Meia-idade: oportuna idade da vida para se reinventar

Renato Bernhoeft • 14 de setembro de 2018

O que tem sido possível observar, especialmente desde o final do século XX, é que boa parte de homens e mulheres tem constatado que todo seu processo educativo, tanto na família como no sistema formal, não os preparou para um processo reflexivo, em que seu maior desafio será, assumir a autoria e responsabilidade da sua própria história e projeto de vida.


Esta é uma das constatações, que quando ocorre, tem sido desencadeadora da chamada de “ crise da meia-idade”. Momento cronológico hoje situado ao redor dos 40 anos, especialmente se considerarmos que, o aumento da longevidade ampliou a idade média da população, para 80.


É a partir dela que, em alguns casos, ao realizarmos uma parada para avaliarmos nossas vida, pode surgir a sensação de que os arrependimentos estão se tornando bem maiores que os sonhos. E daí, temos a oportunidade de trasnformá-la em uma etapa de inflexão.


Para muitos, esta tem sido uma fase de desespero e preocupações. Alguns sentem que o tempo corre mais rápido. Outros, uma nostalgia por não terem aproveitado o tempo passado na sua plenitude, querendo recuperá-lo agora. Para outros ainda, uma fase de grandes realizações com base em periodos anteriorres vividos intensamente.


Por este conjunto de motivos esta “parada” exige cuidados, e muita atenção, para que não se deixe abater por um processo depressivo e vitimização.


Entre os profissionais, sejam homens ou mulheres, que aspiravam a carreiras brilhantes, essa fase pode ser um período de frustração. Mães descobrem que nem se dedicaram adequadamente aos filhos e as famílias, além de terem se descuidado de sí mesmas.


Homens constatam que colocaram todos seus esforços à vida corporativa em detrimento da suas responsabilidades como pai e cônjuge. E o mesmo também ocorre na dimensão do individual. Empresários que construíram impérios, mas não sabem como desfrutar destas conquistas.


Figuras públicas, modelos, artistas, políticos ou esportistas, que no auge da sua carreira começam a desesperar-se pelo que virá depois.

Um olhar para o futuro exige não apenas ter sonhos e planejar.


Duas perguntas, de forte impacto e relevância, que merecem ser formuladas nesta reflexão, são:


Qual o sentido, propósito e missão que desejo estabelecer para minha vida?


Qual o meu legado?


A constatação mais evidente, nos dias atuais, é de que a meia-idade se torna um momento oportuno para iiciarmos reflexões na busca de significados para uma vida plena.


Uma das tantas formas de chegar a um resultado animador é desenvolver um olhar interior que busque sintonizar intuições, sonhos, incertezas, virtudes, fragilidades, e, acima de tudo, formas de, cada vez depender, cada vez menos, da valorização exterior.


Muitos se acostumaram a um processo de auto-estima que tende a depender, quase que exclusivamente, do seu círculo de relações. Sejam elas profissionais ou pessoais.


É fundamental encontrar um equilíbrio entre as demandas externas e aquilo que é, exclusivamente, uma responsabilidade individual. Não delegável.


Psicólogos, terapeutas, orientadores, religiosos, etc. podem ser contribuições úteis neste processo. Fuja das receitas mágicas da auto-ajuda, que, na maioria das vezes só faz aumentar a dependência externa.

Existe um antigo, e nada sutil, ditado popular italiano, que diz: “Algumas pessoas amadurecem…outras, apenas apodrecem…”


É evidente que é uma provocação nada “politicamente correta”. Mas também faz pensar.

Segundo a jornalista americana Gail Sheehy, autora do reconhecido livro “As novas passagens masculinas”, ao falar da meia-idade ela afirma:


“A principal tarefa da meia-idade é desistir de todos os provedores de segurança imaginados, e ficar nu diante do mundo, como ensaio para assumir a plena autoridade de sí mesmo.”


Assuma que as provocações elencadas neste artigo não tem outra finalidade do que fazê-lo pensar, e, se possível, agir em relação ao tema.



Lembre sempre que “tempo” é algo que não podemos resgatar, estocar ou recuperar. Use o que tem de presente e futuro para uma boa avaliação da sua vida com aqueles que lhe são caros.



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Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers