Finanças pessoais: o importante é planejar!

Iago Whately • 30 de junho de 2017

Na minha atividade como planejador financeiro, tenho contato diário com os desafios enfrentados por indivíduos e famílias. Para muitos, lidar com dinheiro não é tarefa fácil e, com frequência, encontro clientes que enfrentam estresse, noites sem dormir e até problemas de saúde, em decorrência de problemas financeiros.


O interessante é que, muitas vezes, as dificuldades financeiras são enfrentadas por famílias que possuem uma boa fonte de renda, mas que por falta de planejamento não conseguem alcançar os seus objetivos.


Ou seja, mesmo indivíduos que ganham bem, acabam gastando muito, investindo mal e ficam sem os recursos necessários para adquirir um imóvel, bancar despesas com saúde, estudo dos filhos, aposentadoria, etc.


Se planejar é importante para quem tem uma boa fonte de renda, para quem não tem é ainda mais! Uma demissão inesperada, ou mesmo a troca de um emprego por um negócio próprio, são eventos com impactos financeiros significativos. A vida vira de ponta cabeça e um dos grandes desafios é ter dinheiro para pagar as despesas mensais, sem poder contar com o salário que deixou de entrar.


Esse desafio é ainda maior para as pessoas com mais de 50 anos, acostumadas a um padrão de vida mais elevado e cujo prazo de recolocação no mercado de trabalho é, geralmente, maior.


Nessa hora, o importante é não se desesperar e analisar a situação antes de tomar qualquer decisão da qual possa vir a se arrepender no futuro.


Portanto, antes de mudar radicalmente o estilo de vida, vender bens em liquidação ou se endividar, é necessário planejar.


A boa notícia é que, com orientação, todos podem fazer o seu planejamento financeiro. Para isso, deve contar com a ajuda de uma planilha eletrônica e de extratos bancários, além de uma boa dose de desapego.
Aqui vai uma lista de ações que a pessoa pode tomar:


  1. Levantar os ativos disponíveis. O primeiro passo é saber quanto se tem. Para isso, faça em uma planilha uma lista dos seus ativos, com os seus respectivos valores. Nessa lista deverão estar os imóveis, veículos, aplicações financeiras e outros ativos acumulados ao longo da vida;
  2. Gestão financeira. Também em uma planilha, liste os valores das entradas e saídas mensais, para saber exatamente quanto “custa” por mês a manutenção do seu estilo de vida. Não adianta olhar apenas o último mês. O ideal é levantar os extratos bancários dos últimos doze meses, de forma a acompanhar a evolução dos gastos e os itens não recorrentes. Muita atenção para o valor da linha “outras despesas”, geralmente bem maior do que as pessoas imaginam;
  3. Reorganizar o estilo de vida. Feita a lista de despesas, agora é hora de decidir o que cortar. Primeiro, liste as despesas em ordem decrescente. Geralmente, saúde, educação e moradia estão no topo da lista. Ataque primeiro os itens mais relevantes, por exemplo, negociar um desconto de 10% na mensalidade da escola dos filhos tem um impacto muito maior no orçamento do que mudar para uma marca mais barata de sabão em pó.
  4. Fluxo de caixa. Agora, é hora de projetar o fluxo de caixa nos meses seguintes. Para isso, também em uma planilha, simule as entradas e saídas de recursos nos meses seguintes. Não importa se não souber os valores exatos, o importante é traçar diferentes cenários. Procure medir, em número de meses, o fôlego financeiro e a urgência com a qual as eventuais decisões difíceis deverão ser tomadas;
  5. Readequação dos investimentos. Se você tem aplicações financeiras, parabéns! Você é mais precavido do que a maior parte dos brasileiros. Aqui, a regra é alocar os recursos visando baixo risco, liquidez e baixo custo. A boa notícia é que há produtos financeiros no mercado com essas características. Portanto, não é hora de manter ações ou ativos com prazo de carência, cuja volatilidade dos retornos ou a falta de liquidez podem impedir a utilização dos recursos. Atenção às taxas de administração e aos prazos nos quais os recursos mudam de patamar de alíquota de imposto de renda;
  6. Monitoramento. Não adianta fazer esse trabalho uma vez e, depois, não acompanhar. É necessário acompanhar, de preferência, diariamente a evolução das entradas e saídas em relação aos valores projetados no fluxo de caixa, de forma a antecipar os problemas a as ações corretivas; e
  7. Peça ajuda. Como sempre, o planejamento financeiro pode ser mais fácil para algumas pessoas do que para outras. O amigo que trabalha na área financeira pode ajudar, mas é difícil contar com essa pessoa de forma recorrente. Nessa hora, pedir ajuda profissional pode ser uma solução, cujo custo pode ser bem menor do que não planejar.


Esse processo é trabalhoso, talvez chato para alguns, mas tem a sua recompensa. Ela virá na forma de noites bem dormidas, manutenção da saúde da cabeça e do corpo e menor impacto no estilo de vida.



Além disso, o planejamento financeiro pode trazer aquela flexibilidade que você precisa para não ter que aceitar o primeiro emprego que aparecer, ou ter tranquilidade para saber que há fôlego para bancar uma nova orientação na vida profissional.



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