Como recrutar certo pessoas de diferentes gerações

Walter Alves • 25 de agosto de 2018

O capital intelectual e cultural, a experiência digital e a comunicação on-line são apenas algumas das características das gerações, seja a baby boomer (nascidos entre 1945 e 1960), a X (nascidos entre 1960 e 1990) e a Y ou do milênio (nascidos entre 1980 e 2000). Cada geração chega ao trabalho com um conjunto de qualificações e perspectivas diferentes.


Como cada geração prefere se comunicar


Saber das habilidades e preferências de comunicação de cada geração, durante o recrutamento, pode contribuir para um processo mais fluido e com resultados mais significativos.


Por exemplo, quando os baby boomers iniciaram suas carreiras, a Internet não existia, a comunicação, portanto, era feita por telefone ou correio tradicional. Daí alguns manterem preferência pelo e-mail, correio tradicional e telefone. Outros, se adaptaram às tendências on-line. Respeitar os diversos meios pode ajudar na comunicação mais fluida.


Muitas das pessoas da geração X, que já estavam no meio de suas carreiras na expansão da tecnologia digital -, podem facilmente lembrar quando não existiam Facebook, Snapchat, Twitter ou LinkedIn. Quando as mídias sociais emergiram alguns resistiram, enquanto outros se adaptaram rapidamente e se mostraram ansiosos por entrar na onda de modo a si promoverem e suas carreiras.


O Snapchat pode ser um aplicativo com muito apelo a alguém da geração Y, mas isto é menos provável para uma pessoa da geração X; para estes o LinkedIn e o e-mail são, frequentemente, os canais preferidos. No entanto, rejeitar canais alternativos de recrutamento como o Facebook ou o Instagram, poderia ser um erro, já que muitos da geração X foram atraídos por estes aplicativos.


Tendo nascido, ou sido criados, num ambiente digital on-line, os millennials são conhecidos por suas habilidades intuitivas na relação com as mídias sociais. Eles foram os primeiros a aderirem às mensagens de texto e selfies do Facebook, mas, geralmente, preferiem a comunicação por voz e feedback em tempo real.


A experiência gerada pelas diferenças


De acordo com a Dra. Mary Donahue, em The Marcia Moment: The Death of the Manage-Me Workplace (O Momento Marcia: A Morte do Ambiente de Trabalho), o recurso de todas as gerações vai além dos estilos de comunicação.


Por exemplo, os baby boomers acumularam capital intelectual através de suas várias décadas de experiência. Da mesma forma, os trabalhadores da geração X tiveram anos de experiência em contexto similares, ainda que menores.


Ambas acumularam capital em uma cultura em que a visão das lideranças era orientada por tarefas. Colegas e subordinados diretos eram valorizados pela experiência que traziam.


Trabalhar duro, para as duas gerações, significa manter o foco, independentemente, das horas empregadas e sacrifícios para suas vidas pessoais.


Muitos millennials, por outro lado, são conhecidos por valorizar a serendipidade sobre os ganhos salariais, a contribuição social e o trabalho colaborativo em vez da competição pelos melhores empregos e por ser o primeiro a cruzar a linha de chegada.


Para eles, com diferentes definições de sucesso que seus antecessores, construir seus sonhos significa priorizar liberdade pessoal e flexibilidade além das oportunidades da carreira.

A fim de encontrar e tirar proveito das ligações – e das diferenças – entre as gerações que trabalham juntas, é preciso reconhecer quais são as semelhanças e as disparidades.


Quer se trate de métodos de gestão e de desenvolvimento, para medição de desempenho individual ou promoção, a responsabilidade é da empresa na criação de uma cultura de recrutamento e seleção que atenda às características geracionais.


Recrutando com respeito


De acordo com a Dra. Mary Donahue, para atrair os baby boomers, assegure-se de que sua mensagem seja de respeito ao legado de cada um e como eles podem compartilhar seus saberes com as gerações mais jovens. Além disso, é preciso ter em mente que os boomers são motivados pelo reconhecimento de seu valor junto aos o líderes da empresa.


Para atrair geração X, mostre no seu recrutamento que reconhecerá o valor deles e saberá como integrá-los às equipes. Esta geração é motivada por um trabalho importante que somente “eles” podem fazer. Também acreditam que os resultados são orientados pelas realizações.


Para atrair a geração do milênio reforce que você estará em permanente comunicação mantendo-os atualizados sobre expectativas, metas e desempenho – fornecendo orientação e apoio. Em vez da tradicional avaliação anual, os millennials preferem feedback em tempo real.


Para atrair diferentes gerações, demonstre que a cultura de sua empresa está viva – a visão orgânica do crescimento, da expansão e da inovação devem estar na raiz da organização.


Além disso, a importância crescente das habilidades sociais, engajamento e identificação com o local de trabalho é mais importante do que nunca e, em alguns casos, eclipsa o salário e os benefícios.


O estresse saudável, ajudado por instrumentos adequados, cria um ambiente mais produtivo e centrado no cliente, o que atrai mais candidatos das várias gerações.

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

4 de novembro de 2025
O último MeetupMaturi de 2025 reuniu duas empresas que vêm se destacando na pauta da diversidade etária: Sanofi e Volkswagen . Representadas por Alexandre Porto, Co-líder do grupo Gerações Conectadas da Volkswagen, e Elcio Monteiro, do Pilar de Gerações+ da Sanofi, as organizações compartilharam suas jornadas no processo de Certificação Age-Friendly Employer, mostrando, na prática, o que significa transformar a cultura organizacional em direção a um ambiente realmente multigeracional. O encontro revelou aprendizados valiosos sobre como as empresas podem evoluir em seus roadmaps age-friendly — da conscientização à implementação de ações concretas. A seguir, reunimos cinco grandes insights dessa conversa inspiradora. 1. A jornada começa conhecendo a realidade geracional da organização Antes de qualquer estratégia, é essencial conhecer a própria realidade geracional. A Volkswagen percebeu que o primeiro passo para se certificar era entender quem são seus colaboradores 50+, onde estão as oportunidades e quais áreas precisavam se envolver mais com o tema. "O primeiro passo é saber onde estamos e com quem estamos. A diversidade etária começa olhando para dentro" 2. Ser uma empresa age-friendly é assumir um compromisso público A Certificação Age-Friendly Employer não é apenas um selo — é um compromisso público de avanço contínuo. Como destacou a Volkswagen, o mais importante é demonstrar, de forma transparente, como a empresa reconhece e valoriza o protagonismo das diferentes gerações. "Mais do que conquistar a certificação, é mantê-la viva no cotidiano da empresa” 3. O que importa é evoluir: a recertificação mede progresso, não perfeição A Sanofi, primeira empresa certificada e recertificada no Brasil, destacou que o processo é uma oportunidade para comparar a empresa com ela mesma. A cada recertificação, é possível medir avanços, consolidar práticas e aprimorar o que ainda precisa evoluir. “A recertificação é sobre amadurecimento — ela reconhece quem continua aprendendo.”, Elcio Monteiro 4. Trocas entre empresas aceleram aprendizados Um dos diferenciais do ecossistema Age-Friendly é o espaço de trocas entre empresas certificadas. Durante os fóruns e encontros promovidos pela Maturi, companhias como Sanofi e Volkswagen compartilham experiências, desafios e soluções. Essa colaboração tem gerado novos programas, ideias e conexões que fortalecem toda a rede. “Quando as empresas trocam, todo o ecossistema evolui” 5. Diversidade etária é parte da estratégia, não um projeto paralelo Tornar-se uma empresa Age-Friendly não é sobre um programa pontual, mas sobre incorporar a longevidade como valor estratégico. Como reforçou a Sanofi, uma empresa verdadeiramente diversa é aquela que reflete a sociedade onde está inserida — em idade, gênero, raça e experiências. “A diversidade precisa estar integrada à estratégia, não isolada em um pilar” O encontro com Sanofi e Volkswagen mostrou que o caminho para a maturidade corporativa é feito de aprendizado, comprometimento e cooperação. Cada empresa está em uma etapa diferente do seu roadmap Age-Friendly, mas todas compartilham o mesmo propósito: criar organizações mais humanas, inclusivas e preparadas para o futuro do trabalho. 💡 Quer saber mais sobre a Certificação Age-Friendly e como aplicar esse roadmap na sua empresa? 👉 Acesse agefriendly.com.br
31 de outubro de 2025
Sintomas da menopausa interferem no desempenho de 47% das mulheres
Pne
Por Contato Maturi 18 de setembro de 2025
5 benefícios equipes com diversidade etária