Os desafios do mercado de trabalho para mulheres 50+

Jurandir Siqueira • 16 de março de 2022

 No mês da mulher a Maturi discute os desafios do mercado de trabalho para mulheres 50+ e a importância de olhar para o gênero no combate ao etarismo nas organizações. Esse será o tema do Meetup que acontece em 24/03, voltado para empresas, online e gratuito. 


“Os trabalhadores com 50 anos ou mais entre os empregados (empresas privadas e de economia mista) têm uma participação crescente no mercado de trabalho.


O perfil desses trabalhadores é predominantemente masculino, com escolaridade de nível superior considerando a média do mercado e com carteira assinada de maior duração comparando todos os trabalhadores somados. As pessoas envolvidas na contratação individual de trabalhadores dessa faixa etária nem dão muita atenção a esse assunto”.


As descobertas de 2019 estão no artigo “Trabalhadores com 50 anos ou mais no mercado de trabalho brasileiro: existe idadismo?” É parte de um estudo da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP que pesquisou as características da participação dos trabalhadores com 50 anos ou mais no mercado formal de trabalho brasileiro. 


O trabalho também identifica se e como as questões específicas desses trabalhadores são tratadas no contrato individual de trabalho, com as políticas e práticas de gestão de recursos humanos (GRH) de um grupo de empresas. 


Se incluirmos o fator gênero, ou seja, avaliar a interseccionalidade de mulheres 50+, o etarismo aumenta. É notório perceber que os desafios desse grupo se potencializam.


Não há pesquisas sobre esse recorte, mas pela experiência da Maturi é possível vivenciar diariamente uma imensa oportunidade de transformarmos o mercado.


E quando se trata de CEOs mulheres 50+?


Ainda há muitas barreiras no mercado para a ascensão das mulheres a cargos de liderança. É o que mostrou um levantamento da BR Rating, primeira agência de rating de governança corporativa do país.


Segundo a pesquisa feita com 486 empresas e que empregam de 200 a 10 mil funcionários, sendo 59% de nacionais e 41% multinacionais, somente 3,5% das companhias têm CEOs mulheres e 16% têm mulheres em cargos de diretoria. Já 19% das corporações têm mulheres em cargos de gerência. 


Os exemplos de quem chegou lá!


Muitas mulheres acima dos 50 anos que conquistaram cargos de direção e presidência em suas trajetórias vitoriosas, compartilham em comum acordo que existem inúmeros desafios e obstáculos a serem superados, durante toda a jornada profissional. 


Por isso, convidamos duas mulheres incríveis e gabaritadas para falar sobre o tema: Cristina Palmaka da SAP e Claudia Férris da Circulabi Gerdau, CEOs de grandes empresas que irão nos trazer algumas dicas e contar suas experiências no Meetup: 


Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe 


Com mais de 30 anos de experiência no setor de TI, Cristina é conhecida por sua abordagem estratégica em liderar equipes fortes com foco na inovação dos clientes e nos resultados comerciais bem sucedidos. Uma líder de ideias, apaixonada pelo impacto e potencial da tecnologia na sociedade.


Como presidente da SAP LAC, Cristina lidera uma equipe de mais de 5.000 funcionários, focada em permitir que clientes de todos os tamanhos e setores obtenham valor da gama de soluções tecnológicas da SAP para transformar e crescer seus negócios.


Anteriormente, Cristina foi Presidente da SAP Brasil por quase 7 anos, tendo construído a subsidiária em um dos maiores desempenhos globais da empresa.


Antes de ingressar na SAP, ocupou várias funções executivas seniores com grandes players de TI no mercado brasileiro, incluindo Microsoft, HP e Philips.


Suas habilidades de liderança, perspicácia empresarial e fortes relacionamentos têm sido fundamentais para ajudar as empresas a inovar, crescer e se desenvolver em todo o Brasil e além.


Cristina conquistou vários prêmios e reconhecimentos no mercado, incluindo ser nomeada como uma das principais CEOs do Brasil pela revista Forbes. Ela é uma forte defensora da diversidade e inclusão, do bem-estar no local de trabalho e da STEM.


Claudia Férris, CEO Circulabi Gerdau


Executiva sênior com 30 anos de experiência no mercado de tecnologia. Tem passagem em Empresas globais de Tecnologia, Microsoft e IBM, liderou negócios no Brasil e Canadá. Tem experiências relevantes tanto em B2B (Enterprise) quanto em B2C (Consumer) e um forte histórico de construção consistente de negócios de crescimento sustentado ou grandes turn arounds. 


Tornou-se uma investidora anjo, co-investora de VC, na Bossa Nova, e mentora de empreendedores, executivos e startups. É Conselheira Consultiva da EqualWeb e Conselheira Administrativa da Senior.


Desenvolve trabalhos ligados à Inclusão e Diversidade, tais como a criação de um fundo de Investimento dentro da VC Bossa Nova para apoio a fundadoras ou co-fundadoras de startups e soluções focadas no mercado feminino. 


Recentemente, tornou-se CEO da Circulabi, uma nova Venture da Gerdau Next, focada em Economia Circular para a Indústria.


Bacharel em Ciência da Computação, Mestre em Ciências pelo ITA, MBA Executivo pela FGV, Pós-Graduação em Negócios Digitais pela Columbia/MIT e Formação como Conselheira pela Saint Paul. Especialização em programas executivos em Wharton, MIT e Singularity.

imagem mostra os palestrantes confirmados no meetup Maturi

Muito trabalho pela frente


Debater o mercado de trabalho para mulheres 50+ de forma transparente, sem vieses e preconceitos (principalmente o de idade), faz parte de uma proposta ainda maior da Maturi, que é transformar o mundo por meio da potência da maturidade. Andréa Tenuta, Head Comercial, que será uma das facilitadoras do encontro online, ao lado de Mórris Litvak, define a importância de falarmos sobre isso (e muito): 


“É comum discutir e desenhar projetos de diversidade, equidade e inclusão voltados à potência da mulher, mas pouco se vê ações direcionadas à mulher madura. Eu desconheço. As pessoas maduras vão ficando esquecidas e as mulheres maduras mais ainda. A maior parte da população é composta por mulheres, quando olhamos somente na faixa acima dos 50 anos a proporção aumenta. No entanto, em cargos corporativos isso não está representado. Temos muito trabalho pela frente.”


*O Meetup Maturi tem apoio da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) regional São Paulo. Inscreva-se AQUI. 


Você também poderá gostar de ler: Neon diminui desigualdades e investe na diversidade etária em parceria com a Maturi

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Há cinco anos, comecei a perceber um movimento crescente nas redes sociais: um número expressivo de influenciadores maduros estava se destacando, conquistando audiências engajadas e criando conteúdos autênticos. No entanto, o mercado publicitário ainda os ignorava, concentrando suas atenções quase exclusivamente nos perfis mais jovens. O reconhecimento desse potencial veio de forma natural, através de conversas com esses criadores. Muitos me procuravam dizendo: "Tenho um perfil no Facebook com 200.000 seguidores e quero me expandir nisso. O que devo fazer?" . Ficou evidente para mim que havia um enorme espaço para esses talentos, mas faltava suporte, visibilidade e oportunidades. Foi então que criei o Silver Makers , um hub de marketing de influência totalmente focado em perfis 50+. Nosso propósito sempre foi claro: dar protagonismo aos influenciadores maduros e mostrar ao mercado o imenso valor desse público. Nosso lema reflete essa missão: dar voz, vez e valor ao público sênior! De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok permitem que influenciadores maduros criem comunidades engajadas e colaborem com marcas que reconhecem o valor de suas trajetórias. O Que Faz um Influenciador Maduro se Destacar? Os influenciadores 50+ trazem consigo algo inestimável: experiência de vida. Eles passaram por desafios pessoais e profissionais, acompanharam diversas transformações sociais e culturais e, por isso, têm muito a compartilhar. Esse repertório torna seus conteúdos autênticos e valiosos para diversas audiências, desde outros maduros em busca de representatividade até jovens que enxergam neles mentores naturais. Tendências de Conteúdos que Performam Bem Os influenciadores maduros estão se destacando em diversos segmentos, trazendo autenticidade, representatividade e quebrando estereótipos. Alguns formatos de conteúdo que têm grande engajamento incluem: ● Bem-estar e saúde: Rotinas saudáveis, alimentação equilibrada, exercícios físicos adaptados e cuidados com a mente. ● Finanças na maturidade: Estratégias para administrar recursos, organizar a aposentadoria e buscar novas fontes de renda. ● Empreendedorismo e reinvenção profissional: Histórias inspiradoras de quem mudou de carreira ou começou um novo projeto depois dos 50. ● Entretenimento e estilo de vida: Viagens, moda, comportamento e cotidiano, mostrando que a maturidade é uma fase vibrante e cheia de possibilidades. ● Tecnologia e inclusão digital: Criadores que desmistificam a tecnologia, ajudando a reduzir a exclusão digital e incentivando o aprendizado contínuo. ● Celebridades 50+ e o combate ao etarismo: Figuras públicas que usam suas redes sociais para desafiar estereótipos e mostrar uma longevidade ativa e atuante. ● Mulheres e os desafios da maturidade: Cada vez mais influenciadoras falam abertamente sobre temas como menopausa, ajudando sua audiência a lidar melhor com questões antes consideradas tabu. ● Gastronomia afetiva: Perfis de talentos culinários que ensinam receitas deliciosas e resgatam a memória afetiva por meio da comida. ● Conexão intergeracional: Netos que compartilham momentos divertidos com seus avós, valorizando a experiência e a sabedoria da longevidade. Independentemente do nicho, todos esses criadores têm algo em comum: valorizam a maturidade e combatem a visão ultrapassada de uma longevidade frágil e limitada. Eles mostram, na prática, que viver mais também significa viver melhor, com propósito e protagonismo. O Papel das Marcas na Valorização da Experiência As marcas que reconhecem o valor da experiência colhem os frutos de uma comunicação mais autêntica e conectada com um público que tem muito a dizer. O Banco Mercantil tem sido um dos protagonistas desse movimento, investindo no potencial dos influenciadores digitais 50+, apoiando criadores e descobrindo novos talentos. A presença do Banco nesse cenário reforça a relevância desse público e valoriza o protagonismo dos maduros no digital. Porque, assim como eles, o Banco acredita que a experiência inspira, transforma e gera impacto real. Gostou? Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers