Empreendedoras (e empreendedores) 50+: A hora da ação!

Tássia Chiarelli • dez. 11, 2016

Entre uma xícara de café e uma prosa, aconteceu o último encontro colaborativo desse ano das Mulheres 50+ em Rede, cuja temática foi “Como alavancar a minha empresa?”. Uma pergunta pretensiosa, sem uma resposta única, e que coloca para a discussão em que pé está o nosso empreendimento.


Aproveitei o encontro e fiz uma pergunta para que respondessem de forma anônima. Eu queria entender quais eram as principais dificuldades em empreender na visão delas. Adivinha quais foram as respostas que mais apareceram?


Planejamento estratégico e divulgação de produtos/serviços de forma assertiva. O planejamento é o cérebro da empresa. Faz total sentido a preocupação com uma área que vai direcionar as ações atuais e futuras do negócio. A divulgação de produtos/serviços está relacionada com o planejamento. Quantos produtos quero vender? Em que área quero atuar? Onde irei expandir meu serviço?


Pensando nessa demanda levantada. Trago aqui algumas maneiras de transformar dificuldade em possibilidade e, por consequência, em ação. Porque a empresa não cresce ou se fortalece, se não houver uma ação controlada. Seja ela pequena ou grande, a cada dia é preciso dar mais um passo em consonância com o que está planejado.


Vamos lá?


Primeiro, como eu sei que a minha empresa precisa se planejar melhor? Tente explicar em 60 segundos o que faz a sua empresa.


Se você tiver grande dificuldade de se articular, ou se a sua resposta gerar muitas dúvidas para o seu interlocutor, isso pode indicar que você não tenha uma ideia clara sobre o que oferece. Essa técnica de apresentar o seu negócio em um intervalo pequeno de tempo é conhecida como Pitch Elevator, muito utilizado quando startups buscam investidores. Contudo, cabe perfeitamente para o nosso caso.


Bom, descobri que não tenho uma ideia tão clara sobre o meu negócio, como posso melhorar

isso? Sempre trago como alternativa o uso do Canvas. O Canvas é uma ferramenta que auxilia a estruturar o seu modelo de negócio.


Ele é fácil de usar e pode ser encontrado na internet. O Sebrae oferece uma plataforma para testar e validar o seu Canvas (www.sebraecanvas.com). De modo simplificado, o Canvas é dividido em caixinhas. Cada uma delas serve para você escrever sobre determinada área da sua empresa.


Aconselho a começar pela “Proposta de Valor”, o que realmente você oferece? Qual é o seu diferencial diante dos outros? A partir disso, você vai preenchendo as outras caixas, como por exemplo, quem é o seu cliente, como você entrega o seu produto/serviço, e assim por diante. Vale a tentativa!


Agora que já tenho uma ideia mais clara sobre a minha empresa. Qual é o próximo passo? Saber onde você quer chegar. Para isso você precisa entender o cenário. Quais são as tendências? Quem são seus concorrentes? Onde você tem maiores chances de crescer visualizando o mercado.


Esse é o momento que eu ilustro da seguinte forma: ao utilizar o Canvas nós estamos organizando a nossa casa, ou seja, passamos por todos os cômodos e fazemos aquela faxina.


Quando estudamos os cenários é o momento em que abrimos as janelas da nossa casa. É olhar além-empresa e ver quais são os movimentos/comportamentos do seu jardim, da sua rua, da sua cidade, e por aí vai…


Depois de estudar a minha empresa e os cenários, tem mais alguma coisa que ainda preciso fazer? Várias coisas! A partir do momento que você consegue ter uma maior clareza da sua empresa de um modo geral, chegou o momento de avançar entre planejamento para ação.


Como? Defina metas reais e prazos para realizá-las. Digo metas reais, porque é claro que todos nós queremos ter uma empresa de sucesso e para isso precisamos sonhar alto.


Contudo, também precisamos ser coerentes com a nossa situação atual. Defina metas factíveis, pensando que ao conquistá-las você chegará mais próxima da sua pretensão.


Leve a construção das metas bem a sério. Se construirmos metas fantasiosas, podemos nos frustrar mais adiante. E se construirmos metas que não fazem tanto sentido com os resultados que pretendemos alcançar, provavelmente a sua ação não terá direção e, por consequência, crescimento ou fortalecimento da sua empresa.


Já fiz toda a lição de casa: tenho um modelo de negócio claro, sei onde estou pisando e onde pretendo chegar e já tenho colocado em prática as minhas principais metas. Acabaram as lições? Não! Sempre há mais para se buscar.


Trago como última dica para esse artigo, que você não seja um empreendedor solitário. Essa questão da solidão no empreendedorismo foi levantada no último encontro das Mulheres 50+ em Rede, e precisa de atenção.


Todas as sugestões levantadas acima são interessantes e fazem muito mais sentido quando compartilhadas entre a sua equipe, ou seja, sua sócia ou sócio, seus funcionários. Caso você seja um empreendedor individual, isso não quer dizer que você precisa ser um empreendedor solitário.


Compartilhe suas ideias com familiares e amigos que possam te apoiar e dar orientações nesse sentido. Além da sua rede pessoal, cada vez mais há cursos e encontros que você pode trocar ideias com outros empreendedores ou interessados. Não se limite. Acredite no poder da rede. Deixo como alternativa o próprio grupo da Mulheres 50+ em Rede (www.facebook.com/groups/mulheres50mais), além da Comunidade MaturiJobs no Facebook ( em www.facebook.com/groups/maturijobs) para quem tiver interesse em começar a adentrar nessa economia colaborativa. Apesar de ser organizada por empreendedoras a partir de 50 anos de idade, não temos preconceito com outras faixas etárias e com o público masculino.



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