Envelhecer dependente assusta mais que a morte

Renato Bernhoeft • 18 de outubro de 2016

Pesquisas feitas entre clientes do Wells Fargo Institutional Retirement de Charlotte, na Carolina do Norte, Estados Unidos, constatou que 22% dos seus clientes, na faixa etária entre 40 e 50 anos, “preferem morrer antes ao invés de não ter dinheiro suficiente para viver confortavelmente na aposentadoria”.


A equação previdência x aumento da longevidade x saúde x reservas financeiras x encaminhamento de filhos, e tantos outros indicadores, está na agenda de grande parte da população mundial. Brasil incluído.

Os estudos indicam, enfaticamente, uma preocupação crescente entre os que estão na meia-idade – na faixa dos 40 -, e que ainda não se preocuparam em iniciar uma reserva que vise garantir um envelhecimento tranquilo.


Em outro estudo, da seguradora Allianz, “se constatou que 77% das pessoas com 40 anos temiam durar mais que seu dinheiro na aposentadoria…até mais do que a morte”.


Entre os casados, com filhos, o índice é ainda mais assustador, pois o índice atinge 82% das famílias na meia-idade.


Alguns especialistas em previdência afirmam que “é preciso respirar fundo e se recusar a se deixar tomar pelo medo em relação ao dinheiro. A previdência Social – prosseguem – estará esperando quando você estiver velho, e amigos, ou a família também ajudarão você em períodos difíceis. Além disso você poderá usar várias estratégias para evitar um futuro sem dinheiro”.


E este sentimento pode ainda ser agravado, segundo o prof. de Harvard, Michael Norton, estudioso do assunto, “quando os pais se sentem fracassados ao não conseguir deixar uma herança para os filhos. E, simultaneamente, tem receio em se tornarem um fardo financeiro para os filhos, quando eles já forem adultos. Um alto índice destas pessoas considera que qualquer destas situações será muito pior do que a morte”.


Mas um registro vital em relação a esse tema, no Brasil ou em outras partes do mundo, em diferentes culturas, é que a dependência mais assustadora não ocorre apenas no campo financeiro.


Muitos pais geram um processo de dupla dependência. Criam filhos sem nenhum grau de autonomia, ao mesmo tempo em que envelhecem “mendigando” dos mesmos, afeto, atenção e presença. Ou seja, se tornam dependentes do carinho e cuidados de filhos adultos que já assumiram outras responsabilidades.

Envelhecer com dignidade exige cuidar de si mesmo. Como diz Nilton Bonder, “a qualidade da nossa velhice está intimamente ligada a nossa vida hoje”.


Embora não tenhamos muita informação precisa sobre o assunto no Brasil, recomendo que você mesmo, caro leitor, assuma a responsabilidade pelo seu plano. Afinal nossos índices de longevidade estão aumentando muito rapidamente. E não se acomode aguardando políticas públicas ou mudanças rápidas na previdência social.


Tenha em mente que existem várias formas para criar autonomia financeira e fixar um Projeto de vida para essa etapa.


 Eis aqui algumas sugestões práticas:


  • Inicie um processo – disciplinado – de economizar pequenas quantias e, aos poucos, vá aumentando esse valor;
  • Adie sua aposentadoria por alguns anos como forma de encontrar meios para complementar sua renda;
  • Reduza seu padrão de vida fazendo alguns cortes no orçamento doméstico;
  • Controle os impulsos ao consumismo desenfreado, especialmente se ele estiver muito baseado nos encantos da publicidade ou as comparações com vizinhos, amigos, familiares, etc.;
  • Assuma como sua responsabilidade a importância de planejar sua vida, tanto financeira como pessoal e profissional;
  • Procure, antecipada e preventivamente, um projeto de vida para sua etapa após a aposentadoria;
  • Eduque filhos para a vida, não para você.



Enfim, incorpore este assunto como mais uma responsabilidade exclusivamente SUA. Ela não pode ser delegada.



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