Entendendo os trabalhadores 50+

Walter Alves • ago. 08, 2019

Esta geração está trabalhando, vivendo mais e não planeja aposentar como as anteriores, seja por escolha ou por necessidade


Ao longo de 2018, a Next For Me fez uma pesquisa e pôde, por isto, ter uma visão da intimidade de milhares de americanos com mais de 50 anos, constatando que eles pensam muito sobre o que o futuro do trabalho e sobre a estabilidade financeira.


A seguir um resumo da pesquisa com um pouco da metodologia, alguns resultados e comentários.

Existem nos EUA 120 milhões de pessoas com mais de 50 anos, sendo 75 milhões de Baby Boomers e, todos os dias, 10.000 fazendo 65 anos. Mais de 40% dos que poderiam se aposentar dizem não estar preparados financeiramente para isto. Mais de 50% das pessoas com mais de 50 anos têm menos de US$ 50,000 (em torno de R$ 200.000) na poupança de aposentadoria.


Ao mesmo tempo, há o preconceito etário impedindo que os trabalhadores mais velhos encontrem novas oportunidades.


Método


Através de uma newsletter semanal, encontros presenciais e eventos públicos, o Next For Me criou encontros de networking e capacitação para trabalhadores 50+. O relatório tem base nas descobertas feitas nesses encontros, em entrevistas individuais, em grupos focais e em pesquisas realizadas em todo o país de janeiro de 2018 a janeiro de 2019.


Temas comuns


O preconceito etário foi um tema muito comum nas discussões e reconhecido como o responsável pela falta de oportunidades para se conseguir novos trabalhos. Os participantes se entusiasmaram pelos novos contatos nos encontros e pelos treinamentos presenciais que os fortaleceram pelas buscas de outras funções ou por uma nova carreira.


Eles estão no LinkedIn, mas reconhecem que tentam esconder a idade focando nas experiências mais recentes e deixando as datas de formatura em branco.


Expressaram a necessidade de direcionar recursos financeiros para os encontros de networking, para treinamento que os familiarizem com novas ferramentas e tecnologias e para a luta contra o preconceito etário.


Um olhar otimista


Esta geração está envelhecendo com esperança e entusiasmo diante dos desafios. Utilizando a experiência adquirida com o ativismo civil e com o aprimoramento da empatia ao longo da vida.


Sente-se pronta para buscar e encontrar soluções para problemas que afetam, não apenas a própria geração, mas, também, as gerações posteriores e futuras.


Entrevistas individuais


Foram realizadas entrevistas individuais em todo o país em busca da ideia de como o consumidor com mais de 50 anos se sente em relação ao que está sendo oferecido à sua faixa etária. Os produtos e serviços estão sendo adequados? Onde havia necessidades não satisfeitas?


Encontros


A Next For Me recrutou facilitadores nas cidades para discussões sobre mudança de percepção sobre envelhecimento, orientação financeira e relacionamento transgeracional. Foram encontros informais entre Millenials, Geração X e Baby Boomers, realizados em espaços seguros onde os participantes se sentiam à vontade para as discussões mais difíceis.


Eventos em parceria


Os eventos foram realizados em parceria com pessoas ou organizações com foco no mercado de consumo ou no trabalho das pessoas 50 mais e envolveu sessões de brainstorming e encontros de networking.


Público alvo



As pesquisas foram feitas com assinantes e seguidores do Next For Me nas redes sociais com idade entre 50 e 65 anos. As pesquisas buscaram identificar as necessidades do público alvo no trabalho, nas finanças e na relação com a comunidade. Um terço dos entrevistados não tem planos de se aposentar; com 20% acreditando ter 5-10 anos a mais de trabalho para planejamento de pós-carreira e organização financeira.


Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Por Contato Maturi 20 mar., 2024
Ser mulher, para mim, é ter muita curiosidade sobre o que é ser homem. Eu sei o que é ter privilégios em um país tão desigual, sei o que é ser branca, ser pessoa sem deficiência e ter intactas as faculdades mentais. O único fator social privilegiado que não conheço é o de ser homem. Só me cabe imaginar. Imaginar o que é ter segurança ao sair de casa sem camisa, de short apertado sem medo da sombra, sem ficar olhando 360 graus para antecipar algum perigo à distância, não ser atacada por olhares invasivos. Como é que deve ser passar por um grupo de homens desconhecidos, juntos numa esquina, e não ter certeza que vão olhar para sua bunda? Como deve ser se juntar com amigos numa esquina à tarde e olhar ostensivamente para bundas que passam? Eu não sei como é sair de casa de dia, em um lugar tranquilo, com a plena segurança de que consegue se defender? Como deve ser nem ter essa preocupação diária. Ir para o trabalho sabendo que pode alcançar cargos de diretor, presidente, gerente, sem se preocupar com barreiras invisíveis e, por isso, intransponíveis. Como deve ser passar a juventude sem medo de engravidar? Não ter qualquer outro plano submetido à maternidade. Não ter ansiedade sobre a dor do parto, algo equivalente à sensação de 20 ossos quebrados todos de uma só vez? Não correr o risco de ter a vida e o corpo implacavelmente alterados por, no mínimo, um ano, independentemente de sua vontade. Algo que pode acontecer apenas porque a natureza quer e deve-se estar alerta aos seus desígnios, sem arbítrio sobre o corpo, a não ser que cometa um crime. Eu não quero dar a entender que a maternidade é ruim, eu adoro ser mãe e há mulheres tristes por não poderem ser. É que eu fico curiosa para saber o que é nem ter esse tipo de preocupação na vida, mensalmente. E esperar feliz a menstruação, algumas vezes acompanhada de dores equivalentes a um infarto. No caso, a hemorragia é externa e junta-se a ela a aflição com calças brancas, estoque de absorventes, datas de viagens à praia e atenção redobrada para não matar algum ser vivo. Fora agir de maneira a ninguém notar que isso tudo está acontecendo. O desejo não acaba com a idade, assim como a curiosidade. Será que a um homem acontece de, em quase toda interação com uma mulher desconhecida, avaliar se está ou não propondo intimidade por atos, palavras ou sinais? Vou dar um exemplo: será que um homem vai fazer as unhas e fica preocupado se a calça está apertada e a podóloga vai se sentir convidada a apalpar seu pênis? Será que um grupo de homens em viagem de carro, que precisem parar à noite em um posto de gasolina suspeito, depois de segurar por quilômetros o xixi, ficam com medo do frentista agarrá-los à força? É esse tipo de coisa que eu queria muito saber. Você pode dizer que, a essa altura da minha vida, eu já sei boa parte do que pergunto. Sim, mulheres da minha idade são objetos de pouca atenção, e a mesma natureza esfrega na nossa cara a indiferença. E é por esse motivo que nem posso saborear o entendimento, já que lido com toda a transformação de uma segunda adolescência. Ao contrário. O turbilhão hormonal acontece de novo, com alterações involuntárias desgastantes, no sentido exato da palavra. Ossos, articulações, cabelos, pele desgastados. Como deve ser a andropausa? Será que ela obriga o homem a se equilibrar entre a tristeza no olhar que vê no espelho e a desonrosa saudade do olhar de desejo dos outros? Não quero diminuir a tensão que envolve o papel dos homens na dança do acasalamento humano; mas será que esse jogo acaba para o homem do mesmo jeito que para a mulher? Porque para nós, antes do fim, o capitão do time te coloca no banco do nada. E você passa de artilheira para gandula, depois de cansar de ficar esperando alguém lhe dar bola. É muito melhor quando são eles que não dão mais conta de jogar e param, não antes de realizar uma última partida festiva com amigos convidados e mulheres na arquibancada, que ainda vão dizer que estão todos bem de cabelo branco. Toda esta minha curiosidade sem fim (diferente deste texto) fica, obviamente, dentro de uma limitação cisgênero e geracional. Pode ser que as jovens de agora não tenham nenhuma dessas perguntas, mas duvido que não tenham outras. E imagino que a mulher atual, com todas as suas manifestações e bandeiras, tenha ainda assim aguçada uma característica que, independentemente de ser um substantivo feminino, une os gêneros. Se existe algo realmente igualitário é a curiosidade.
Por Contato Maturi 15 mar., 2024
No mês em que celebramos a força, a resiliência e as conquistas das mulheres em todo o mundo, é crucial lembrarmos que a jornada da mulher não tem um ponto final aos 40, 50, 60 anos ou mais. Pelo contrário, é uma jornada contínua de crescimento, aprendizado e contribuição, independentemente da idade. Na Maturi, reconhecemos a importância de valorizar e empoderar as mulheres maduras, que trazem consigo uma riqueza de experiência, sabedoria e habilidades únicas. Neste mês da mulher, queremos destacar o papel vital que as mulheres maduras desempenham no mercado de trabalho e a sua potência ainda pouco explorada nos diferentes ecossistemas profissionais. No entanto, quando se fala em Dia Internacional da Mulher, além dos eventos comemorativos ao longo do mês (#8M) pouco se discute sobre a intergeracionalidade das mulheres como um diferencial. Sabe por que? Um dos grandes motivos é a falta de repertório. A Maturi vem tropicalizando nos últimos anos ( saiba mais ) uma data relevante do mês de abril: o Dia Europeu de Solidariedade entre Gerações. É um mês pouco explorado no Calendário da Diversidade de forma geral e que tem total conexão com as estratégias de educar e letrar as pessoas sobre o tema. Qual é a contribuição dos diferentes grupos identitários e de diferentes faixas etárias no ambiente profissional? A diversidade geracional traz uma variedade de perspectivas, ideias e abordagens que enriquecem qualquer equipe ou empresa. Em um mundo em constante mudança, onde a tecnologia e as práticas de trabalho evoluem rapidamente, a colaboração entre as gerações é fator crítico de sucesso. As mulheres maduras têm um papel fundamental a desempenhar nesse processo de colaboração, oferecendo não apenas sua experiência profissional, mas também sua capacidade de adaptação e resiliência. No entanto, ainda há desafios a serem superados. Muitas vezes, as mulheres maduras enfrentam maior discriminação no mercado de trabalho do que homens 50+. Um exemplo disso é que, segundo o estudo sobre Etarismo que a Maturi e EY lançaram em 2023, 32% das mulheres que responderam ao levantamento estavam desempregadas há mais de 1 ano enquanto os homens representavam 20%. Já parou para pensar que a interseccionalidade se torna mais cruel para os grupos subrepresentados? Ao comemorar o mês da mulher, te convidamos a refletir sobre o papel crucial das mulheres maduras em suas equipes e a considerarem como podem promover uma cultura de inclusão e colaboração intergeracional. Não se esqueça que essa celebração não pode ocorrer 1x por ano, ou seja, somente no calendário que o mercado reconheça. Recomendamos, fortemente, que inclua o mês de Abril em seu planejamento como um possível mês que represente o pilar de gerações. #valorizeaidade #mulheresmaduras #mulheres50+ #8M #longevidade #maturidade #mesdasmulheres #diversidadeetaria #intergeracionalidade #combateaoetarismo
27 fev., 2024
Entre escolhas e redescobertas, a jornada de transformação da vida pela escrita aos 55
Share by: