Quanto custa a experiência?

Ari Marques • 6 de abril de 2017

Empreender é uma arte que tem muitas variações, dependendo da idade, experiência anterior ou fase de vida em que se está. É mais uma destas atividades do ser humano que não pode ser estruturada rigidamente ou merecer um manual que deva ser seguido de forma automática.


A maneira como um jovem decide empreender é bastante diferente de um executivo que resolve abandonar sua carreira para dar um vôo solo. Como também difere de alguém que se aposenta, depois de longos anos de vínculo empregatício, e imagina poder realizar sonhos acalentados durante anos de dedicação ao trabalho e à uma organização.


Vale lembrar que, na minha concepção, empreendedor é aquele que consegue ver oportunidades onde a maioria das pessoas apenas vê problemas.


Ou, em outras palavras: tem a capacidade de transformar problemas/desafios, em oportunidades. E em muitos casos consegue estar à frente do seu tempo.


Comecemos pelo jovem que decide fazer uma opção de criar algo próprio. De forma geral os dois primeiros desestimuladores para esta opção devem se apresentar na própria família e depois no sistema de ensino formal, ou seja, a escola.


A família, especialmente se for de classe média para cima, na escala social, inibe a busca de um empreendimento com o discurso das “maravilhas”de um emprego.


Especialmente se puder conseguir algo em uma grande empresa privada ou realizar um concurso para a administração pública. Ou seja, ilusões do mundo organizacional que impregnaram a vida passada dos pais.


O segundo obstáculo para o jovem ela vai encontrar na Escola. Especialmente nos programas acadêmicos que ainda educam as pessoas para buscar o emprego formal e tornar-se um funcionário adaptado à empresas que muitas vezes já não existem no mercado.


O segundo agrupamento mencionado é o Executivo ou profissional que decide abandonar o emprego para criar algo próprio. E neste caso as dificuldades são de outra ordem.


Acostumado, por longo tempo, com as “benesses” do mundo empresarial , o profissional imagina criar algo onde vai assumir muito mais o cargo de “presidente”, uma vez que agora o negócio “será seu “. E mal sabe ele que necessita estar preparado para conciliar, por um bom tempo, os papéis de Presidente e Office-Boy, simultaneamente.


Na empresa havia um superior de quem ele podia reclamar. Uma secretária que resolvia as questões menores… e maiores. Alguém que ele nem identifica claramente, mas paga a conta de luz, água , telefone e condomínio. Só que agora tudo isto deverá sair do seu bolso.


Portanto o novo desafio será grande. Mas, acima de tudo ele deverá alterar sua postura de empregado para empreendedor. E muitos não conseguem isto com facilidade.


Por último, o que não significa que esgotam as alternativas, existe o profissional que se aposenta e imagina realizar o sonho da sua vida criando um negócio próprio.


Para este caso aplicam-se as reflexões colocadas para os que decidem abandonar o emprego.

Além disto, é da maior importância que o preparo para esta nova fase de vida tenha se iniciado com, pelo menos, 12 ou 18 meses de antecedência do desligamento.


Uma das maiores dificuldades que encontram os aposentados, especialmente aqueles que trabalharam na mesma empresa por longo tempo, é criar uma nova “identidade”, ou seja, substituir o sobrenome que vão perder no dia seguinte em que se transformam em “ex”.


Enfim, o que procurei alertar neste artigo é para os cuidados que cada agrupamento deve levar em conta ao empreender.


Cada grupo destes necessita abordar o tema de forma distinta, da mesma maneira como não existe uma receita para o sucesso de todos eles.


Empreender é uma arte que varia para cada caso e situação. Mas o país precisa, a cada dia, de novos empreendedores. E também este é um país com muitas oportunidades, escondidas atrás dos problemas que todos conhecemos.

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Por Contato Maturi 4 de novembro de 2025
O último MeetupMaturi de 2025 reuniu duas empresas que vêm se destacando na pauta da diversidade etária: Sanofi e Volkswagen . Representadas por Alexandre Porto, Co-líder do grupo Gerações Conectadas da Volkswagen, e Elcio Monteiro, do Pilar de Gerações+ da Sanofi, as organizações compartilharam suas jornadas no processo de Certificação Age-Friendly Employer, mostrando, na prática, o que significa transformar a cultura organizacional em direção a um ambiente realmente multigeracional. O encontro revelou aprendizados valiosos sobre como as empresas podem evoluir em seus roadmaps age-friendly — da conscientização à implementação de ações concretas. A seguir, reunimos cinco grandes insights dessa conversa inspiradora. 1. A jornada começa conhecendo a realidade geracional da organização Antes de qualquer estratégia, é essencial conhecer a própria realidade geracional. A Volkswagen percebeu que o primeiro passo para se certificar era entender quem são seus colaboradores 50+, onde estão as oportunidades e quais áreas precisavam se envolver mais com o tema. "O primeiro passo é saber onde estamos e com quem estamos. A diversidade etária começa olhando para dentro" 2. Ser uma empresa age-friendly é assumir um compromisso público A Certificação Age-Friendly Employer não é apenas um selo — é um compromisso público de avanço contínuo. Como destacou a Volkswagen, o mais importante é demonstrar, de forma transparente, como a empresa reconhece e valoriza o protagonismo das diferentes gerações. "Mais do que conquistar a certificação, é mantê-la viva no cotidiano da empresa” 3. O que importa é evoluir: a recertificação mede progresso, não perfeição A Sanofi, primeira empresa certificada e recertificada no Brasil, destacou que o processo é uma oportunidade para comparar a empresa com ela mesma. A cada recertificação, é possível medir avanços, consolidar práticas e aprimorar o que ainda precisa evoluir. “A recertificação é sobre amadurecimento — ela reconhece quem continua aprendendo.”, Elcio Monteiro 4. Trocas entre empresas aceleram aprendizados Um dos diferenciais do ecossistema Age-Friendly é o espaço de trocas entre empresas certificadas. Durante os fóruns e encontros promovidos pela Maturi, companhias como Sanofi e Volkswagen compartilham experiências, desafios e soluções. Essa colaboração tem gerado novos programas, ideias e conexões que fortalecem toda a rede. “Quando as empresas trocam, todo o ecossistema evolui” 5. Diversidade etária é parte da estratégia, não um projeto paralelo Tornar-se uma empresa Age-Friendly não é sobre um programa pontual, mas sobre incorporar a longevidade como valor estratégico. Como reforçou a Sanofi, uma empresa verdadeiramente diversa é aquela que reflete a sociedade onde está inserida — em idade, gênero, raça e experiências. “A diversidade precisa estar integrada à estratégia, não isolada em um pilar” O encontro com Sanofi e Volkswagen mostrou que o caminho para a maturidade corporativa é feito de aprendizado, comprometimento e cooperação. Cada empresa está em uma etapa diferente do seu roadmap Age-Friendly, mas todas compartilham o mesmo propósito: criar organizações mais humanas, inclusivas e preparadas para o futuro do trabalho. 💡 Quer saber mais sobre a Certificação Age-Friendly e como aplicar esse roadmap na sua empresa? 👉 Acesse agefriendly.com.br
31 de outubro de 2025
Sintomas da menopausa interferem no desempenho de 47% das mulheres
Pne
Por Contato Maturi 18 de setembro de 2025
5 benefícios equipes com diversidade etária