Trabalho, aposentadoria e previdência social: uma equação para Einstein

Denise Mazzaferro • 17 de março de 2019

Desde que iniciei minhas reflexões no universo da longevidade e do envelhecimento percebi que resolver a equação Trabalho + Aposentadoria + Previdência Social de modo satisfatório para nossas vidas é um desafio digno de Albert Einstein. Assim, precisaríamos, mesmo, de um “Einstein” para montarmos esta equação de modo que todos esses fatores fossem contemplados com total sucesso.


Diariamente, quando vejo as notícias, me deparo com os números previdenciários. Esses dados são “tristes” e preocupantes e precisavam mesmo de uma solução que atendesse as expectativas das pessoas. Aparentemente essa questão está sendo encaminhada e pode ter uma solução em breve.


Mesmo assim, precisamos lembrar que a aposentadoria não foi criada para ser a nossa única fonte de renda na fase pós-trabalho ou pós-carreira. Isso porque a aposentadoria tem o conceito de “benefício”, com um significado relacionado a proveito, ajuda ou vantagem.


Quando entendemos a aposentadoria dessa forma, esse complemento deveria ser parte de nosso orçamento, o que exige um plano de vida para nos livrarmos da dependência de recursos que podem sim ser escassos.


Mas acabamos distraídos pela ênfase da imprensa em torno da questão previdenciária e nos esquecemos de muitas outras variáveis.


E essas variáveis estão diretamente relacionadas aos desafios que a longevidade nos apresenta e que englobam fatores financeiros e não financeiros, o lado econômico e psicológico, as questões racionais e emocionais do afastamento de nosso local de trabalho cotidiano.


Assim, a questão financeira é essencial para vivermos mais. No entanto, o dinheiro está longe de ser o único componente com o qual devemos nos preocupar.


É preciso considerar nessa equação a família, os amigos, a saúde mental, os relacionamentos que deixamos na empresa, o prazer e o propósito de vida, todos elementos de crucial importância para uma vida feliz no pós-carreira.


Mas qual seria esta incrível equação que colocaria peso em cada uma destas variáveis, para que pudéssemos contemplá-las em nosso projeto de vida?


Veja que diferente da lógica matemática nossa vida não é linear. Eu até ousaria dizer que a curva é pessoal e é totalmente traçada por cada um de nós ao longo dos anos. Os pesos mudam, escrevemos nossa equação à medida que amadurecemos e a ajustamos ao longo da vida.


Isto só reforça a importância da necessidade de um Projeto de Vida, que contemple nossa reinvenção no pós-carreira. Temos que nos reinventar, pensar fora da caixa, criar formas de trabalho, de prazer, aceitar novos desenhos de família, de moradia e de relacionamentos.


Veja que viver mais desafia e desafiará cada vez mais nossa criatividade. A vida mais longa nos ensinará esse exercício. Assim, num futuro breve a criatividade não será mais um atributo exclusivo do jovem, pois será também do velho que se reinventa e se resignifica todos os dias rumo a uma pós-carreira ativa e produtiva.

A verdade é que somos todos matemáticos e arquitetos de nossas vidas.


Assim, administramos nossos números diariamente: quantas horas dormimos, quantas ficamos acordados, quanto dinheiro ganhamos, quanto gastamos, quantas calorias ingerimos, quantas gastamos, quantos quilômetros rodamos com nossos carros. Enfim, mesmo sem perceber os números nos rodeiam.


Por isso, convido todos os meus leitores matemáticos, professores, executivos, mães e pais, médicos, e outros profissionais a iniciarem o esboço de sua equação pessoal e intransferível, mesmo que sem a ajuda de Einstein. Porque sem essa equação não existe Projeto de Vida e sem esse projeto nosso tempo de existência passa sem significado. O que é uma garantia de frustração.

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