Conheça a rede social que se preocupa com o bem-estar emocional

Regiane Bochichi • abr. 06, 2021

friendsBee é um aplicativo focado no bem-estar emocional para ajuda mútua entre os colaboradores de uma empresa.


A abelha é considerada um inseto social tanto pela sua diversidade – são pelo menos 20 mil espécies – quanto pelo modo de ficar em comunidade: em uma colméia de tamanho médio vivem cerca de 60 mil, se ajudando mutuamente e com papéis muito definidos durante todo o período de sua vida.


Não é à toa que a friendsBee, empresa especializada em saúde e educação emocional se inspirou no mundo animal para o nome e o desenvolvimento do seu modelo de negócio.


A abelha rainha, neste caso, é Andréa Destri, CEO e fundadora, com uma longa carreira na área de recursos humanos em empresas como Zurich Seguros, Santander e Scania.


Em mais de 20 anos de profissão, acompanhou as tensões causadas no ambiente corporativo ao mesmo tempo que as empresas não ofereciam suporte e nem um espaço seguro para a o desabafo. “Mesmo o setor de recursos humanos poderia ser tendencioso na hora de promover ou demitir uma pessoa que tivesse se queixado de pressão exagerada, stress, problemas familiares”, conta a executiva. “Todo mundo acaba tendo receio de dizer alguma coisa que pode, no futuro, prejudicar sua carreira e acaba guardando as emoções dentro dela”.


E foi assim que, em 2017, acabou desenvolvendo um câncer de mama de origem emocional. Durante todo o tratamento foi estudar o impacto que tinha este tipo de comportamento e as origens dos transtornos mentais que havia observado nas empresas.


Já curada, partiu para uma pesquisa mais apurada com 600 pessoas para investigar o que impedia o indivíduo de colocar para fora aquilo que incomodava. Os principais medos eram dos julgamentos, dos preconceitos, dos rótulos, das fofocas, do famoso “o que os outros vão pensar de mim”.


Juntou-se então Rogério Canto, que cuida da tecnologia e com a designer Vanessa Destri, para criar um aplicativo na qual, anonimamente, o participante pode escrever sobre o que lhe aflige e um outro apontar caminhos ou pelo menos acolher de forma afetuosa as dores reveladas.


Ao se inscrever, cada um cria um avatar e um beename – um apelido – que com a ajuda da inteligência artificial fará o match com quem precisa ou oferece ajuda. Criou-se, assim, uma rede de conforto sem pressão e censura, em um ambiente de cooperação: uma polinização do bem para cuidar do bem-estar emocional.


A ideia original foi uma das escolhidas para participar da aceleração do BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, dentre mais de 5000 mil inscritas. “Foi neste momento que tive a certeza que estava no caminho certo e que meu propósito, de fazer diferença real na vida das pessoas, começou a sair da incubadora e ganhar vida”. 


Também foi lá que percebeu que deveria contar com o aval das empresas para que efetivamente a mudança de cultura organizacional pudesse acontecer e os funcionários se empenhasse em amparar de peito aberto e usar de maneira construtiva a ferramenta.


logo do aplicativo Friends, o slogan do aplicativo é conexões que importam

“Atender diretamente a pessoa física ainda não está totalmente descartada, mas neste primeiro momento, foi a forma encontrada para evitar a entrada de haters e de ataques gratuitos que só vão na contramão do nosso objetivo”, esclarece Andréa. “Além disso, o contato da empresa facilita oferecer um pacote mais completo e relatórios que podem virar ações pontuais para a resolução de um problema específico”.


Das 14 empresas atendidas neste primeiro ano de funcionamento, em uma delas se notou, por exemplo, a existência do aumento de conflitos nas famílias por causa do convívio intenso no isolamento social provocado pela pandemia, o que fez a empresa em questão, oferecer os funcionários o acesso a terapia familiar. Com o pulso na mão das emoções, a organização pode agir corretivamente ou pró-ativamente.


Aliás, o que se percebeu é que no início da crise sanitária, os departamentos humanos contrataram assistência psicológica remota para intervir no “fogo do parquinho” que pegou todos de surpresa e que necessitava de uma operação imediata. 


De acordo com pesquisa realizada pela consultoria em recursos humanos Mercer Marsh Benefícios, o número de empresas brasileiras que buscaram serviços de psicologia para o bem-estar emocional de seus trabalhadores passou de 2,2 milhões, antes da pandemia, para 8,1 milhões, após a Covid-19. As consultas também cresceram de 6 mil para 14 mil no mesmo período.


Neste momento, passando os primeiros socorros, as companhias optam por soluções mais perenes que contribuíam para a reversão deste quadro.


No frigir dos ovos, o investimento na saúde emocional dos funcionários aumenta a produtividade, reduz custos de planos médicos, engaja time, retém talentos, melhora a cultura e o relacionamento.


Com a parceria do Instituto de Psiquiatria, a friendsBee atua em três frentes: na prevenção com a troca de experiências via APP; na educação emocional tanto para o time como para seus líderes e nos diagnósticos para possíveis interferências como a contratação de um serviço de psicologia on-line.


São oferecidas, ainda, palestras interativas e o programa “Humanize-se”, capacitando o indivíduo para o mundo B.A.N.I (Frágil, Ansioso, Não-linear e Incompreensível) com grupos de no máximo 8 pessoas com 3 encontros de 3 horas cada.


“O presenteísmo, aquele sentimento de não estar presente, tendo só o corpo ali na frente do computador e cabeça em outro lugar, tem se tornando um custo invisível e alto para as empresas”, relata Andréa.


“Queremos agir para que todos possam virar a chave da felicidade que não é um trabalho e sim, um jeito de como se encara a vida”.

mulher, de blusa branca, cachecol vermelho e óculos escuros, sorri e posa para a foto.

As emoções costumam se espalhar como uma radiação solar. Se uma pessoa tem pensamentos positivos, pode jorrar esse bem-estar, como fazem as abelhas.


Estima-se que uma colméia visite cerca de 35 milhões de flores por dia e que possa monopolizar a polinização de uma área de terra que correspondente a 800 campos de futebol. Imagina como isso pode realmente mudar o mundo.


Quer saber mais sobre essa rede social que se preocupa com o bem-estar emocional? Na quinta-feira (8/4), às 18h, no Instagram @SouMaturi, vai rolar mais um #MaturiTalks Live. E o Walter Alves vai conversar com a Andréa Destri sobre o tema: Educação Emocional na Maturidade. Participe!

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

Por Contato Maturi 20 mar., 2024
Ser mulher, para mim, é ter muita curiosidade sobre o que é ser homem. Eu sei o que é ter privilégios em um país tão desigual, sei o que é ser branca, ser pessoa sem deficiência e ter intactas as faculdades mentais. O único fator social privilegiado que não conheço é o de ser homem. Só me cabe imaginar. Imaginar o que é ter segurança ao sair de casa sem camisa, de short apertado sem medo da sombra, sem ficar olhando 360 graus para antecipar algum perigo à distância, não ser atacada por olhares invasivos. Como é que deve ser passar por um grupo de homens desconhecidos, juntos numa esquina, e não ter certeza que vão olhar para sua bunda? Como deve ser se juntar com amigos numa esquina à tarde e olhar ostensivamente para bundas que passam? Eu não sei como é sair de casa de dia, em um lugar tranquilo, com a plena segurança de que consegue se defender? Como deve ser nem ter essa preocupação diária. Ir para o trabalho sabendo que pode alcançar cargos de diretor, presidente, gerente, sem se preocupar com barreiras invisíveis e, por isso, intransponíveis. Como deve ser passar a juventude sem medo de engravidar? Não ter qualquer outro plano submetido à maternidade. Não ter ansiedade sobre a dor do parto, algo equivalente à sensação de 20 ossos quebrados todos de uma só vez? Não correr o risco de ter a vida e o corpo implacavelmente alterados por, no mínimo, um ano, independentemente de sua vontade. Algo que pode acontecer apenas porque a natureza quer e deve-se estar alerta aos seus desígnios, sem arbítrio sobre o corpo, a não ser que cometa um crime. Eu não quero dar a entender que a maternidade é ruim, eu adoro ser mãe e há mulheres tristes por não poderem ser. É que eu fico curiosa para saber o que é nem ter esse tipo de preocupação na vida, mensalmente. E esperar feliz a menstruação, algumas vezes acompanhada de dores equivalentes a um infarto. No caso, a hemorragia é externa e junta-se a ela a aflição com calças brancas, estoque de absorventes, datas de viagens à praia e atenção redobrada para não matar algum ser vivo. Fora agir de maneira a ninguém notar que isso tudo está acontecendo. O desejo não acaba com a idade, assim como a curiosidade. Será que a um homem acontece de, em quase toda interação com uma mulher desconhecida, avaliar se está ou não propondo intimidade por atos, palavras ou sinais? Vou dar um exemplo: será que um homem vai fazer as unhas e fica preocupado se a calça está apertada e a podóloga vai se sentir convidada a apalpar seu pênis? Será que um grupo de homens em viagem de carro, que precisem parar à noite em um posto de gasolina suspeito, depois de segurar por quilômetros o xixi, ficam com medo do frentista agarrá-los à força? É esse tipo de coisa que eu queria muito saber. Você pode dizer que, a essa altura da minha vida, eu já sei boa parte do que pergunto. Sim, mulheres da minha idade são objetos de pouca atenção, e a mesma natureza esfrega na nossa cara a indiferença. E é por esse motivo que nem posso saborear o entendimento, já que lido com toda a transformação de uma segunda adolescência. Ao contrário. O turbilhão hormonal acontece de novo, com alterações involuntárias desgastantes, no sentido exato da palavra. Ossos, articulações, cabelos, pele desgastados. Como deve ser a andropausa? Será que ela obriga o homem a se equilibrar entre a tristeza no olhar que vê no espelho e a desonrosa saudade do olhar de desejo dos outros? Não quero diminuir a tensão que envolve o papel dos homens na dança do acasalamento humano; mas será que esse jogo acaba para o homem do mesmo jeito que para a mulher? Porque para nós, antes do fim, o capitão do time te coloca no banco do nada. E você passa de artilheira para gandula, depois de cansar de ficar esperando alguém lhe dar bola. É muito melhor quando são eles que não dão mais conta de jogar e param, não antes de realizar uma última partida festiva com amigos convidados e mulheres na arquibancada, que ainda vão dizer que estão todos bem de cabelo branco. Toda esta minha curiosidade sem fim (diferente deste texto) fica, obviamente, dentro de uma limitação cisgênero e geracional. Pode ser que as jovens de agora não tenham nenhuma dessas perguntas, mas duvido que não tenham outras. E imagino que a mulher atual, com todas as suas manifestações e bandeiras, tenha ainda assim aguçada uma característica que, independentemente de ser um substantivo feminino, une os gêneros. Se existe algo realmente igualitário é a curiosidade.
Por Contato Maturi 15 mar., 2024
No mês em que celebramos a força, a resiliência e as conquistas das mulheres em todo o mundo, é crucial lembrarmos que a jornada da mulher não tem um ponto final aos 40, 50, 60 anos ou mais. Pelo contrário, é uma jornada contínua de crescimento, aprendizado e contribuição, independentemente da idade. Na Maturi, reconhecemos a importância de valorizar e empoderar as mulheres maduras, que trazem consigo uma riqueza de experiência, sabedoria e habilidades únicas. Neste mês da mulher, queremos destacar o papel vital que as mulheres maduras desempenham no mercado de trabalho e a sua potência ainda pouco explorada nos diferentes ecossistemas profissionais. No entanto, quando se fala em Dia Internacional da Mulher, além dos eventos comemorativos ao longo do mês (#8M) pouco se discute sobre a intergeracionalidade das mulheres como um diferencial. Sabe por que? Um dos grandes motivos é a falta de repertório. A Maturi vem tropicalizando nos últimos anos ( saiba mais ) uma data relevante do mês de abril: o Dia Europeu de Solidariedade entre Gerações. É um mês pouco explorado no Calendário da Diversidade de forma geral e que tem total conexão com as estratégias de educar e letrar as pessoas sobre o tema. Qual é a contribuição dos diferentes grupos identitários e de diferentes faixas etárias no ambiente profissional? A diversidade geracional traz uma variedade de perspectivas, ideias e abordagens que enriquecem qualquer equipe ou empresa. Em um mundo em constante mudança, onde a tecnologia e as práticas de trabalho evoluem rapidamente, a colaboração entre as gerações é fator crítico de sucesso. As mulheres maduras têm um papel fundamental a desempenhar nesse processo de colaboração, oferecendo não apenas sua experiência profissional, mas também sua capacidade de adaptação e resiliência. No entanto, ainda há desafios a serem superados. Muitas vezes, as mulheres maduras enfrentam maior discriminação no mercado de trabalho do que homens 50+. Um exemplo disso é que, segundo o estudo sobre Etarismo que a Maturi e EY lançaram em 2023, 32% das mulheres que responderam ao levantamento estavam desempregadas há mais de 1 ano enquanto os homens representavam 20%. Já parou para pensar que a interseccionalidade se torna mais cruel para os grupos subrepresentados? Ao comemorar o mês da mulher, te convidamos a refletir sobre o papel crucial das mulheres maduras em suas equipes e a considerarem como podem promover uma cultura de inclusão e colaboração intergeracional. Não se esqueça que essa celebração não pode ocorrer 1x por ano, ou seja, somente no calendário que o mercado reconheça. Recomendamos, fortemente, que inclua o mês de Abril em seu planejamento como um possível mês que represente o pilar de gerações. #valorizeaidade #mulheresmaduras #mulheres50+ #8M #longevidade #maturidade #mesdasmulheres #diversidadeetaria #intergeracionalidade #combateaoetarismo
27 fev., 2024
Entre escolhas e redescobertas, a jornada de transformação da vida pela escrita aos 55
Share by: