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Os que estiveram no Encontro Mensal do MaturiJobs, em 23 de agosto, e os que assistiram o live no Facebook puderam participar de uma palestra que possibilitou a interação entre os participantes com um tema atualíssimo.
Renato Bernhoef é um craque quando aborda as questões de carreira e, com a experiência que seus 76 anos lhe proporciona, fica extremamente à vontade para falar de longevidade.
Ao iniciar a palestra citou o título que tomei emprestado para esta coluna afirmando ser um de seus lemas preferidos, “mas o sonho tem que ser pleno”, completa.
Em permanente diálogo com os participantes, Renato Bernhoef questiona o que seria sonhar plenamente para aquelas pessoas que passaram dos 50 anos? Acreditar que é possível sonhar – a partir desta idade – já é um primeiro e importantíssimo passo, pois vivenciamos uma fase que não estamos e nem fomos preparados para vive-la. Não ouvíamos e nem falávamos sobre longevidade ou bônus demográfico, não discutíamos ou conversávamos sobre a possibilidade do tempo futuro ser diferente daquele que planejávamos.
Muitos acreditaram que ao completar 60 anos – nesta segunda década do século XXI – finalmente, poderiam se aposentar. Em outras palavras, fomos preparados para estudar até os 25 anos, trabalhar até os 60 ou 65 e, depois, aposentar-se para desfrutar as boas coisas da vida com o pensamento que, dali em diante, seria possível fazer tudo de bom que não feito antes. Será?
Para uma imensa maioria isto não acontece e nem acontecerá. Hoje, é necessário estar muito mais atento ao período do pós-trabalho. “Devemos nos preparar para a reinvenção permanente de nossas longevas vidas”, afirma Bernhoef.
Como fazer isto? Há alguma fórmula que indique o caminho e facilite a reinvenção?
Não. Não há modelos consagrados ou que mereçam ser repetidos, apesar da consciência que não haverá opções que não sejam minimamente contaminadas pelo passado. Acima de tudo é compreender que reinventar é mais que adaptar.
E quem tem chances de se dar melhor neste processo de reinventar a própria vida?
Bernhoef acredita que as mulheres se saem melhor que os homens. Com o olhar ampliado pelas várias atividades cotidianas, elas praticaram mais e se põem no mundo com mais habilidades oque as ajuda na busca de novas opções.
Para as pessoas que fizeram a carreira num único emprego as dificuldades, também, são maiores. Quem passa a vida focada num único emprego deixa de lado outras atividades que ampliam o olhar sobre novas possibilidades. Para Bernhoef “quando estas pessoas se aposentam elas perdem mais que o emprego, perdem o sobrenome organizacional; isto as deixa sem rumo”.
Num exercício para integrar os participantes e estimular as pessoas a pensarem no futuro, Bernhoef pediu que, em pequenos grupos, as pessoas conversassem sobre o que gostariam de fazer. Numa das formações, Andréa quer ter uma empresa social; Leandro uma atividade que o mantenha mais em contato com o campo e Félix deseja fazer viagens em torno do mundo.
Os sonhos são variados e diversos, do mesmo modo que as pessoas são singulares e diferentes. Alguns destes sonhos são mais ou menos realizáveis, mas uma coisa é certa, os mais prováveis de se tornarem reais são aqueles em que as pessoas têm a plena consciência de que é fundamental que sejam as autoras e protagonistas de suas vidas.
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