De executivo a estagiário: uma história com um final feliz

Regiane Bochichi • 25 de maio de 2020

 

José Fernando Rocha Coelho deixou altos cargos executivos para encontrar novas formas de se sentir autor de sua trajetória profissional.


Sua trajetória bem que poderia dar um roteiro de Hollywood e não é à toa que José Fernando Rocha Coelho ganhou o papel de “Um Senhor Estagiário” depois de ter alcançado em sua vida profissional os mais altos cargos do mundo corporativo em empresas como Shell, IBM, Lotus, Microsoft e Salesforce.


Hoje, assume com bom humor a comparação com Robert de Niro, no filme de 2015, ocupando o cargo de diretor de vendas da The Plot Company, empresa especializada em storytelling para produtos audiovisuais, cuja média de idade do seu quadro de funcionários é de 21 anos. 


“O clima dentro da empresa não tem nenhum peso de idade. O que vale é tirar a casca de executivo e lembrar sempre: você está em uma posição, mas você não é esta posição”, ensina com toda a sabedoria que a sua a senioridade nos dá.


Atualmente, tem trabalhado em homeoffice da sua casa em Avaré, cidade onde nasceu e mantém suas raízes, por mais de 10 horas por dia. A tecnologia e a distância nunca lhe assustou. Aliás, construiu sua carreira em empresas de vanguarda. "Sou um dinossauro e acompanhei uma evolução sem igual. Tenho muita gratidão por estar vivendo neste período da história da humanidade na qual o progresso impactou em uma mudança drástica e rápida da sociedade”, afirma.


“Sou do tempo que os computadores enormes ficavam trancados em uma sala inacessível e agora, todo mundo tem um na palma da mão”, completou.


Acompanhou o glória e ascensão da maioria delas: da TV branco e preto a 8K; do telefone fixo ao smartphones; do DOS ao Windows; do Orkut ao Facebook; do ICQ ao WhatsApp; do PacMan ao Minecraft.


Vivenciou de perto a morte da Lotus, companhia de software que inventou a primeira planilha, foi comprada pela IBM e engolida pela Microsoft, pois não soube perceber o avanço das inovações. Mais um clássico que mostra que não dá para ficar parado mesmo tendo um produto de ponta em mãos.


Com 59 anos, Coelho está empolgado e cheio de planos apesar da quarentena. Nem parece a mesma pessoa que caiu em depressão ao ser despedido, com 18 meses de casa, da Salesforce onde ingressou em 2017, depois de deixar o cargo de diretor de Tech Sales & Software Lab Services para a América Latina da IBM.


Saiu do comando de mais de 600 pessoas para uma esquema de trabalho mais individual o que lhe trouxe dificuldades de adaptação. “Fiquei muito frustrado em não conseguir performar e com a minha falta de capacidade de lidar com aquela nova situação”.


Demorou um pouco para encontrar forças para se reerguer do que considerou o seu segundo e maior fracasso. O primeiro, foi a falência da West Informática que fundou em 1987, e fechou como uma das consequências desastrosas da interferência do Plano Collor na economia do País e que ele atribui também a falta de traquejo e experiência.


Aos poucos, foi se abrindo para novas oportunidades, entrou para o board de da startup Anáhata Serviços Agronômicos, que oferece uma solução para a supressão de pragas agrícolas, presta consultoria por meio da JfrC Consultoria, está escrevendo um livro sobre gordofobia nas empresas e dá cursos e palestras. 


Foi neste ponto que seus caminhos e da Plot se cruzaram mais uma vez. O executivo tinha conhecido o dono da empresa, Joni Galvão, quando ainda tinha o crachazão da IBM no peito. “Ele me ajudou a moldar uma palestra que tinha de fazer e trouxe uma abordagem completamente disruptiva”, relembra. “No ano passado, o contatei para que me auxiliasse na montagem dos produtos desta nova etapa da minha vida e de cliente, virei parte do time”.


Agora, além de se ocupar dos novos negócios da empresa, continua a mil com o livro. Quer contar como deu a virada da obesidade mórbida para uma vida saudável e o que sofreu por causa da sua aparência diante dos chefes, colegas, clientes e fornecedores.


Hoje, também luta pelo estigma da idade e da super qualificação. “Tudo isso não pode ser uma barreira para a gente deixar de produzir”, relata. “O importante é sermos flexíveis e buscar modelos diferentes de trabalho. Afinal, não sabemos o que vai ser do mundo, mas não temos de aprender tudo a fórceps”.


Com um pouco de controle de ansiedade, fé e abertura dá para escrever uma história com final de feliz.

Se quer conhecer mais da trajetória e dos pensamentos de José Fernando Rocha Coelho, acompanhe a gravação da live do Maturi que participou em 14 de maio aqui.



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