Você já exercitou seu cérebro hoje?

Regiane Bochichi • jun. 03, 2020

Sempre pensamos nas atividades físicas e esquecemos que o nosso cérebro precisa ser estimulado da mesma forma.


Academia, corrida, caminhada, natação. Sempre ouvimos falar da importância de se praticar um esporte para manter nosso corpo físico saudável.


Mas e o cérebro? Lembramos de mantê-lo ativo? Devemos buscar em nosso dia a dia, estimulá-lo com atividades que incentivem a capacidade cognitiva. E tem até um nome para isso: neuróbica.


“A maioria das pessoas dedica sua vida a uma só atividade, um trabalho e isso acaba deixando o cérebro preguiçoso”, explica a psicopedagoga especializada em Neuropedagogia na Educação, Nadia Cristina Benitez. “Além disso, a gente se preocupa com o físico e a beleza e acaba se esquecendo da parte mental e é o cérebro que controla, inclusive, os comandos e sinapses necessárias para exercitarmos o corpo”. Ela exemplifica que uma amiga tinha dificuldades de acompanhar os passos de zumba, atividade física que mistura movimentos aeróbicos com ritmos e coreografias latinas e que assim que começou a “treinar os neurônios”, conseguiu acompanhar melhor as aulas.


Pensando na necessidade de incrementar os processos mentais, ela criou, há 9 anos, a Ginástica do Cérebro. A escola desenvolveu uma metodologia própria para a ativação cerebral que usa o soroban, ferramenta japonesa destinada a aprimorar cálculos e raciocínio rápido, apostilas e jogos modernos.


As aulas tem a duração de duas horas semanais com classes divididas de acordo com a faixa etária, tendo turmas dedicadas aos maturis. “Temos uma abordagem bastante humanística aos alunos de mais de 50 e observamos como resultado uma mudança no modus operandi e um salto enorme em habilidades como foco, criatividade, memória”, afirma a fundadora. “Além disso, é super importante o fator socialização que tira a pessoa de casa e evita até a depressão”.


Com o isolamento social, algumas unidades da escola – que tem sede em Foz de Iguaçu – está funcionando on-line com os grupos se juntando em salas virtuais. “Foi mais um aprendizado mexer com esses programas. Tivemos até que ir a casa de alguns clientes para auxiliá-los a se familiarizarem com a nova tecnologia”.


As aulas on-line também foram as formas encontradas pela ISGAME para manter as turmas em atividade do curso Cérebro Ativo onde ensinam os maiores de 50 anos a jogar e desenvolver jogos eletrônicos.


“Montamos uma programação com atividades diferentes para cada dia da semana, sempre às 15 horas”, comenta o CEO, Fábio Ota. “Temos só um dia fechado para alunos e o restante é aberto ao público em geral. Foi uma maneira que achamos para ajudar as pessoas a superarem esse momento delicado que estamos vivendo”. 


Além disso, com o apoio da FAPESP, desenvolveu ainda um APP com versões em Android e IOS. São games que atiçam os lados adormecidos do cérebro com melhora da cognição, concentração e qualidade de vida. Cada dia tem um desafio diferente que trabalha uma parte do intelecto.


“Fazemos um balanceamento dos jogos para que se tenha um exercício mais completo”, assinala Ota. “E temos uma preocupação com a saúde física, além da nossa ênfase a saúde mental”. Uma das seções traz exercícios físicos e vai incluir informações sobre o novo coronavírus. Aliás, o aplicativo é recomendado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo como um aliado daqueles que estão em casa.


Agora não existem mais desculpas. É só incluir na sua rotina uma série de exercícios que estimulam os cinco sentidos e a nossa massa cinzenta. Sem falar que eles ainda podem evitar a perda da memória e a redução de doenças cognitivas como Alzheimer e a demência.

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