Preconceito contra profissionais mais velhos é cada vez menor

Contato Maturi • 2 de agosto de 2016

Se o indivíduo se mantiver atualizado, trouxer competências e tiver visibilidade, não há por que parar


Lucy Kellaway, uma veterana colunista do Financial Times, escreveu dias atrás um artigo no qual pergunta onde estão as pessoas com 50 anos ou mais no mercado de trabalho. Resposta dela: ou são CEOs ou estão tentando ficar invisíveis em cargos mais baixos para não serem notadas nas empresas – e demitidas. Será?


O problema não é novo. Em 2007, uma pesquisa da consultoria de recursos humanos Manpower em 25 países, com mais de 28 mil empregadores, já mostrava que somente 14% das empresas tinham estratégias para contratar pessoas acima de 50 anos e 21% trabalhavam ativamente para manter esses profissionais nas organizações.


Com o envelhecimento das populações em países relativamente jovens, contudo, a situação está mudando depressa – o que talvez escape ao radar de uma jornalista britânica. Nos Estados Unidos, por exemplo, até 2020 os trabalhadores com 55 anos ou mais serão responsáveis por 25% da força de trabalho, em comparação aos 13% do ano 2000, segundo o Centro de Estudos sobre Longevidade de Stanford.


O Brasil, onde 35% da população já tem 40 anos ou mais, chegou a estar na contramão dos países desenvolvidos nos anos de crescimento econômico acelerado. Em meio ao então chamado “apagão de talentos”, pessoas com 50 anos ou mais ganharam espaço no mercado de trabalho. Ao final de 2011, segundo o IBGE, essa faixa da população representava 22% dos trabalhadores ocupados no país.


Com a crise econômica e o aumento do desemprego, a situação se complica para todas as faixas etárias e a competição pode ser cruel com quem é visto como menos capaz de fazer o trabalho que antes era dividido por três ou quatro pessoas. Mesmo assim, o preconceito contra profissionais mais velhos é cada vez menor.


A consultora Vicky Bloch, referência em desenvolvimento de carreira no Brasil, oferece dois exemplos atuais de sucesso profissional na “terceira idade”. Um é o doutor Ruy Bevilacqua, superintentende de Serviços Médicos do Hospital Beneficência Portuguesa.


Ele foi recrutado aos 77 anos, no Hospital São Luiz. Está com 79, cheio de planos e responsabilidades. O outro é Alexandre Silva, presidente do conselho da Embraer aos 72 anos, depois de aposentado pela GE.


A grande mudança, acredita Vicky, é que, como ficou evidente que vamos viver mais tempo, as pessoas estão começando a se preocupar mais cedo com a longevidade profissional. “Hoje, o cara chega aos 50 vendo pessoas com 70 que estão mantendo uma atividade profissional com sentido, e não só para preencher o tempo”, diz ela. Portanto, começam a se preocupar em como fazer a mesma coisa.


Para Vicky, se o indivíduo se mantiver atualizado, trouxer competências que foram experimentadas em ambientes complexos e tiver visibilidade, não há por que parar. “Quem se esconde é quem não tem o que vender”, afirma ela. Há, sim, uma dificuldade de sobrevivência corporativa para quem chega aos 50 sem ter alcançado pelo menos o terceiro nível hierárquico numa empresa. Empreendedorismo e consultoria, porém, são opções perfeitamente factíveis.


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