Como foi participar do processo seletivo Credicard 50+

Regiane Bochichi • 23 de março de 2021

Seis profissionais foram contratados para o Credicard 50+ um programa piloto liderado pela Maturi com o apoio do Itaú Viver Mais depois de um intenso processo de recrutamento.


“Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui”. A letra da banda Cidade Negra resume bem o programa “Credicard 50+” que contratou seis profissionais que já estão na ativa depois de passarem por um intenso processo de recrutamento e seleção.


O projeto liderado pela Maturi com o apoio do Itaú Viver Mais – Instituto do Itaú Unibanco, começou em dezembro e recebeu um total de 2381 candidatos para as Jornadas de Rentabilização, Benefícios, Conta de Pagamento, Atendimento e Uso de Cartão.


De lá até a escolha final, o caminho foi longo. Em uma primeira etapa, um match inteligente aprovava os perfis com mais de 50 anos, que moravam em São Paulo e possuíam ensino superior.


Em seguida, foi feita a leitura dos CVs para entender as expertises de cada candidato e avaliação de testes iniciais, como redação, lógica e língua portuguesa.


A próxima tarefa foi analisar os vídeos de até um minuto e meio na qual os candidatos deveriam apontar soluções específicas para cada jornada.


Depois, mais um teste comportamental e de excel. Feito este funil, cerca de 80 deles foram convidados a participar de dinâmicas de grupo virtuais onde tiveram um Estudo de Caso para trabalhar em equipe. Os selecionados partiram, então, para as entrevistas finais com a equipe da Maturi e, posteriormente, com os gestores das squads da Credicard.


“Foi feito um percurso de preparação para que o candidato que chegasse na dinâmica, tivesse conhecimento dos produtos, da empresa, de quem ele mesmo(a) é, fazendo uma revisão de sua trajetória pessoal e reativando habilidades que poderiam estar adormecidas”, relata a coordenadora do projeto e responsável pelo RH da Maturi, Fabiana Granzotti. “A trajetória, apesar de mágica, não foi inventada. Usamos conceitos de psicologia e de seleção de pessoas para chegarmos aos melhores de maneira imparcial e com muita dignidade”.


Fabiana contou com a colaboração da consultora de desenvolvimento humano, Cecília Pedro Barboza, na estruturação do processo seletivo, levantamento do perfil, análise de testes, redação, vídeos, currículos, perfis comportamentais, condução das dinâmicas de grupo,  entrevistas, na estruturação de workshops e no acompanhamento dos maturis selecionados e também, dos gestores da Credicard.


“Foi um processo seletivo detalhado para o Credicard 50+, com etapas bem claras, uma comunicação eficiente e com feedbacks a cada fase,” ressalta a contratada Kátia Adriane Botelho.


“Até agora tudo tem ocorrido de maneira super organizada e me sinto parte disso, de forma a sentir uma imensa felicidade. Estou agradecida, viva, capaz e incluída, finalmente, numa equipe de trabalho e de volta ao mercado de trabalho”.

imagem mostra printscreen da tela do Zoom, todos os participantes estão fazendo um m com os dedos (três dedos abaixados)

Candidatos


Kátia, como muitos outros profissionais, sofreu o baque da crise sanitária. Desde 2017 estava fora do mercado formal e no ano passado, se viu literalmente sem trabalho, tendo de consumir suas economias.


Conheceu a Maturi, se cadastrou no início do ano passado e começou a se candidatar em processos seletivos específicos para os 50 mais. Em dezembro, recebeu um e-mail sobre a parceria da Maturi com a Credicard e o Instituto Itaú Viver Mais para vagas de consultores e não teve dúvidas, se inscreveu para quatro jornadas.


Mesmo tendo que fazer atividades e testes específicos para cada uma delas, não desanimou. O resultado: foi disputada pelos gestores de Conta de Pagamento e Uso do Cartão, sendo convidada para a segunda.


A sintonia com os novos gestores foi imediata a ponto de na última entrevista, ao saber que no dia seguinte seria aniversário dela, eles providenciarem a entrega de um bolo em sua residência.


Por conta da pandemia e de doença da mãe, ela tinha voltado para a casa materna e a encomenda acabou perdida no antigo endereço. “Quando eu soube de todo o esforço que fizeram, percebi que os olhares deles foram muito além do aspecto profissional, mas acima de tudo levaram em consideração o lado humano”, se emociona mais uma vez ao contar sobre o gesto. “Isso me deu ainda mais gana para me empenhar ainda mais no meu trabalho”.


Quem também se inscreveu em duas jornadas de benefícios e atendimento no Credicard 50+ foi a publicitária Taciana Mello. Na Jornada de Benefícios, onde foi convidada a atuar, vai poder trazer toda a sua experiência que adquiriu como “self made woman” mundo afora.


Depois de anos morando no exterior, retornou em 2018 e estava em busca de uma oportunidade no mundo corporativo. “Queria muito ver as mudanças ocorridas durante este período que estive fora e entender como posso compartilhar o que vivi na estrada e aplicá-los ao ambiente de negócios tendo como foco no cliente”.


Como head de marketing do projeto The Girls on the Road, visitou 24 países para registrar o empreendedorismo feminino. As experiências de mulheres tão diversas, como as das cubanas e das árabes, foram compiladas em um livro “Do jeito delas” e em um documentário “Do nosso jeito” (trailer abaixo) que será lançado ainda este mês em vários serviços de streaming.


Com a parceira Fernanda Moura, percorreu 99.534 mil quilômetros e realizou mais de 300 entrevistas em 5 continentes. “O que extrai deste rico contato é que empreender é muito mais um estado de espírito do que qualquer outra coisa. É uma atitude que extrapola o CNPJ”. E completa: “Vi exemplos de empreendedoras que não perdiam tempo com os recursos que não tinham e estavam focadas em procurar soluções para fazer com o que se tinha. Este é o tipo de aprendizado que quero levar para dentro do Credicard 50 + “

O bichinho do empreendedorismo também mordeu Fábio Machiaverni, contratado para uma posição na jornada Conta de Pagamento.


O engenheiro fez carreira na área de Telecom onde trabalhou na Vivo e na Claro e teve duas empresas de consultoria. Hoje, é sócio de uma barbearia e estuda para se tornar um mediador de conflitos credenciado pelo Conselho Nacional de Justiça.


A posição no programa Credicard 50+ caiu como uma luva, pois além de ser do lado de sua casa – planeja ir de bicicleta assim que (e se) acabar o regime de home office – o período de seis horas de trabalho o possibilita a manter as outras atividades que está envolvido.


“Não foi o fator financeiro que me atraiu, mas acima de tudo a possibilidade de aprender e ensinar. Estou com muita vontade de trabalhar”, comenta. “Fiquei particularmente interessado no treinamento de metodologias ágeis que recebemos nos primeiros dias de março”.


Com sua formação, tirou de letra o teste de excel e teve alguma dificuldade para se soltar na gravação do vídeo. Diferente de Taciana, que com anos de intimidade com a câmera, fez os vídeos solicitados na etapa de seleção com bastante naturalidade.


Em qualquer adversidade encontrada, a equipe da Maturi esteve presente para dar a mão, ensinar o caminho das pedras e acompanhar o candidato em todo o processo. “Foi um exercício diário de persistência e de mostrar humildade para vencer todas as etapas”, relembra Fabiana, especialista em processos seletivos 50 +.


Etarismo


Ultrapassadas as etapas tecnológicas e de qualificação, o que dava tranquilidade aos candidatos do Credicard 50+ era saber que o fator idade não interferiria no resultado final.


“Reunimos nossas experiências profissionais, considerando o foco de diversidade etária e estamos exercitando a inclusão dos maduros, em projetos com metodologias atuais e valorizando a intergeracionalidade”, afirma psicóloga Cecília. “A inclusão não é esse ou aquele, mas, sim, essa pessoa e aquela pessoa, todos podem contribuir e compartilhar suas experiências!”


Quando participava de outros processos seletivos, sem o foco da diversidade etária, Kátia relata que quando chegava na fase final não era escolhida por questão dos muitos conhecimentos profissionais adquiridos no decorrer dos anos, mas, principalmente, pelo fator idade.


Cansou de ouvir frases como “você deveria agradecer pois te dei uma oportunidade apesar da idade” ou “a contratante deu preferência para um candidato mais jovem”. Na sua opinião: “uma das formas mais adequadas de combater o etarismo é disseminar informações pertinentes ao tema, a fim de oportunizar que a população de maneira geral tenha conhecimento sobre a velhice e que entenda que todo mundo vai envelhecer um dia, ou seja, melhor mudar essa realidade antes que ela pegue você mais adiante”.


Na posição de empregador, Fábio admite que contribuiu para acentuar as estatísticas do outro lado do balcão, dando preferência para a contratação de jovens.


Estudo elaborado pelo Observatório Softex que traçou um perfil do profissional de TI (Tecnologia da Informação) no Brasil, em 2019, apontou que 65% deles estavam na faixa etária entre 25 e 39 anos. “Eu fui preconceituoso como gestor e só procurava pessoas na faixa dos 30. Hoje, quero ser uma agente de mudança e mostrar exemplos para quebrar este paradigma”.


O desejo de mudar o mercado de dentro pra fora, proporcionou ao time Credicard aprofundar o tema da inclusão da Diversidade Etária. Por isso, a Maturi também está realizando ações de intergeracionalidade durante o Programa com todo o time Credicard, com especialistas nos temas: Mórris Litvak – CEO e Fundador da Maturi, Fran Winandy, Cecilia Barboza e Fabi Granzotti.


Mulher, homossexual e com 51 anos, Taciana viveu situações onde o preconceito era velado, implícito. O que não fez desistir em traçar um caminho para se manter verdadeira dentro dos núcleos familiar, social e profissional.


Com a pesquisa junto as mulheres, credita ainda que ser do sexo feminino é a pior condição dentre os três. Os números comprovam sua tese.


No ano passado, a ONU apresentou uma pesquisa onde analisou 75 países, que representam 80% da população global, e concluiu que nove a cada dez pessoas, inclusive mulheres, têm preconceito de gênero.


Estes preconceitos vão desde afirmações que os homens são melhores políticos e líderes de negócios até que ir à universidade é mais importante para os homens; ou ainda que deveriam ter um tratamento preferencial em mercados de trabalho competitivos.


“Todo o preconceito é burro e é um reflexo do pouco conhecimento do universo que ele está inserido”, avalia. “Mesmo em pleno século 21, a mulher ainda é vista como um ser menor, muitas vezes, incapacitada”. Como Fábio, ela também deseja fazer parte do movimento para transformar esse cenário.


O programa Credicard 50 + é uma destas ferramentas. Durante seis meses, eles, juntos com os demais contratados: Antônio Alfredo Silva (Rentabilização), Arlene Silva Affonso (Conta de Pagamento) e Maria Cristina Saldanha (Atendimento), serão submetidos a diversos treinamentos conduzidos pela Maturi, tais como Trabalho em Equipe, Comunicação, Empatia, Relacionamento, Diversidade, Relações Intergeracionais e Metodologias Ágeis e inseridos nas equipes para mostrar os valores dos maturis nesta estrada. E como diz a canção lá do início.


“Com a fé do dia a dia encontro a solução”

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