Chief Elder Officer: a função que conecta maturis ao interesse das empresas

Silvia Triboni • 8 de outubro de 2020

Recentemente, em uma das comunicações de um grupo internacional focado em inovação e economia da longevidade, o Aging2.0, constou a menção a uma função corporativa que me despertou profundo interesse: “Chief Elder Officer” (o equivalente em português a Diretor Ancião ou Diretor Maduro).


  • Que função seria essa, cujo ocupante deve ser um maturi?
  • Quais habilidades esse diretor precisaria ter para ser um Chief Elder Officer – CEO?
  • Que tipo de organização pode se interessar pelo trabalho deste CEO?
  • Quais já possuem esta função em sua estrutura organizacional?


Eu já sabia da existência de inúmeros novos e inovadores cargos de liderança relacionados ao bem-estar do homem, por exemplo: Chief Wellness Officer; Chief Happiness Officer, Chief Wisdom Officer, Chief Mindfulness Officer, Chief Ecosystem Officer, mas sobre o Chief Elder Officer eu nunca ouvira falar.


Pelo contexto em que estava empregado, primeiramente identifiquei um papel que o ocupante desta função deve desempenhar, qual seja o de organizar e viabilizar um processo de envolvimento sistemático dos adultos mais velhos da sua organização com os seus gestores, de modo a permitir ampla atenção destes às necessidades de seus membros idosos.


Adicionado ao primeiro papel, e como consequência deste relacionamento sistematizado entre idosos e gestores, constatei outro trabalho do Chief Elder Officer: proporcionar à sua instituição a disponibilização de serviços de interesse dos empreendimentos relacionados à economia da longevidade.


Tais corporações precisam validar suas ideias com o respectivo cliente, demanda que faz do Chief Elder Officer o profissional de maior legitimidade para apresentar o público-alvo correto ao empresário que quer confirmar a aceitação de seu produto/serviço.


Daquela pequena mensagem pude antever o grande valor desta inovadora função corporativa no cenário da atividade econômica dirigida às necessidades dos seniores e da promoção da longevidade positiva. Fui à busca de mais informações as quais ora apresento.


Afinal, o que faz um, ou uma Chief Elder Officer?


Em suma, o ocupante do cargo de Chief Elder Officer deve ajudar a moldar a agenda de inovação de uma empresa.


Ele tem por obrigação conhecer e aprofundar o seu relacionamento com os integrantes idosos de suas comunidades, e compartilhar o resultado de suas experiências com os superiores de sua própria organização, com o objetivo de aperfeiçoamento de programas e serviços internos.


Igualmente, ele está legitimado a oferecer a sua expertise para a criação de produtos ou serviços destinados ao interesse dos adultos mais velhos. As atribuições do Chief Elder Officer não se esgotam aqui.


Da pesquisa realizada, identifiquei CEO’s a representarem legítima e consistentemente o encargo a que foram destinadas, e cujos depoimentos nos mostram que suas funções vão muito além do mencionado acima.


Conheça algumas Chiefs Elders Officers


mulher madura dá entrevista para mulher jovem. ela veste blazer azul e vestido amarelo.

Hazel McMallion, 99 anos.


É Chief Elder Officer da Revera, um provedor privado de acomodação, cuidados e serviços para idosos, com mais de 500 propriedades em todo o Canadá, EUA e Reino Unido, cuja matriz está sediada em Mississauga, Ontario, Canadá.


Hazel lidera discussões com residentes e funcionários em todas as comunidades da empresa e apresenta insights para a equipe de liderança da Revera, e para o seu Conselho de Administração, sobre como enriquecer a vida dos residentes e envolver a equipe, além de contribuir para iniciativas que desafiam o preconceito etário.


Trabalha diretamente com o Senior Vice President of Innovation da ReveraTrish Barbato, e oferece suas opiniões para ajudá-los a ter sucesso em seus papéis de líderes.


Seu papel, conforme ela mesmo explica em entrevista concedida ao Senior Living Innovation Forum, em 2019, é advogar e atuar como um canal para os residentes da Revera.

mulher madura com vestido vermelho, óculos de grau e cabelos brancos

June M. Fisher, 87 anos.


A Dra. June Fisher, tem 85 anos, é médica aposentada, ex-professora da Stanford e  Chief Elder Officer no Aging2.0Atua como mentora de estudantes de design na San Francisco State University e na University of California, Berkeley, e dá consultoria a startups em design e mobilidade.


Em um painel de discussão sobre envelhecimento com segurança e felicidade, a Dra. Fisher expressou sua frustração com os jovens empreendedores da área do envelhecimento que não têm contato com as necessidades de seu público alvo.


“Fico zangada com esses jovens de 20 anos que me dizem que sua tecnologia mudará nossas vidas sendo que eles nem conhecem os nossos desejos e necessidades”, disse Fisher no Annual d.Health Summit, ocorrido em 2017, em New York City, Estados Unidos.


Em evento do Aging2.0, em San Francisco, em 9 de setembro de 2015, Dra. June Fisher foi juíza de uma competição de pitch, e teceu comentários diretos às startups interessadas em empreender na área de serviços e produtos relacionados ao envelhecimento.


Naquela oportunidade a CEO do Aging2.0 observou que a maioria dos argumentos de venda apresentados pelos empreendedores ignoraram o que o idoso realmente precisa. 


Este descuido leva à concepção de produtos que atendem de forma inadequada as necessidades do idoso. De forma incisiva, a Dra. Fisher assim concluiu a sua participação: “Projete COMIGO, não PARA mim!”


Adequação de produtos e serviços para o sênior


Em 2018, Stephen Johnston, co-fundador da Aging2.0, plataforma sediada em São Francisco e dedicada ao desenvolvimento de produtos e serviços inovadores para o mercado sênior, foi ao Brasil palestrar no XIII Fórum da Longevidade Bradesco Seguros.


Em sua palestra, Stephen foi categórico ao afirmar: a tecnologia é uma aliada na busca por um melhor envelhecimento.


Entretanto, ao destacar a importância do trabalho da Dra. June Fisher, Chief Elder Officer da Aging2.0 acrescentou:“a tecnologia tem algumas, mas não todas as respostas.


Recentemente, dei uma palestra no Google com a nossa Chief Elder Officer. Percebemos que, pelo Google Maps, não conseguíamos encontrar lugares com acessibilidade para cadeira de rodas.


Seria fácil melhorar isso com a tecnologia.”. Gadgets e aplicativos não farão milagre se a sociedade não mudar sua visão preconceituosa do envelhecimento, disse Johnston.

mulher madura posa para foto ao lado de um homem jovem. ambos sorriem.

Digamos SIM ao Chief Elder Officer


Não há dúvida de que a longevidade é um dos grandes desafios do século XXI.

Jamais, em todos os tempos, tantos indivíduos podiam atingir uma idade tão avançada. A expectativa de vida aumentou enormemente em todos os países do mundo.


Essa conjuntura transportou o segmento etário dos idosos a uma relevante posição na dinâmica econômica, face a sua representatividade no consumo de bens e serviços.


Posto isso, o diálogo entre empresas participantes da economia da longevidade e o público maduro torna-se imprescindível, a justificar a inserção do Chief Elder Officer na equação mercadológica da oferta/demanda

Portanto, digamos SIM à presença do Chief Elder Officer nas organizações, o profissional que há de valorizar a pessoa mais velha perante o interesse econômico, e, consequentemente, toda a sociedade.



Gostou desse artigo? Comente ou deixe sua opinião abaixo.


Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Pne
Por Contato Maturi 18 de setembro de 2025
5 benefícios equipes com diversidade etária
23 de julho de 2025
O MaturiFest, maior festival de trabalho e empreendedorismo 50+ da América Latina, chega à sua 8ª edição de 21 a 23 de agosto de 2025, na UNIP Paraíso, em São Paulo. Promovido pela Maturi, empresa nacional especializada em empregabilidade, desenvolvimento e capacitação de profissionais com mais de 50 anos, o evento será realizado em formato híbrido e marca os 10 anos de atuação da empresa. Nesta edição comemorativa, nomes de destaque como Ana Paula Padrão, Carolina Ferraz e Caito Maia já estão confirmados na programação. Realizado em parceria com o Ministério da Cultura, o MaturiFest propõe uma experiência transformadora que combina aprendizado, prática e conexões com propósito. A programação do MaturiFest inclui painéis, palestras e oficinas práticas com temas essenciais para a reinvenção profissional. Entre os assuntos abordados estão: reinvenção de carreira, metodologias ágeis, inteligência artificial, entrevistas e currículos, marketing digital, finanças, storytelling, redes sociais, LinkedIn, Canva, WhatsApp Business, ESG, validação de ideias e muito mais. Segundo Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, o festival é um verdadeiro ponto de encontro para quem deseja seguir aprendendo, inovando e se conectando. “O MaturiFest 2025 celebra os 10 anos da Maturi com uma imersão em aprendizado, reinvenção e conexões. Especialistas de diversos setores compartilham tendências, ideias e práticas que inspiram novas possibilidades na vida profissional e pessoal, tudo pensado para quem quer continuar crescendo com propósito e atitude”, comenta o CEO. Um dos grandes destaques deste ano será a MaturiConecta, feira de conexão e empregabilidade 50+, para que profissionais de RH de empresas apresentem como é trabalhar em suas organizações e até mostrem oportunidades e, por outro lado, as pessoas 50+ se inscrevem e se aproximam de organizações que valorizam a Diversidade Etária. Além disso, serão apresentadas novas soluções da Maturi desenvolvidas especialmente para empresas que valorizam a longevidade no ambiente de trabalho. Para fomentar ainda mais o empreendedorismo maduro, o evento contará com o Acelera Maturi, concurso de startups 50+, que terá apresentações de pitches ao longo da programação e premiará o projeto vencedor com R$ 10 mil e 3 meses de mentorias com a Maturi. Também serão lançados dois estudos inéditos, um sobre educação financeira e outro sobre economia circular, ESG e sustentabilidade na maturidade. Outra novidade que será apresentada no festival, é o lançamento da MaturiNegócios, plataforma digital que facilita a troca de produtos e serviços entre empreendedores maduros. A proposta inclui o uso de uma moeda virtual interna, permitindo negociações sem a necessidade de dinheiro físico. Na edição anterior, em 2024, o MaturiFest reuniu mais de 4 mil participantes online e 1.500 presencialmente. Foram 36 oficinas práticas, 28 painéis, 60 horas de conteúdo e a participação de 82 especialistas. Para 2025, a expectativa é ampliar ainda mais o alcance e o debate sobre temas como novas formas de trabalho 50+, mercado prateado, upskilling e reskilling, equidade e inclusão, saúde física e mental, segurança digital e inovação. O festival oferece duas modalidades de ingresso, presencial e online, ambas com versões gratuitas e pagas. O ingresso presencial garante acesso completo a toda a programação, incluindo oficinas práticas, mentorias, palestras e painéis, além da transmissão online e acesso às gravações. Já a modalidade online é voltada a quem acompanha à distância, com acesso à transmissão ao vivo. Assinantes do MaturiClub têm ingresso gratuito, além de acesso às gravações. Mais informações e a programação completa estão disponíveis no site oficial do evento . Serviço: Data: 21 a 23 de agosto de 2025 Horário: das 09h às 19h Local presencial: UNIP Paraíso (Rua. Apeninos, 614, São Paulo – SP) Online: Transmissão online no Youtube da Maturi
11 de fevereiro de 2025
Há cinco anos, comecei a perceber um movimento crescente nas redes sociais: um número expressivo de influenciadores maduros estava se destacando, conquistando audiências engajadas e criando conteúdos autênticos. No entanto, o mercado publicitário ainda os ignorava, concentrando suas atenções quase exclusivamente nos perfis mais jovens. O reconhecimento desse potencial veio de forma natural, através de conversas com esses criadores. Muitos me procuravam dizendo: "Tenho um perfil no Facebook com 200.000 seguidores e quero me expandir nisso. O que devo fazer?" . Ficou evidente para mim que havia um enorme espaço para esses talentos, mas faltava suporte, visibilidade e oportunidades. Foi então que criei o Silver Makers , um hub de marketing de influência totalmente focado em perfis 50+. Nosso propósito sempre foi claro: dar protagonismo aos influenciadores maduros e mostrar ao mercado o imenso valor desse público. Nosso lema reflete essa missão: dar voz, vez e valor ao público sênior! De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok permitem que influenciadores maduros criem comunidades engajadas e colaborem com marcas que reconhecem o valor de suas trajetórias. O Que Faz um Influenciador Maduro se Destacar? Os influenciadores 50+ trazem consigo algo inestimável: experiência de vida. Eles passaram por desafios pessoais e profissionais, acompanharam diversas transformações sociais e culturais e, por isso, têm muito a compartilhar. Esse repertório torna seus conteúdos autênticos e valiosos para diversas audiências, desde outros maduros em busca de representatividade até jovens que enxergam neles mentores naturais. Tendências de Conteúdos que Performam Bem Os influenciadores maduros estão se destacando em diversos segmentos, trazendo autenticidade, representatividade e quebrando estereótipos. Alguns formatos de conteúdo que têm grande engajamento incluem: ● Bem-estar e saúde: Rotinas saudáveis, alimentação equilibrada, exercícios físicos adaptados e cuidados com a mente. ● Finanças na maturidade: Estratégias para administrar recursos, organizar a aposentadoria e buscar novas fontes de renda. ● Empreendedorismo e reinvenção profissional: Histórias inspiradoras de quem mudou de carreira ou começou um novo projeto depois dos 50. ● Entretenimento e estilo de vida: Viagens, moda, comportamento e cotidiano, mostrando que a maturidade é uma fase vibrante e cheia de possibilidades. ● Tecnologia e inclusão digital: Criadores que desmistificam a tecnologia, ajudando a reduzir a exclusão digital e incentivando o aprendizado contínuo. ● Celebridades 50+ e o combate ao etarismo: Figuras públicas que usam suas redes sociais para desafiar estereótipos e mostrar uma longevidade ativa e atuante. ● Mulheres e os desafios da maturidade: Cada vez mais influenciadoras falam abertamente sobre temas como menopausa, ajudando sua audiência a lidar melhor com questões antes consideradas tabu. ● Gastronomia afetiva: Perfis de talentos culinários que ensinam receitas deliciosas e resgatam a memória afetiva por meio da comida. ● Conexão intergeracional: Netos que compartilham momentos divertidos com seus avós, valorizando a experiência e a sabedoria da longevidade. Independentemente do nicho, todos esses criadores têm algo em comum: valorizam a maturidade e combatem a visão ultrapassada de uma longevidade frágil e limitada. Eles mostram, na prática, que viver mais também significa viver melhor, com propósito e protagonismo. O Papel das Marcas na Valorização da Experiência As marcas que reconhecem o valor da experiência colhem os frutos de uma comunicação mais autêntica e conectada com um público que tem muito a dizer. O Banco Mercantil tem sido um dos protagonistas desse movimento, investindo no potencial dos influenciadores digitais 50+, apoiando criadores e descobrindo novos talentos. A presença do Banco nesse cenário reforça a relevância desse público e valoriza o protagonismo dos maduros no digital. Porque, assim como eles, o Banco acredita que a experiência inspira, transforma e gera impacto real. Gostou? Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers