dos anos 1998, deixando para trás uma empresa que não soube se reinventar e hoje, é um case clássico de como a inovação pode matar gigantes. O que não é o caso da Marfida. “Sempre estou me atualizando e adquirindo habilidades que o mercado exige”, comenta.


Viajando pelo o Brasil, abrindo e fechando serviços autorizados, começou a ter contato mais próximo com o conceito de home office e o uso de tecnologia. “Eu parecia a Mulher Maravilha com um cinto repleto de gadgets”, relembra. “Possuía dois celulares, pager e até o telefone via satélite, o Iridium, só para me manter conectada com a matriz e meus colegas ”. No hotel, fazia os relatórios em seu laptop, preenchia planilhas e mantinha tudo atualizado.


Aproveitou uma das janelas de mudança das regras da aposentadoria para pagar o pedágio e garantir uma renda fixa mensal, mas não parou de trabalhar.


Prestou consultoria para Gradiente, Archieve Global, Phillips e foi contratada como supervisora de serviços na Samsung. Na casa dos 55 anos, sentiu na pele o olhar enviesado dos mais jovens. “Eu era a velhinha, porém, não me incomodava com isso. Ao contrário, era um estímulo para exercer ainda melhor minhas tarefas”, assinala. 


Depois desta experiência, foi gerente comercial de uma chocolateria e de uma assistência técnica. Em 2018, se envolveu em um campanha política que elegeu o deputado estadual, Ricardo Mellão. Hoje, além das atividades da Maturi, cuida da administração financeira de mais de 300 associados que participam da Feira de antiguidades do bairro do Bexiga, na região central de São Paulo.


Em casa por causa do isolamento social, seu “cinto de utilidades” atual é composto de muitas ferramentas que facilitam a organização do seu dia a dia. Diariamente, usa o Zoom ou Hangouts para fazer reuniões de acompanhamento com Naiara Correa, head of growth & sales, e com os outros membros do time. Para gerenciar os eventos, ficou expert em Sympla.


Usa ainda o Monday para controlar as vagas, os currículos dos candidatos, o andamento das vendas. Já com a MaturiJobs, monitora os perfis, faz busca de pretendentes, abastece os bancos de dados para encontrar os profissionais mais adequados para as funções. “Sou autodidata e não tenho medo de tentar”, explica sua metodologia de aprendizado. “Vou fuçando e tem muitas orientações no próprio APP. O que sei é que o computador e o celular não mordem e então, não tem porque não encará-los de frente.”


Além disso, está sempre atenta a cursos, tutoriais e palestras para aprimorar ainda mais seus conhecimentos. Descobriu, por exemplo, como usar o WhatsApp para incrementar vendas. Sabe que pode se aperfeiçoar ainda mais. Exigente, afirma que domina 85% de que os programas oferecem, mas que logo chegará as 100%.


Solteira, aos 65 anos, está com saudades de sair para a rua, encontrar pessoas e tomar um vinho com os amigos. Por enquanto, divide a quarentena com a irmã, o cunhado e uma sobrinha. Cada um tem seu espaço na casa e o horário das refeições é usado para a troca de afeto da família. No dia 06 de maio, data que fizemos esta entrevista, o jantar seria especial. Era aniversário da irmã e a ideia era cantar parabéns virtualmente com os outros familiares usando uma plataforma de reunião. Marfida ficou a cargo de conectar todo mundo e claro, tirou de letra.

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