11 dicas essenciais para o novo profissional 50+ no mercado de trabalho

Morris Litvak • jun. 05, 2021

Os desafios para o profissional 50+ encarar o futuro do trabalho!


Desde quando o projeto da Maturi saiu do papel e virou realidade lá em 2015, tenho visto muitas pessoas com mais de 50 anos tentando voltar ao mercado de trabalho com grande dificuldade de encontrar onde se encaixar profissionalmente nesta fase da vida.


Principalmente após atuar por décadas no mundo corporativo e, ao sair, encontrar um mundo completamente diferente do que estava acostumado na empresa onde trabalhava.


Essa dificuldade gera ansiedade, frustração e até depressão e por isso é um momento que requer atenção. Com calma e, principalmente, preparação, algumas pessoas conseguem encontrar seu novo lugar ao sol e buscar novos caminhos, ou mesmo voltar ao mundo corporativo.


A caminhada até essa nova etapa, entretanto, pode ser longa e certamente não será simples, mas é possível para todos. Por isso juntei informações que considero valiosas ao analisar diversos casos de sucesso e de fracasso, ouvir depoimentos e especialistas, assim como muitas empresas.


Esse compilado de dicas pode servir para profissionais de qualquer idade, mas os maturis em especial deveriam dar mais atenção a elas. Confira:


Conheça-se mais e melhor


Autoconhecimento é o primeiro passo para buscar novos caminhos ou iniciar uma nova fase. Quanto mais você se conhecer entendendo o que quer e o que não quer fazer, o que gosta e o que não gosta mais, quais os sonhos, desejos, limitações (e o motivo delas) e fazer planos, mais assertividade nas próximas escolhas.


Abra-se ao novo


Novas pessoas, novos lugares e novos assuntos são fundamentais. Questione-se e pergunte a si mesmo: O que eu posso fazer de novo como profissional 50+? O que eu tenho vontade e nunca fiz? Reflita porque nunca fez tal coisa e o que te impede de realizar isso agora.


Conheça novas pessoas e novos lugares. Frequente eventos de networking, espaços de coworking e faça um curso de algo diferente, que lhe trará perspectivas totalmente novas. Interaja com mais jovens.


Seja resiliente


Não desista dos seus sonhos. Entenda que nem tudo será sucesso e você como profissional 50+ encontrará obstáculos, mas que eles fazem parte e o mais importante é aprender com os erros e as dificuldades. Acredite no processo e repense o que é sucesso para você.


Muitas pessoas depois de uma certa idade passam a entender que “ser” é mais importante do que “ter” e assim sentem-se mais livre para fazerem o que amam.


Abrace a tecnologia


O “isso não é para mim” ou “isso é coisa de jovem” não existe. Pare de desculpas para aprender a mexer naquele aplicativo ou usar um novo programa pois a tecnologia está cada vez mais acessível e intuitiva.


A partir do momento em que você enxerga a tecnologia como uma aliada para seu novo trabalho e não mais como uma barreira, certamente portas se abrirão. Pode não ser fácil, mas você consegue.


Peça ajuda sempre que precisar, mas entenda que não há como fugir da tecnologia e que ela veio para facilitar o nosso dia-a-dia, mas isso só passa a acontecer quando a dominamos e a grande dificuldade está dentro de nós, não nela.


E não se trata apenas de saber mexer com a tecnologia, mesmo gestores em funções mais estratégicas precisam ter a “cultura digital”, que é uma mentalidade que entenda o novo mundo digital em que o mercado de trabalho está inserido. Aliás, me diga: como está o seu networking virtual e o seu perfil profissional nas redes sociais?


Seja humilde


Além de pedir ajuda para lidar com as novidades é importantíssimo também entender que profissões estão mudando e novas habilidades são exigidas, e que por mais experiência que se tenha, não há como saber tudo.

 

Por isso, buscar atualização, conversar com as pessoas, pedir conselhos lhe ajudará muito. Quem não tem esse tipo de atitude ou acha que não precisa aprender nada nova, ficará para trás.


Esteja disponível para aprender


Tenha disponibilidade e iniciativa para aprender coisas novas, como profissional 50+. Alguns especialistas falam hoje em desaprender para reaprender.


Isso significa ter a noção e humildade de que muito do que você aprendeu e sabe hoje – principalmente habilidades técnicas – pode estar ultrapassado.


Busque entender o que você precisa fazer e aprender para se reposicionar. Mesmo se você ainda estiver dentro de uma organização, não pare nunca de aprender e buscar treinamentos.


Seja colaborativo


As organizações estão cada vez mais horizontais. Ou seja, aquele antigo formato hierárquico onde você se reportava somente ao seu chefe e o seu assistente ou estagiário somente obedecia a suas ordens não existirá mais.


Os jovens de hoje em dia questionam tudo e são mais colaborativos. É normal pessoas de áreas e de funções diferentes interagirem de forma recorrente para trocar ideias, independente do seu nível dentro da empresa.


As organizações mais modernas não só incentivam a troca como estão atentas à capacidade de compartilhamento de informações e trabalho em rede entre seus colaboradores.


Relacione-se com os mais jovens e abrace a diversidade


Assim como mais horizontais e colaborativas, as organizações (e o mundo do trabalho como um todo), estão mais diversas e isso é ótimo, mas nem todos sabem lidar com a diversidade.


Até porque quando muitos maturis entraram no mercado de trabalho o ambiente era completamente diferente. Piadas de mau gosto e machismo eram coisas normais.


Hoje não são tolerados pelas empresas e as pessoas perdem empregos e chances de recolocação por não se adaptarem à diversidade e ao respeito às diferenças.


Entender que, mais do que ser um caminho sem volta, isso é ótimo para todos, ajuda quem ainda não está acostumado.


A diversidade de opiniões e divergência e pensamentos gera inovação, além de refletir melhor o público consumidor. Além disso, estar aberto a ensinar aos jovens e aprender com eles será valioso para você e muito bem visto por seu chefe ou entrevistador.

Maturis em local de trabalho, enquanto o homem mostra alguma informação no papel para a mulher, ambos sorriem

Trabalhe a sua autoestima


Chegar a uma reunião ou entrevista de trabalho cabisbaixo, com receio, medo do que está por vir ou quase pedindo por favor para ser contratado só contará contra você.


Empodere-se da sua experiência de vida, seus valores, realizações e aprendizados ao longo da carreira e tenha claro os seus diferenciais e qualidades. Saiba contar suas experiências!


Entenda a diferença entre trabalho e emprego


A especialista em recursos humanos Cecília Pedro Barboza, responsável pelas processo de seleção da MaturiJobs diz que “a nova mentalidade é enxergar o trabalho como produção e não como função, ou seja, eu não preciso mais necessariamente estar dentro de uma empresa para oferecer meus serviços.


Eu posso fazer isso para as empresas. É uma mudança de mentalidade entendendo que o modelo de emprego formal está em franco declínio, mas o trabalho não, e por isso entender que novas formas de trabalho existem e crescem cada vez mais, e quais são elas, é fundamental para encontrar seu espaço. Mais do que buscar uma oportunidade, é preciso que o profissional 50+ crie a sua nova oportunidade”.


Conheça as diferentes formas de trabalho


A maior parte da população brasileira atualmente já trabalha em um modelo diferente do CLT, como costuma mostrar o pesquisador, coach e especialista em carreiras Edgard Pitta de Almeida, que criou o termo emPROendedor explicando que além de ter uma atitude empreendedora, precisamos ser proativos em criar o nosso trabalho, que pode se dar hoje em dia em diversos formatos, como:


  • freelancer (profissional que atua por “job” ou projeto);
  • MEI (micro empreendedor individual);
  • consultor/autônomo, empreendendo um negócio (abrir uma empresa de fato);
  • trabalho em rede (coletivos de profissionais que atuam juntos em determinados projetos);
  • cooperativas, economia compartilhada (trabalho através de aplicativos ou plataformas na internet que conectam oferta e demanda);
  • até mentorias voluntárias a pessoas com menos experiências (como startups e jovens empreendedores), que podem eventualmente abrir novas possibilidades de negócios e parcerias.


Essas são algumas das inúmeras possibilidades de trabalho que principalmente a internet tem possibilitado para os profissionais 50+.


Elas são cada vez mais flexíveis e funcionam muitas vezes de forma totalmente remota, ou seja, onde o trabalho é feito de forma virtual e as vezes contratado e contratante nem se conhecem.

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Por Contato Maturi 20 mar., 2024
Ser mulher, para mim, é ter muita curiosidade sobre o que é ser homem. Eu sei o que é ter privilégios em um país tão desigual, sei o que é ser branca, ser pessoa sem deficiência e ter intactas as faculdades mentais. O único fator social privilegiado que não conheço é o de ser homem. Só me cabe imaginar. Imaginar o que é ter segurança ao sair de casa sem camisa, de short apertado sem medo da sombra, sem ficar olhando 360 graus para antecipar algum perigo à distância, não ser atacada por olhares invasivos. Como é que deve ser passar por um grupo de homens desconhecidos, juntos numa esquina, e não ter certeza que vão olhar para sua bunda? Como deve ser se juntar com amigos numa esquina à tarde e olhar ostensivamente para bundas que passam? Eu não sei como é sair de casa de dia, em um lugar tranquilo, com a plena segurança de que consegue se defender? Como deve ser nem ter essa preocupação diária. Ir para o trabalho sabendo que pode alcançar cargos de diretor, presidente, gerente, sem se preocupar com barreiras invisíveis e, por isso, intransponíveis. Como deve ser passar a juventude sem medo de engravidar? Não ter qualquer outro plano submetido à maternidade. Não ter ansiedade sobre a dor do parto, algo equivalente à sensação de 20 ossos quebrados todos de uma só vez? Não correr o risco de ter a vida e o corpo implacavelmente alterados por, no mínimo, um ano, independentemente de sua vontade. Algo que pode acontecer apenas porque a natureza quer e deve-se estar alerta aos seus desígnios, sem arbítrio sobre o corpo, a não ser que cometa um crime. Eu não quero dar a entender que a maternidade é ruim, eu adoro ser mãe e há mulheres tristes por não poderem ser. É que eu fico curiosa para saber o que é nem ter esse tipo de preocupação na vida, mensalmente. E esperar feliz a menstruação, algumas vezes acompanhada de dores equivalentes a um infarto. No caso, a hemorragia é externa e junta-se a ela a aflição com calças brancas, estoque de absorventes, datas de viagens à praia e atenção redobrada para não matar algum ser vivo. Fora agir de maneira a ninguém notar que isso tudo está acontecendo. O desejo não acaba com a idade, assim como a curiosidade. Será que a um homem acontece de, em quase toda interação com uma mulher desconhecida, avaliar se está ou não propondo intimidade por atos, palavras ou sinais? Vou dar um exemplo: será que um homem vai fazer as unhas e fica preocupado se a calça está apertada e a podóloga vai se sentir convidada a apalpar seu pênis? Será que um grupo de homens em viagem de carro, que precisem parar à noite em um posto de gasolina suspeito, depois de segurar por quilômetros o xixi, ficam com medo do frentista agarrá-los à força? É esse tipo de coisa que eu queria muito saber. Você pode dizer que, a essa altura da minha vida, eu já sei boa parte do que pergunto. Sim, mulheres da minha idade são objetos de pouca atenção, e a mesma natureza esfrega na nossa cara a indiferença. E é por esse motivo que nem posso saborear o entendimento, já que lido com toda a transformação de uma segunda adolescência. Ao contrário. O turbilhão hormonal acontece de novo, com alterações involuntárias desgastantes, no sentido exato da palavra. Ossos, articulações, cabelos, pele desgastados. Como deve ser a andropausa? Será que ela obriga o homem a se equilibrar entre a tristeza no olhar que vê no espelho e a desonrosa saudade do olhar de desejo dos outros? Não quero diminuir a tensão que envolve o papel dos homens na dança do acasalamento humano; mas será que esse jogo acaba para o homem do mesmo jeito que para a mulher? Porque para nós, antes do fim, o capitão do time te coloca no banco do nada. E você passa de artilheira para gandula, depois de cansar de ficar esperando alguém lhe dar bola. É muito melhor quando são eles que não dão mais conta de jogar e param, não antes de realizar uma última partida festiva com amigos convidados e mulheres na arquibancada, que ainda vão dizer que estão todos bem de cabelo branco. Toda esta minha curiosidade sem fim (diferente deste texto) fica, obviamente, dentro de uma limitação cisgênero e geracional. Pode ser que as jovens de agora não tenham nenhuma dessas perguntas, mas duvido que não tenham outras. E imagino que a mulher atual, com todas as suas manifestações e bandeiras, tenha ainda assim aguçada uma característica que, independentemente de ser um substantivo feminino, une os gêneros. Se existe algo realmente igualitário é a curiosidade.
Por Contato Maturi 15 mar., 2024
No mês em que celebramos a força, a resiliência e as conquistas das mulheres em todo o mundo, é crucial lembrarmos que a jornada da mulher não tem um ponto final aos 40, 50, 60 anos ou mais. Pelo contrário, é uma jornada contínua de crescimento, aprendizado e contribuição, independentemente da idade. Na Maturi, reconhecemos a importância de valorizar e empoderar as mulheres maduras, que trazem consigo uma riqueza de experiência, sabedoria e habilidades únicas. Neste mês da mulher, queremos destacar o papel vital que as mulheres maduras desempenham no mercado de trabalho e a sua potência ainda pouco explorada nos diferentes ecossistemas profissionais. No entanto, quando se fala em Dia Internacional da Mulher, além dos eventos comemorativos ao longo do mês (#8M) pouco se discute sobre a intergeracionalidade das mulheres como um diferencial. Sabe por que? Um dos grandes motivos é a falta de repertório. A Maturi vem tropicalizando nos últimos anos ( saiba mais ) uma data relevante do mês de abril: o Dia Europeu de Solidariedade entre Gerações. É um mês pouco explorado no Calendário da Diversidade de forma geral e que tem total conexão com as estratégias de educar e letrar as pessoas sobre o tema. Qual é a contribuição dos diferentes grupos identitários e de diferentes faixas etárias no ambiente profissional? A diversidade geracional traz uma variedade de perspectivas, ideias e abordagens que enriquecem qualquer equipe ou empresa. Em um mundo em constante mudança, onde a tecnologia e as práticas de trabalho evoluem rapidamente, a colaboração entre as gerações é fator crítico de sucesso. As mulheres maduras têm um papel fundamental a desempenhar nesse processo de colaboração, oferecendo não apenas sua experiência profissional, mas também sua capacidade de adaptação e resiliência. No entanto, ainda há desafios a serem superados. Muitas vezes, as mulheres maduras enfrentam maior discriminação no mercado de trabalho do que homens 50+. Um exemplo disso é que, segundo o estudo sobre Etarismo que a Maturi e EY lançaram em 2023, 32% das mulheres que responderam ao levantamento estavam desempregadas há mais de 1 ano enquanto os homens representavam 20%. Já parou para pensar que a interseccionalidade se torna mais cruel para os grupos subrepresentados? Ao comemorar o mês da mulher, te convidamos a refletir sobre o papel crucial das mulheres maduras em suas equipes e a considerarem como podem promover uma cultura de inclusão e colaboração intergeracional. Não se esqueça que essa celebração não pode ocorrer 1x por ano, ou seja, somente no calendário que o mercado reconheça. Recomendamos, fortemente, que inclua o mês de Abril em seu planejamento como um possível mês que represente o pilar de gerações. #valorizeaidade #mulheresmaduras #mulheres50+ #8M #longevidade #maturidade #mesdasmulheres #diversidadeetaria #intergeracionalidade #combateaoetarismo
27 fev., 2024
Entre escolhas e redescobertas, a jornada de transformação da vida pela escrita aos 55
Share by: