Somos refugiados digitais?

Fran Winandy • 28 de agosto de 2021

A resposta é: sim. Passamos de imigrantes digitais para refugiados digitais. Entenda por que:


O ano de 2020 ficou marcado, especialmente para nós, profissionais 50+, que fomos praticamente expulsos das organizações: pessoas mais velhas foram consideradas “grupo de risco” que boa parte das empresas, optando pelo caminho mais fácil, julgou mais prudente não ter.


Assim, alguns de nós fomos para o home office sem orientação, treinamento ou estrutura; outros, sumariamente desligados.


Já usávamos o WhatsApp (boa parte já tinha o ” grupo família” ou grupos de amigos), conhecíamos o Skype de “antigamente” (que nos permitia fazer ligações gratuitas para o exterior), dominávamos o Facebook e tentávamos compreender o Instagram. 


Mas começamos a perceber que tínhamos que agilizar e aprofundar nossos conhecimentos tecnológicos, já que os cursos, entrevistas e reuniões no Zoom pipocavam e agora recebíamos convites para entrar em grupos do Telegram, algo que não sabíamos ainda exatamente o que era, e participar de lives no Instagram.


Nomes estranhos como Teams, Meets e WebEx passaram a fazer parte do nosso vocabulário e nossas pobres conexões discadas passaram a não dar conta de tamanho tráfego virtual.

recorte de lajotas escrito ''we were all once refugees'' em tradução livre

Nossos equipamentos tiveram que ser trocados, turbinados ou atualizados, e, junto com eles, nosso entorno, já que a ergonomia passou a ser importante para que a saúde física pudesse acompanhar a evolução mental. A evolução, mas não a saúde mental. Essa ficou de lado, meio desprezada, como nós.


Assim, nossa busca de integração profissional, antes moldada pela transição do analógico para o digital, tornou-se mais complexa e assustadora frente aos contornos exigentes e preconceituosos do novo cenário: ” decifra-me ou te devoro”.


Adaptação aos novos tempos


Passamos de imigrantes digitais para refugiados digitais, porque não tivemos escolha, já que fomos sistematicamente ignorados de quase todas as estratégias anteriores de transformação digital. De repente, tivemos que nos mudar para um território estranho, com fronteiras pouco claras e um idioma cheio de palavras estranhas.


Professores passaram a ministrar seus conteúdos on line à toque de caixa, candidatos aprenderam a gravar vídeos de apresentação no celular e participar de dinâmicas de grupo virtuais.


Fomos convidados a fazer lives no Instagram e participar de festas de aniversário através de plataformas diversas. E aprendemos. Aliás, aprendemos e nos adaptamos muito bem, a despeito de todos os prognósticos contrários! Alguns de nós se tornaram inclusive influenciadores digitais, vejam só!


Como a maior parte dos refugiados digitais, somos resilientes. Estamos acostumados a lidar com o etarismo e, como sempre, tiramos de letra! Sabemos que em breve seremos maioria, o que nos traz uma pitada de otimismo nessa equação.


Além disso os estudos comprovam: times multigeracionais produzem mais e melhor! A diversidade etária traz engajamento, inovação e resultados financeiros.

foto de um home office, na tela do computador está escrito

Economia da longevidade


Trazendo mais um pouco de confiança para esse cenário, é importante lembrar que, se fossemos um país, seríamos a 3ª economia do mundo.


A economia prateada movimenta lá fora cerca de 15 trilhões de dólares e por aqui quase 2 trilhões de reais, o que não são quantias irrelevantes: parte de nós tem dinheiro e quer gastar!


Pesquisas indicam que influenciadores digitais maduros estimulam o público 50+ a comprar. Outras, apontam para a insatisfação dos produtos e serviços oferecidos a este mesmo público. Portanto, existe um espaço a ser ocupado.


A primeira dedução que podemos fazer é que as empresas precisam de nós, para produzir, inovar, comprar e vender! Algumas já estão se movimentando.


Aquelas que ainda não compreenderam isso, estão perdendo dinheiro. Mas, para virar esse jogo, precisamos mais do que isso. Precisamos do engajamento dos envolvidos.


E, mais do que isso, precisamos deixar nossa vaidade e individualismo de lado: a batalha contra o etarismo demanda união! #juntospodemosmais!

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Pne
Por Contato Maturi 18 de setembro de 2025
5 benefícios equipes com diversidade etária
23 de julho de 2025
O MaturiFest, maior festival de trabalho e empreendedorismo 50+ da América Latina, chega à sua 8ª edição de 21 a 23 de agosto de 2025, na UNIP Paraíso, em São Paulo. Promovido pela Maturi, empresa nacional especializada em empregabilidade, desenvolvimento e capacitação de profissionais com mais de 50 anos, o evento será realizado em formato híbrido e marca os 10 anos de atuação da empresa. Nesta edição comemorativa, nomes de destaque como Ana Paula Padrão, Carolina Ferraz e Caito Maia já estão confirmados na programação. Realizado em parceria com o Ministério da Cultura, o MaturiFest propõe uma experiência transformadora que combina aprendizado, prática e conexões com propósito. A programação do MaturiFest inclui painéis, palestras e oficinas práticas com temas essenciais para a reinvenção profissional. Entre os assuntos abordados estão: reinvenção de carreira, metodologias ágeis, inteligência artificial, entrevistas e currículos, marketing digital, finanças, storytelling, redes sociais, LinkedIn, Canva, WhatsApp Business, ESG, validação de ideias e muito mais. Segundo Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, o festival é um verdadeiro ponto de encontro para quem deseja seguir aprendendo, inovando e se conectando. “O MaturiFest 2025 celebra os 10 anos da Maturi com uma imersão em aprendizado, reinvenção e conexões. Especialistas de diversos setores compartilham tendências, ideias e práticas que inspiram novas possibilidades na vida profissional e pessoal, tudo pensado para quem quer continuar crescendo com propósito e atitude”, comenta o CEO. Um dos grandes destaques deste ano será a MaturiConecta, feira de conexão e empregabilidade 50+, para que profissionais de RH de empresas apresentem como é trabalhar em suas organizações e até mostrem oportunidades e, por outro lado, as pessoas 50+ se inscrevem e se aproximam de organizações que valorizam a Diversidade Etária. Além disso, serão apresentadas novas soluções da Maturi desenvolvidas especialmente para empresas que valorizam a longevidade no ambiente de trabalho. Para fomentar ainda mais o empreendedorismo maduro, o evento contará com o Acelera Maturi, concurso de startups 50+, que terá apresentações de pitches ao longo da programação e premiará o projeto vencedor com R$ 10 mil e 3 meses de mentorias com a Maturi. Também serão lançados dois estudos inéditos, um sobre educação financeira e outro sobre economia circular, ESG e sustentabilidade na maturidade. Outra novidade que será apresentada no festival, é o lançamento da MaturiNegócios, plataforma digital que facilita a troca de produtos e serviços entre empreendedores maduros. A proposta inclui o uso de uma moeda virtual interna, permitindo negociações sem a necessidade de dinheiro físico. Na edição anterior, em 2024, o MaturiFest reuniu mais de 4 mil participantes online e 1.500 presencialmente. Foram 36 oficinas práticas, 28 painéis, 60 horas de conteúdo e a participação de 82 especialistas. Para 2025, a expectativa é ampliar ainda mais o alcance e o debate sobre temas como novas formas de trabalho 50+, mercado prateado, upskilling e reskilling, equidade e inclusão, saúde física e mental, segurança digital e inovação. O festival oferece duas modalidades de ingresso, presencial e online, ambas com versões gratuitas e pagas. O ingresso presencial garante acesso completo a toda a programação, incluindo oficinas práticas, mentorias, palestras e painéis, além da transmissão online e acesso às gravações. Já a modalidade online é voltada a quem acompanha à distância, com acesso à transmissão ao vivo. Assinantes do MaturiClub têm ingresso gratuito, além de acesso às gravações. Mais informações e a programação completa estão disponíveis no site oficial do evento . Serviço: Data: 21 a 23 de agosto de 2025 Horário: das 09h às 19h Local presencial: UNIP Paraíso (Rua. Apeninos, 614, São Paulo – SP) Online: Transmissão online no Youtube da Maturi
11 de fevereiro de 2025
Há cinco anos, comecei a perceber um movimento crescente nas redes sociais: um número expressivo de influenciadores maduros estava se destacando, conquistando audiências engajadas e criando conteúdos autênticos. No entanto, o mercado publicitário ainda os ignorava, concentrando suas atenções quase exclusivamente nos perfis mais jovens. O reconhecimento desse potencial veio de forma natural, através de conversas com esses criadores. Muitos me procuravam dizendo: "Tenho um perfil no Facebook com 200.000 seguidores e quero me expandir nisso. O que devo fazer?" . Ficou evidente para mim que havia um enorme espaço para esses talentos, mas faltava suporte, visibilidade e oportunidades. Foi então que criei o Silver Makers , um hub de marketing de influência totalmente focado em perfis 50+. Nosso propósito sempre foi claro: dar protagonismo aos influenciadores maduros e mostrar ao mercado o imenso valor desse público. Nosso lema reflete essa missão: dar voz, vez e valor ao público sênior! De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok permitem que influenciadores maduros criem comunidades engajadas e colaborem com marcas que reconhecem o valor de suas trajetórias. O Que Faz um Influenciador Maduro se Destacar? Os influenciadores 50+ trazem consigo algo inestimável: experiência de vida. Eles passaram por desafios pessoais e profissionais, acompanharam diversas transformações sociais e culturais e, por isso, têm muito a compartilhar. Esse repertório torna seus conteúdos autênticos e valiosos para diversas audiências, desde outros maduros em busca de representatividade até jovens que enxergam neles mentores naturais. Tendências de Conteúdos que Performam Bem Os influenciadores maduros estão se destacando em diversos segmentos, trazendo autenticidade, representatividade e quebrando estereótipos. Alguns formatos de conteúdo que têm grande engajamento incluem: ● Bem-estar e saúde: Rotinas saudáveis, alimentação equilibrada, exercícios físicos adaptados e cuidados com a mente. ● Finanças na maturidade: Estratégias para administrar recursos, organizar a aposentadoria e buscar novas fontes de renda. ● Empreendedorismo e reinvenção profissional: Histórias inspiradoras de quem mudou de carreira ou começou um novo projeto depois dos 50. ● Entretenimento e estilo de vida: Viagens, moda, comportamento e cotidiano, mostrando que a maturidade é uma fase vibrante e cheia de possibilidades. ● Tecnologia e inclusão digital: Criadores que desmistificam a tecnologia, ajudando a reduzir a exclusão digital e incentivando o aprendizado contínuo. ● Celebridades 50+ e o combate ao etarismo: Figuras públicas que usam suas redes sociais para desafiar estereótipos e mostrar uma longevidade ativa e atuante. ● Mulheres e os desafios da maturidade: Cada vez mais influenciadoras falam abertamente sobre temas como menopausa, ajudando sua audiência a lidar melhor com questões antes consideradas tabu. ● Gastronomia afetiva: Perfis de talentos culinários que ensinam receitas deliciosas e resgatam a memória afetiva por meio da comida. ● Conexão intergeracional: Netos que compartilham momentos divertidos com seus avós, valorizando a experiência e a sabedoria da longevidade. Independentemente do nicho, todos esses criadores têm algo em comum: valorizam a maturidade e combatem a visão ultrapassada de uma longevidade frágil e limitada. Eles mostram, na prática, que viver mais também significa viver melhor, com propósito e protagonismo. O Papel das Marcas na Valorização da Experiência As marcas que reconhecem o valor da experiência colhem os frutos de uma comunicação mais autêntica e conectada com um público que tem muito a dizer. O Banco Mercantil tem sido um dos protagonistas desse movimento, investindo no potencial dos influenciadores digitais 50+, apoiando criadores e descobrindo novos talentos. A presença do Banco nesse cenário reforça a relevância desse público e valoriza o protagonismo dos maduros no digital. Porque, assim como eles, o Banco acredita que a experiência inspira, transforma e gera impacto real. Gostou? Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers