Previsões para 2021: vida e carreira
Num momento em que muitos se apegam às previsões para 2021, resolvi dar minha contribuição, começando com uma reflexão:
Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes – Albert Einstein
Dos lugares-comuns, um dos mais conhecidos é aquele em que se acredita que a mera mudança anual do calendário – de 31 de dezembro para 1º de janeiro – seja capaz de provocar, grandes ou mesmo pequenas, mudanças em nossas vidas.
Sabemos que não é assim. Por experiência vivida ou por ouvir dizer, mas, nestes casos, empirismo e conselhos ficarão para as calendas gregas.
Curiosidade: as calendas – de onde originou a palavra calendário – eram o primeiro dia do mês romano e eram inexistentes no calendário grego, portanto, é uma expressão que indica algo que jamais ocorrerá.
A tentação de esquecer a dura realidade é maior que enfrentá-la, mesmo que, sabidamente, nos deixemos enganar.
Os Réveillons são prova disso. O de 2020, então, nem se fala. As mudanças desejadas para uma nova vida e mentalizadas nos saltos das sete ondas, muito provavelmente não ocorreram por alterações no contexto que não controlamos.
E veio a Covid-19 com sua força arrasadora e incomparável com qualquer hipérbole ou outra figura de linguagem.
É mais provável que daqui para frente os efeitos da pandemia sejam usados como metáfora. Pois, se alguém – visionário, cartomante ou quiromante – nos dissesse que haveria uma pandemia mundial alterando nossas vidas de forma impensável e que, segundo a Wikipedia, mataria em todo o mundo – até 11/12 – 1,6 milhão de indivíduos com mais de 70 milhões de infectados, pouquíssimos acreditariam, e o restante os acusaria de enlouquecimento ou infiltrados de uma organização política ou seita para desestabilizar nossas organizadas e pacatas vidas.
No Brasil, até a mesma data, segundo levantamento parcial do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, houve mais de 180 mil mortes com mais de 6,8 milhões de diagnósticos positivos.
Em março, quando foi decretado o isolamento social, acreditávamos que, se cumpríssemos o solicitado, em agosto poderíamos sair de casa.
Em junho esta previsão foi alterada para outubro. Agora em dezembro, a suposição é que deveremos nos preparar para continuar a viver em dificuldades, pelo menos, até o final de 2021.
É importante que se diga que este cenário é fruto do crédito que depositamos na vacinação em massa dos brasileiros após confirmações das notícias mais aguardadas dos últimos meses no mundo: as aprovações de vacinas contra a Covid-19.
Mas enquanto em países como a Inglaterra a vacinação iniciou no dia 08/12, aqui, nos demos conta que faltam ao governo brasileiro vacinas, seringas e um plano nacional de vacinação para imunizar os mais de 212 milhões de habitantes – população projetada pelo IBGE, em 11/12/2020.
Leitoras e leitores, temos, pelo menos, um cenário previsto e sem mais o direito de afirmar desconhecimento do que virá pela frente.
Então, como estaremos no próximo ano? Ou melhor, como queremos estar em 2021? O que faremos de nossas vidas e carreiras?
A epígrafe do artigo é perfeita para nosso pontapé inicial. A frase de Albert Einstein desestimula toda e qualquer tentativa de continuarmos a repetir o que não vem dando certo.
Não é o caso de paralisarmos frente ao cenário e muito menos nos manter acreditando que tudo mudará pra melhor na mudança anual do calendário.
A sabedoria não está no pragmatismo absoluto e nem na magia cega. Podemos dosar uma mistura e obter o que chamaremos de pragmatismo mágico e com isso nos organizarmos e planejarmos, minimamente, o ano de 2021. Que tal?
Minha ideia é utilizarmos o princípio do Yin e Yian conceituado como sendo duas forças opostas e complementares que, do equilíbrio dinâmico entre elas, surgem movimentos e mudanças.
Por certo não conseguiremos planejar todos os nossos passos, pois o próprio princípio nos ensina que ao nos movimentarmos mudanças inesperadas ocorrem e daí a necessidade de nova adequação do planejado.
Como somos, individualmente, diferentes, precisamos, diferentemente viver, nos organizar e nos planejarmos para nossa vida e carreira.
Isto é o contrário da autoajuda que utiliza da mesma receita para qualquer pessoa em variados contextos. Portanto, não adianta tentarmos algo que para minha irmã deu certo ou negarmos o que para meu vizinho deu errado.
Nossa singularidade nos empurra para a busca individual, nos empurra para o autoconhecimento e para os limites do contexto.
Logo, é preciso arregaçar as mangas pra pensar e decidir o que queremos pra nossas carreiras e o que queremos pra nossas vidas.
E corra, corra, dia 31 já está logo ali.
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