“O preconceito etário é o único com potencial para sensibilizar a todos”

Regiane Bochichi • jan. 26, 2021

A afirmação é da publicitária Cris Guerra que quebrou a internet com um vídeo sugerindo ao ator Fábio Porchat que se atualizasse sobre a questão do preconceito etário.


Mesmo tendo Guerra como sobrenome, Cris acredita que a maturidade ajude a escolher as batalhas que vale a pena encarar. Ao ver o esquete do Porta dos Fundos, chamado “Responsável” (Clique Aqui para assistir) onde o humorista Fábio Porchat satiriza o comportamento da mãe do personagem de 57 anos, a empreendedora digital resolveu usar as suas armas, no caso seu perfil no Instagram com quase 150 mil seguidores para comprar a causa.


E ela percebeu que não estava sozinha. Tanto os comentários nas redes sociais do canal de humor quanto os seus e daqueles que compartilharam o seu vídeo, mostrou que há um exército levantando a bandeira contra o etarismo.


“Ao colocar de maneira sincera o que sinto com a chegada dos meus 50, acabo encorajando milhares de pessoas a se posicionarem também”, comenta a palestrante. O convite feito com delicadeza é para que todos se atualizem e se conscientizem do preconceito etário. “Todo mundo vai envelhecer um dia, ou seja, melhor mudar essa realidade antes que ela pegue você mais adiante.” 

Cris é novata no clube. Acabou de entrar na quinta década em agosto do ano passado. Assumiu os cabelos brancos e começou a notar mudanças no seu corpo.


Um problema de audição acendeu o sinal vermelho. “Esse fato me fez pensar muito sobre a longevidade, a necessidade de me cuidar. Sentimentos misturados vieram habitar minha cabeça e meu coração. Entendi então que ter 50 anos, pelo menos pra mim, é um marco”, conta a professora de pós-graduação.


Mais um na sua vida. Aos 37 anos, ficou viúva dois meses antes de seu filho nascer. Para tentar extravasar o luto, que já tinha conhecido com a morte dos pais e de passar por dois abortos espontâneos, começou o blog “Para Francisco”. Paralelamente, lançou “Hoje Vou Assim”, primeiro blog de moda do Brasil com fotos do conhecido #lookdodia, que virou uma febre entre os fashionistas e lhe dava um respiro mais lúdico. Aliás, acredita que a moda será um dos últimos setores a acordar para o fato do preconceito etário.


Na sua opinião: “se acordasse antes, seria um aliado e tanto. A moda vai ter que se reinventar e se conectar com um propósito, principalmente, neste mundo pós-pandemia”.


Autora de seis livros entre eles Moda Intuitiva (2013, Editora Planeta, 192 páginas), Procurava o Amor em Jardins de Cactos (2018, editora Gulliver, 186 páginas) e Escrever uma Árvore, Plantar um Livro (editora Gulliver, 152 páginas), se considera uma profissional múltipla com um DNA para mudar e experimentar coisas novas.


“Não tenho um perfil de militar pelas coisas fazendo disso um monotema. Eu consigo me engajar melhor naquilo que estou vivenciando, porque minha fala é sempre espontânea, intuitiva, é assim que eu coloco verdade na maneira de abordar os temas” e por isso a repercussão do seu vídeo esteja sendo tão intensa.


Na sua fala, alerta para a miopia do mercado em não atender bem o público mais velho, que só no Brasil, responde por 23% do consumo de bens e serviços com uma renda anual estimada em R$ 940 bilhões, segundo dados do IBGE.


Atuando como redatora publicitária por 20 anos, reconhece que não se atentava ao fato de incluir os maturis em suas campanhas. Se assume como uma machista e uma racista em desconstrução e que tem que incluir a diversidade de geração no pacote.


Inquieta, ela não para e pretende tornar o tema preconceito etário como um dos seus prioritários. Veículos não lhe faltam. Escreve na revista Vida Simples e é colunista da Rádio BandNews FM de Belo Horizonte. O assunto é abordado também em seu mais recente trabalho, o podcast 

50 Crises”

.

Assista o vídeo desabafo, que nos representa:

Exclusivamente para o blog da Maturi, respondeu a dez perguntas onde comenta do vídeo, da prioridade em combater o preconceito etário, da necessidade de construir pontes com os jovens, de moda e da necessidade de mudar o nosso mindset para o envelhecer sem a obsessão pela juventude. “Somos universos inteiros e precisamos abrir a cabeça para o colorido que existe em cada um de nós”, convida.


O que fez você gravar o vídeo para o Fábio Porchat?


Cris Guerra: Fui convidada pelo Silver Makers, um hub que conecta influenciadores maduros (e eu estou entre eles), para me manifestar sobre esse vídeo que tinha incomodado ao grupo como um todo. Assisti ao vídeo e, mesmo sendo fã do Porta dos Fundos e do Porchat, achei que esse “detalhe” não poderia passar batido.


Comprei a causa. Penso que essas coisas que consideramos bobagens precisam ser vistas, porque é nesse espaço das sutilezas que deixamos passar o preconceito e ajudamos a perpetuá-lo. Um preconceito que, até outro dia, não tinha nome, e que por isso mesmo era bem mais difícil de ser combatido.


Como está vendo essa repercussão?


Cris Guerra: Eu não imaginava essa repercussão toda, mas estava até curiosa pra ver como isso tudo seria recebido.


Acho que o tamanho desse impacto mostra que esse preconceito estava entalado na garganta de uma quantidade enorme de pessoas e fico feliz por ter conseguido de alguma forma dar voz a elas.


Eu não sou nenhuma autoridade em longevidade, mas ao colocar de maneira sincera o que sinto com a chegada dos meus 50, acabo encorajando milhares de pessoas a se posicionarem também. Isso é bonito de se ver. Sinto alegria por fazer parte e ajudar a construir um mundo mais receptivo aos mais velhos.


Você se considera uma ativista contra o preconceito etário?


Cris Guerra: Eu acho um pouco exagerado dizer que sou ativista, até porque esse é um dos assuntos que me interessam, uma das causas que me movem, mas eu falo sobre muitos outros além dele. Não tenho um perfil de militar pelas coisas fazendo disso um monotema.


Eu consigo me engajar melhor naquilo que estou vivenciando, porque minha fala é sempre espontânea, intuitiva, é assim que eu coloco verdade na maneira de abordar os temas.


Hoje esse assunto é uma prioridade pra mim, mas eu sinceramente não sei se posso ser chamada de ativista. Sou feminista, uma racista em desconstrução e uma etarista em desconstrução também. Até outro dia eu tinha atitudes etaristas e ainda tenho muito a aprender. Mas não vou parar de defender essa causa.


Quando você virou a chave? Foi mesmo quando viu o colega de escola no supermercado?



Cris Guerra: Acho que esse foi um dos fatos que me fez enxergar o envelhecimento. E um outro em especial. Em 2020, um mês depois de completar 50 anos, eu tive uma perda auditiva súbita.

Ac

ordei no dia 26 de setembro, sem a audição do ouvido direito, num episódio de forte labirintite. Foi uma maratona de médicos depois disso, e ainda não tenho o diagnóstico. Aprendi muito com o fato.


Que não sou eterna, que não posso tudo, que meu corpo e minha saúde têm os seus limites, que a vida louca e estressante que eu sempre vivi não pode continuar da mesma forma.


Tudo isso, junto com a boa e velha necessidade de sobrevivência – com o detalhe de que sou mãe solo de um menino de 13 anos.


Esse fato me fez pensar muito sobre a longevidade, a necessidade de me cuidar. Sentimentos misturados vieram habitar minha cabeça e meu coração. Entendi então que ter 50 anos, pelo menos pra mim, é um marco. O corpo mostrou seus limites.


Envelhecer não é mesmo para os fracos. Mas isso está longe de significar incapacidade. Junto com tudo isso, estou no auge profissional. Nunca me senti tão boa em tudo o que faço.


O que podemos fazer para tornar esse assunto mais popular?


Cris Guerra: É uma pergunta difícil de responder. A repercussão desse vídeo me ensinou que o mais importante é construir diálogos amigáveis, e não cheios de ódio ou rancor.


Acho que a internet revela pessoas muito agressivas e esse ódio não vai muito longe. Cria mais muros do que pontes. Acredito que um mérito do vídeo que publiquei seja exatamente o seu caráter pacífico, de quem abre o coração pra convidar o outro a se colocar no meu lugar.


Como vê o não interesse do mercado pela economia prateada?


Cris Guerra: Uma grande miopia. O mercado ainda não enxergou o poder de consumo desse segmento ou então está ainda muito ligado à estética da juventude, quase que numa vaidade burra.


Eu quero muito estar viva e bem para assistir a essa revolução – acho que ela está começando – e ver as pessoas 50, 60, 70, 80 e 90 mais devidamente representadas, na diversidade que existe dentro do segmento, e não por estereótipos empobrecidos como “a vovó” e “o vovô”.


Acho que esse é um vício da comunicação: esse jeito de representar as pessoas como rótulos mal acabados de “uma coisa só”. Somos universos inteiros e precisamos abrir a cabeça para o colorido que existe em cada um de nós.


Quando você atuava no mercado publicitário, já tinha essa preocupação com a idade?


Cris Guerra: Não, eu era etarista, sem dúvida. Eu descobri que esse preconceito merecia a minha atenção há pouco mais de um ano. Nada como estar na pele, né?


Tomara que eu consiga sensibilizar pessoas sem precisar que elas estejam nessa pele para entender. Percebi nos comentários do vídeo algumas pessoas mais jovens que se sensibilizaram.


Com tantas causas na frente (racial, gênero, LGTBQ+) como encaixar o etarismo mesmo ele sendo um preconceito transversal?


Cris Guerra: Eu acho que o grande trunfo para sensibilizar as pessoas sobre o preconceito etário é bater na tecla de que o tempo as colocará vulneráveis a esse preconceito.

Tal

vez ele seja o único com potencial para sensibilizar a todos, até os mais egoístas, simplesmente porque bastará envelhecer para ser alvo dessa discriminação. Ou seja, melhor mudar essa realidade antes que ela pegue você mais adiante.


Como mudar o mindset do mundo corporativo para aceitar melhor as relações intergeracionais?


Cris Guerra: Eu acho que esse é um trabalho de formiguinha, mas acredito que a informação científica pode ser uma grande arma. A Neurociência diz muitas coisas positivas sobre os mais velhos em relação aos mais jovens, do ponto de vista de capacidade de trabalho, inovação, empatia, criatividade e muito mais.


A experiência é capaz de moldar o cérebro, no que chamamos de neuroplasticidade, e há muitas coisas positivas, decorrentes disso, em ter longevos na equipe. A chave está na diversidade. As empresas estão precisando se pautar mais em dados e histórias do que em seus próprios preconceitos.


Acha que a moda pode ser protagonista na luta contra o preconceito se é um universo onde a juventude sempre foi valorizada?


Cris Guerra: A moda pode ser um dos canais importantes, sim. Através da moda podemos demonstrar que o avançar da idade corre a favor da identidade, ou seja, a gente pode se tornar cada vez mais nós mesmos, à medida que o tempo passa.


Mas acho que a moda hoje ainda é um dos entraves para a luta contra esse preconceito. Talvez ela seja a última a acordar para o fato. Se acordasse antes, seria um aliado e tanto.


Assista o MaturiTalks onde Mórris Litvak recebeu a Cris Guerra para uma Live no Instagram, abordando o tema 


Preconceito Etário e Reinvenção 50+

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