Web Summit: tecnologia e inovação também é assunto para Maturis

Silvia Triboni • dez. 03, 2020

De maturi para maturi: porque você precisa estar por dentro e aprender mais sobre tecnologia e inovação. Vem comigo que no caminho eu te explico!


“How to live longer”, “2020 – A Década Digital da Europa” – “O criador da Web, vai mudar o panorama da privacidade digital” foram apenas alguns dos temas apresentados no primeiro dia da Web Summit, a maior conferência de tecnologia e inovação do mundo.


Para quem ainda não sabe do que se trata, é um evento global que reúne as mentes mais brilhantes da tecnologia, empreendedorismo, mundo governamental, filantrópico e esportivo.


E, acreditem só mesmo fazendo parte para sentir e entender o alcance do que se ouve, se aprende e se realiza durante os dias em que ele acontece. Sou testemunha dessa experiência.


Como eu embarquei na Web Summit


Até novembro de 2018, nunca ouvira falar desse acontecimento que atrai pessoas do mundo todo. Foi conversando com jovens em um hostel em Lisboa que eu soube a razão de estarem tão eletrizados e ansiosos pelo que aconteceria na cidade.


Sim! Sou maturi que fica hospedada em quarto compartilhado em hostel quando viaja. Adoro! As chances de conexão com os jovens são imensas, e sempre gratificantes. E, naquele ano, graças à moçada, fui apresentada a Web Summit. E fui atrás.


Dirigi-me ao Parque das Nações, um bairro moderno de Lisboa, onde a conferência se realiza normalmente, e cadastrei-me como repórter, uma vez que tenho a credencial de Repórter 60+. Fui aceita.


Pareceu um sonho poder presenciar, em primeira mão, o que CEO’s das Big Techs, presidentes de várias nações, filantropos e artistas famosos trouxeram para aquela edição, para depois compartilhar com os leitores dos veículos de informação que faço parte.


Percorrer todos os pavilhões e stands destinados ao evento, e poder conversar com os jovens criadores de startps com foco na inovação em saúde, turismo, longevidade, trabalho, varejo etc me fizeram ver o mundo da inovação e da tecnologia não é apenas para os millenials: os Maturis também precisam e podem estar em meio a todos eles, empreendendo em inovação e tecnologia.


Após ter sido totalmente abduzida pela alma da Web Summit, tenho tido a felicidade de fazer parte de seu corpo de repórteres.


Em 2019 fiz parte do grupo de mais de 2000 integrantes da imprensa. Poder relatar sobre as notícias de interesse mundial, os grandes feitos tecnológicos, as mais criativas e inovadoras startups de todo o mundo, e tudo o mais que atores famosos, atletas, ilustres filantropos apresentam foi emocionante e quero compartilhar isso com você.

imagem do web summit 2019

Onde estão os participantes e empreendedores Maturis da Web Summit?


Em 2019 a Web Summit reuniu mais de 70 mil pessoas, de mais 100 países, com milhares de participantes brasileiros. Tanto em 2018, como em 2019, localizei iniciativas direcionadas ao público 50+.


Da mesma forma, visualizei empreendedores 50+ nas startups. Entretanto, representavam uma pequena proporção.


Afora a maioria dos governantes, empresários, representantes da União Europeia, da ONU, e alguns atores maduros, o público visivelmente predominante da Web Summit não é maturi, fato que me faz refletir sobre a razão desta ausência.


Em 2019 localizei apenas uma startup portuguesa cujo trabalho é dirigido ao público 50+, chama-se  55+ À época entrevistei uma das representantes da 55+, que tem por objetivo prevenir a solidão e a inatividade de todos aqueles com mais de 55 anos de idade, proporcionando-lhes uma vida ativa através da prestação de serviços de qualidade e confiança nos seus bairros.


Web Summit 2020 online para todo o planeta


Nesse ano, entre 2 e 4 de dezembro de 2020 Lisboa e o mundo mais uma vez se conectaram naquela que, segundo o jornal The Guardian, é “uma das maiores conferências de tecnologia do mundo”: a Web Summit.


Novamente, e com uma emoção extra, faço parte do corpo de Mídia da Web Summit como correspondente da Maturi. Afinal, os maturis precisam estar atualizados a respeito dos temas debatidos nesta grandiosa conferência.


Segundo o que é possível pesquisar visualmente na plataforma disponibilizada para todos os participantes e jornalistas, a maioria dos empresários, startatupeiros e participantes são menores de 50 anos.


Felizmente, encontrei duas iniciativas que atendem os interesses do público 50+: a startup portuguesa 55+, já mencionada, e a Power, um empreendimento brasileiro, do Recife, que trabalha em prol do empreendedorismo feminino. Buscarei saber mais de ambos os projetos, e, em breve trarei notícias para as nossas comunidades Maturi.


Das palestras apresentadas tenho a destacar a realizada por Peter Diamandis, da Singularity University – “How to live longer”, totalmente relacionada à longevidade.


Para Diamandis, “o segredo para uma vida mais longa está nos bons hábitos, na tecnologia e na mentalidade.”

Quem quiser ter uma vida mais longa e saudável precisa começar pelos bons hábitos: fazer exercícios físicos, ter boas noites de sono e se alimentar com qualidade. (leia mais abaixo).


Para esta edição de 2020, totalmente online, Paddy Cosgrave, CEO e fundador da Web Summit, esperava 100 mil participantes. Mas o que constatou em seu primeiro dia (2/12) foi um número ainda maior: 104 328 pessoas inscritas, de 168 países, sendo que 45,8% das participantes são mulheresNão foi divulgado o percentual de participantes por faixa etária.


Maturis, precisamos invadir essa praia!


Paddy Cosgrave anunciou que em 2022 a conferência será no BRASIL – A chance dos maturis invadirem a praia da Web Summit


No ano de 2021 Lisboa ainda será o palco principal da Web Summit, mas nesta semana Paddy Cosgrave abalou o noticiário internacional ao anunciar que no ano de 2022, a icônica conferência será realizada no Brasil, restando ainda decidir se no Rio de Janeiro ou em Porto Alegre.


Seja em qualquer uma de nossas grandes capitais, a certeza é que Brasileiros invadirão a Web Summit em 2022, fazendo da maior conferência de tecnologia do mundo, o melhor e mais animado encontro de pessoas de todas as idades, em busca de aprendizado, inspiração e exemplos que tornam o nosso mundo melhor.


Esta será uma ótima oportunidade para nós, os Maturis, mostrarmos o nosso valor, e a nossa capacidade de empreender e transitar no meio da inovação tecnológica, fortalecendo, também, o nosso convívio intergeracional.


Temos muitas startups, e projetos inovadores criados por profissionais brasileiros 50+, a transformarem o nosso país positivamente.


Vamos mostrar a nossa força!


Abaixo, leia a síntese de palestras do primeiro dia de Web Summit e anime-se para a próxima Web Summit



How to live longer – “Se você tiver vontade de viver, pode fazer coisas incríveis”– Peter Diamandis, Singularity University


imagem mostra dois homens um lado a lado

Para Peter Diamandis, o segredo para uma vida mais longa está nos bons hábitos, na tecnologia e na mentalidade.


Quem quiser ter uma vida mais longa e saudável precisa começar pelos bons hábitos: fazer exercícios físicos, ter boas noites de sono e se alimentar com qualidade.


Mas outros dois fatores se conectam profundamente à longevidade, segundo Peter Diamandis, fundador da Singularity University e da Fundação XPRIZEos avanços tecnológicos e a mentalidade. Disse ser a mentalidade (o popular “mindset”) o ponto-chave para ter uma vida mais ou menos longeva.


“Se você tiver vontade de viver, pode fazer coisas incríveis”, disse Diamandis.


“Web Summit é o ponto de partida para o mundo pós-pandémico” – Antonio Costa


“O mundo pós-pandémico será diferente”, disse o Primeiro-Ministro de Portugal, Antonio Costa na abertura da conferência.


“E cabe-nos assegurar que seja melhor”, disse Costa, manifestando a expectativa de que a Web Summit possa ser “o ponto de partida para um futuro melhor”.


O primeiro-ministro considerou que o “ano de 2020 é um ano de pandemia, mas é também o ano em que Portugal entra na `liga dos campeões da tecnologia e inovação”.


imagem mostra homem assistindo vídeo do primeiro ministro no computador

Sir Tim Berners-Lee, o criador da Web, vai mudar o panorama da privacidade digital


Sir Tim Berners Lee quer mudar o panorama da privacidade digital, e, para isso criou a startup Inrupt para o desenvolvimento de uma plataforma conhecida como Solid.


Em entrevista realizada no primeiro dia da Web Summit, o “pai” da Web garante que o tratamento de dados que é proposto por default pelas grandes plataformas da Internet é o primeiro risco que os internautas têm de aprender a superar.


“Quando não fazemos algo, alguém fica com os nossos dados”, diz Tim Berners-Lee sobre a aceitação do tratamento de dados por “default”.


Com a Solid, a Inrupt pretende expandir uma plataforma que garante uma operabilidade que permite que os dados possam ser trabalhados por diferentes ferramentas tecnológicas, segundo a vontade de cada internauta no que toca ao uso que pode ser aplicado aos dados pessoais.


Gostou ou também participou do evento online? Comente abaixo.

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Por Contato Maturi 20 mar., 2024
Ser mulher, para mim, é ter muita curiosidade sobre o que é ser homem. Eu sei o que é ter privilégios em um país tão desigual, sei o que é ser branca, ser pessoa sem deficiência e ter intactas as faculdades mentais. O único fator social privilegiado que não conheço é o de ser homem. Só me cabe imaginar. Imaginar o que é ter segurança ao sair de casa sem camisa, de short apertado sem medo da sombra, sem ficar olhando 360 graus para antecipar algum perigo à distância, não ser atacada por olhares invasivos. Como é que deve ser passar por um grupo de homens desconhecidos, juntos numa esquina, e não ter certeza que vão olhar para sua bunda? Como deve ser se juntar com amigos numa esquina à tarde e olhar ostensivamente para bundas que passam? Eu não sei como é sair de casa de dia, em um lugar tranquilo, com a plena segurança de que consegue se defender? Como deve ser nem ter essa preocupação diária. Ir para o trabalho sabendo que pode alcançar cargos de diretor, presidente, gerente, sem se preocupar com barreiras invisíveis e, por isso, intransponíveis. Como deve ser passar a juventude sem medo de engravidar? Não ter qualquer outro plano submetido à maternidade. Não ter ansiedade sobre a dor do parto, algo equivalente à sensação de 20 ossos quebrados todos de uma só vez? Não correr o risco de ter a vida e o corpo implacavelmente alterados por, no mínimo, um ano, independentemente de sua vontade. Algo que pode acontecer apenas porque a natureza quer e deve-se estar alerta aos seus desígnios, sem arbítrio sobre o corpo, a não ser que cometa um crime. Eu não quero dar a entender que a maternidade é ruim, eu adoro ser mãe e há mulheres tristes por não poderem ser. É que eu fico curiosa para saber o que é nem ter esse tipo de preocupação na vida, mensalmente. E esperar feliz a menstruação, algumas vezes acompanhada de dores equivalentes a um infarto. No caso, a hemorragia é externa e junta-se a ela a aflição com calças brancas, estoque de absorventes, datas de viagens à praia e atenção redobrada para não matar algum ser vivo. Fora agir de maneira a ninguém notar que isso tudo está acontecendo. O desejo não acaba com a idade, assim como a curiosidade. Será que a um homem acontece de, em quase toda interação com uma mulher desconhecida, avaliar se está ou não propondo intimidade por atos, palavras ou sinais? Vou dar um exemplo: será que um homem vai fazer as unhas e fica preocupado se a calça está apertada e a podóloga vai se sentir convidada a apalpar seu pênis? Será que um grupo de homens em viagem de carro, que precisem parar à noite em um posto de gasolina suspeito, depois de segurar por quilômetros o xixi, ficam com medo do frentista agarrá-los à força? É esse tipo de coisa que eu queria muito saber. Você pode dizer que, a essa altura da minha vida, eu já sei boa parte do que pergunto. Sim, mulheres da minha idade são objetos de pouca atenção, e a mesma natureza esfrega na nossa cara a indiferença. E é por esse motivo que nem posso saborear o entendimento, já que lido com toda a transformação de uma segunda adolescência. Ao contrário. O turbilhão hormonal acontece de novo, com alterações involuntárias desgastantes, no sentido exato da palavra. Ossos, articulações, cabelos, pele desgastados. Como deve ser a andropausa? Será que ela obriga o homem a se equilibrar entre a tristeza no olhar que vê no espelho e a desonrosa saudade do olhar de desejo dos outros? Não quero diminuir a tensão que envolve o papel dos homens na dança do acasalamento humano; mas será que esse jogo acaba para o homem do mesmo jeito que para a mulher? Porque para nós, antes do fim, o capitão do time te coloca no banco do nada. E você passa de artilheira para gandula, depois de cansar de ficar esperando alguém lhe dar bola. É muito melhor quando são eles que não dão mais conta de jogar e param, não antes de realizar uma última partida festiva com amigos convidados e mulheres na arquibancada, que ainda vão dizer que estão todos bem de cabelo branco. Toda esta minha curiosidade sem fim (diferente deste texto) fica, obviamente, dentro de uma limitação cisgênero e geracional. Pode ser que as jovens de agora não tenham nenhuma dessas perguntas, mas duvido que não tenham outras. E imagino que a mulher atual, com todas as suas manifestações e bandeiras, tenha ainda assim aguçada uma característica que, independentemente de ser um substantivo feminino, une os gêneros. Se existe algo realmente igualitário é a curiosidade.
Por Contato Maturi 15 mar., 2024
No mês em que celebramos a força, a resiliência e as conquistas das mulheres em todo o mundo, é crucial lembrarmos que a jornada da mulher não tem um ponto final aos 40, 50, 60 anos ou mais. Pelo contrário, é uma jornada contínua de crescimento, aprendizado e contribuição, independentemente da idade. Na Maturi, reconhecemos a importância de valorizar e empoderar as mulheres maduras, que trazem consigo uma riqueza de experiência, sabedoria e habilidades únicas. Neste mês da mulher, queremos destacar o papel vital que as mulheres maduras desempenham no mercado de trabalho e a sua potência ainda pouco explorada nos diferentes ecossistemas profissionais. No entanto, quando se fala em Dia Internacional da Mulher, além dos eventos comemorativos ao longo do mês (#8M) pouco se discute sobre a intergeracionalidade das mulheres como um diferencial. Sabe por que? Um dos grandes motivos é a falta de repertório. A Maturi vem tropicalizando nos últimos anos ( saiba mais ) uma data relevante do mês de abril: o Dia Europeu de Solidariedade entre Gerações. É um mês pouco explorado no Calendário da Diversidade de forma geral e que tem total conexão com as estratégias de educar e letrar as pessoas sobre o tema. Qual é a contribuição dos diferentes grupos identitários e de diferentes faixas etárias no ambiente profissional? A diversidade geracional traz uma variedade de perspectivas, ideias e abordagens que enriquecem qualquer equipe ou empresa. Em um mundo em constante mudança, onde a tecnologia e as práticas de trabalho evoluem rapidamente, a colaboração entre as gerações é fator crítico de sucesso. As mulheres maduras têm um papel fundamental a desempenhar nesse processo de colaboração, oferecendo não apenas sua experiência profissional, mas também sua capacidade de adaptação e resiliência. No entanto, ainda há desafios a serem superados. Muitas vezes, as mulheres maduras enfrentam maior discriminação no mercado de trabalho do que homens 50+. Um exemplo disso é que, segundo o estudo sobre Etarismo que a Maturi e EY lançaram em 2023, 32% das mulheres que responderam ao levantamento estavam desempregadas há mais de 1 ano enquanto os homens representavam 20%. Já parou para pensar que a interseccionalidade se torna mais cruel para os grupos subrepresentados? Ao comemorar o mês da mulher, te convidamos a refletir sobre o papel crucial das mulheres maduras em suas equipes e a considerarem como podem promover uma cultura de inclusão e colaboração intergeracional. Não se esqueça que essa celebração não pode ocorrer 1x por ano, ou seja, somente no calendário que o mercado reconheça. Recomendamos, fortemente, que inclua o mês de Abril em seu planejamento como um possível mês que represente o pilar de gerações. #valorizeaidade #mulheresmaduras #mulheres50+ #8M #longevidade #maturidade #mesdasmulheres #diversidadeetaria #intergeracionalidade #combateaoetarismo
27 fev., 2024
Entre escolhas e redescobertas, a jornada de transformação da vida pela escrita aos 55
Share by: