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Na maior parte do mundo, as pessoas estão vivendo mais que nas gerações anteriores. O aumento da expectativa de vida é resultado de avanços na medicina além do estilo de vida mais saudável e da melhora da qualidade de vida.
Mas enquanto isso é comemorado por razões sociais, ocorre o mesmo em termos econômicos? O aumento da população idosa cria um ônus econômico para a sociedade ou as pessoas idosas podem contribuir para aumentar a produtividade das comunidades onde vivem e trabalham?
Na análise de dados de 35 países, publicada pelo International Longevity Centre (Centro Internacional de Longevidade), há evidências em favor de um “dividendo de longevidade”. Os autores verificaram que na medida que a expectativa de vida aumenta, o mesmo acontece com a “produção por hora trabalhada, por trabalhador e per capita”.
Em grande parte do mundo, no entanto, o envelhecimento é visto como um “fardo”. Os governos preocupam-se como uma população crescente de aposentados aumentará a pressão sobre os sistemas previdenciários e de assistência social.
As políticas para aumentar o tempo de aposentadoria, reduzir direitos e avançar para regimes de contribuição crescente não têm o objetivo de mitigar o ônus do aumento da longevidade, mas sim transferir para o indivíduo os custos que deveriam ser do Estado e dos empregadores.
Os empregadores, por sua vez, estão preocupados – em relação aos trabalhadores mais velhos – com o crescente número dos que não podem se aposentar quando querem, com a decrescente capacidade física para certas tarefas e da percepção que são menos adaptáveis às mudanças necessárias no trabalho. Há um temor quase generalizado que a vida mais longa torne a aposentadoria inacessível.
No Reino Unido, um terço dos aposentados têm a pensão estatal como única fonte de renda. Os jovens, acertadamente, estão preocupados com o custo do envelhecimento.
Se a idade de aposentadoria permanecer como está, as futuras gerações serão responsáveis pelo crescente número de aposentados e o consequente aumento de impostos e contribuições previdenciárias.
Mas há uma alternativa: a que enxerga o envelhecimento como um fenômeno que contribui para o aumento da produtividade. Os trabalhadores mais velhos têm competências, habilidades técnicas e conhecimentos tácitos – acumulados ao longo do tempo de serviço -, e podem ajudar os mais jovens a encontrar caminhos para um trabalho seguro e bem remunerado através da orientação e do compartilhamento de informações.
Muitos aposentados já contribuem para o bem-estar social ao assumirem papéis de cuidadores – de netos e de pessoas mais idosas, familiares ou não.
Contrate-os quando estiverem mais velhos
Se o aumento da longevidade é um fardo ou um dividendo vai depender de como as sociedades se preparam para os desafios do envelhecimento. Um dos benefícios mais tangíveis de se viver e trabalhar por mais tempo é a possibilidade do desenvolvimento de várias habilidades e a permanente construção do conhecimento. No entanto, os empregadores, comumente, não sabem usar estes ativos.
Economias que utilizam o dividendo de longevidade são aquelas em que governos, empregadores e sindicatos trabalham de maneira coordenada usando a força de trabalho dos mais velhos.
No Japão, por exemplo, o governo investiu em Centros de Recursos Humanos para ajudar pessoas mais velhas a se empregar em setores que enfrentam escassez de mão de obra. Em toda a Europa, com o financiamento da UE, empregadores e sindicatos desenvolvem e incorporam novos métodos para gerenciamento do envelhecimento através do redesenho do trabalho.
O dividendo da longevidade, como a maioria dos benefícios econômicos, é possível, mas precisa ser trabalhado.
Utilizar as habilidades dos trabalhadores mais velhos, empregar mais estes trabalhadores e fomentar a solidariedade entre gerações significará que o aumento da expectativa de vida pode muito positivo, tanto social quanto economicamente.
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