Como se manter saudável e continuar aprendendo
Confira como foi o primeiro dia de palestras do MaturiFest 2020 que teve como encerramento um painel com Abilio Diniz.
Como se manter saudável e continuar aprendendo? O primeiro dia do MaturiFest 2020, Festival de Trabalho e Empreendedorismo para pessoas 50+, teve como tema “O futuro não é mais como era antigamente”, que abordou o envelhecimento, velocidade de informação, conectividade e futuro do trabalho. A abertura foi conduzida por Mórris Litvak que deu as boas-vindas, contou da evolução da Maturi e adiantou as novidades da MaturiAcademy.
Depois Alexandre Kalache (leia aqui um artigo no Blog escrito por ele), referência em envelhecimento e longevidade e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-Brasil), e Mara Luquet, jornalista especializada em finanças e economia abriram o painel “Reinventando o envelhecer pós-pandemia”.
O ex-diretor da OMS ressaltou a desigualdade econômica, o preconceito e a precarização do trabalho dos mais velhos. “Estamos vivendo uma verdadeira pandagonia com uma ruptura do pacto geracional. Temos de valorizar a riqueza de sabedoria e experiência que só o idoso tem”.
A receita para envelhecer bem, segundo o médico, se baseia em ter saúde, conhecimento, um espaço de participação na sociedade, além de proteção e segurança.

Conectar com suas competências foi o conselho dado por Alexandre Pellaes, mestre em psicologia do trabalho, durante o painel “O trabalho mudou. E você?”– Uma visão atualizada do significado do trabalho”, mediado pelo Head da curadoria de conteúdo do hub de inovação do Bradesco, InovaBra Habitat, Junior Thonon.
Pellaes sugeriu que cada um revisitasse a sua própria história para entender seus aprendizados e desafios e indicou o site 16 personalidades para fazer um teste mais profundo. Para o palestrante e fundador da consultoria de desenvolvimento Exboss, autorrealização, foco e empatia são três as competências essenciais para se viver em um mundo VUCA – acrônimo para Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade.
E o que você estará fazendo em 2050? Com essa provocação a mediadora Naiara Corrêa abriu o painel “Futuro do Trabalho – O que vem pela frente?” Coube aos participantes e futuristas Andrea Bisker, Gui Rangel e Gustavo Machado responder.
Para Andrea, fundadora & CE0 da Spark:off, consultoria em inovação e tendências, o modelo de trabalho será a base de projetos e freelancers e as qualidades mais valorizadas serão aquelas ligadas à emoção, pois para as tarefas braçais e repetitivas, haverá os robôs e processos automatizados.
“É fundamental lembrar que o futuro quem faz somos nós. O que virá amanhã depende das ações que tomamos hoje.
A responsabilidade está nas nossas mãos.”
A vida será mais minimalista, na visão do Machado, palestrante e mentor de Inovação, Empreendedorismo e Futurismo. Uma renda mínima universal vai possibilitar que todas tenham as suas necessidades básicas suprimidas e assim será possível valorizar mais a saúde.
Adepto da prática de sprint, na qual se dedica intensamente de 30 a 45 minutos ao trabalho e usa os 15 minutos restantes para outras atividades, reforça que a meditação deve ser parte constante desta rotina.
Rangel, futurista, pesquisador, startupper e scifi experience designer, afirma que o aprendizado deve ser perene independente da idade e que o vale é buscar formação de acordo com às necessidades do mercado e não, o contrário. “Hoje e no futuro, temos de encarar a mudança de empregabilidade x liberdade. Passaremos de home office para anywhere office e seremos o senhor de história que criamos”
Foi assim a trajetória de Sandra Chemin, que resolveu morar em um veleiro com a família onde alfabetizou as filhas até ancorar na Nova Zelândia e fundar a Future You, que orienta pessoas e empresas a navegar no futuro do trabalho. Ela conta sua trajetória no painel “A vida não para aos 50: Lifelong Learning” conduzido por Ana Thê Campos e com a presença de Dante Freitas, co-Founder da Stape Music, Endless Learning, IKONE Global Social League e Gravidade Zero.
Sandra listou algumas lições para nos guiar rumo ao futuro: ter liderança pessoal sendo protagonista da sua própria trajetória; ser curioso para continuar aprendendo seja no modo online, global ou imersivo; começar a aprendizado com você com um profundo mergulho no autoconhecimento; transforma sua vida pessoal e profissional em um aprendizado constante e perene; encontrar sua tribo para ter o sentimento de pertencimento com aqueles que tem os mesmo valores e objetivos que você e por fim; passar adiante o que sabe. Citou a palavra ako na língua nativa maori que significa aprender e ensinar sendo uma coisa só.
Dante, por sua vez, propõe “dar um zoom out” para poder olhar do alto e ter uma visão macro do que realmente está acontecendo com o mundo.
E a primeira visão deve ser interna a fim de que se possa viver em máxima potência. Segundo ele, as tendências do universo particular de cada um são: valorizar a sabedoria em detrimento ao intelecto; intensificar a inteligência do coração; procurar viver com naturalidade; se reconhecer no outro; buscar um propósito a partir de um grupo de pessoas e acreditar na impermanência da vida. “Temos que definir a partir do indefinido”, sentencia.
Assista o MaturiTalks Live que fizemos em março com a Sandra Chemin. É só apertar o play:
Para encerrar o primeiro dia do MaturiFest 2020, Mórris Livtak bateu um longo papo com Abilio Diniz, que com 83 anos, preside o Conselho de Administração da Península Participações, empresa de investimentos de sua família, do Carrefour Global e Carrefour Brasil.
O tema do painel foi “Falando em longevidade com qualidade”. A primeira lição do bem sucedido empresário foi lembrar que “envelhecer é uma certeza, envelhecer bem é uma escolha” e para isso, há algumas regrinhas básicas que pode ajudar como atividade física – prefira os exercícios para as pernas pois vai depender delas para evitar quedas, manter o equilíbrios e não ter limites de mobilidade; alimentação saudável, controle de stress e uma boa saúde.
Apesar de estar otimista com relação a crise, citando uma frase de sua mãe que “não há bem que sempre dure e mal que nunca acabe” não acredita em mudanças muito radicais porque “as pessoas não mudaram e sem isso, não há mudanças significativas”. Para ajudar as pessoas no processo de envelhecimento criou junto com a esposa, Geyze, o portal Plenae com conteúdos para uma vida longa e com qualidade. Aliás, o amor pela família foi um dos pontos destacados por ele para o bem-viver. Com relação ao idadismo, foi categórico:
“preconceitos existem para serem quebrados.”

Ganhamos até conteúdo diferenciado de um participante do evento, o Márcio Reiff, que registrou visualmente e com muita criatividade, os principais tópicos da palestra de abertura com Alexandre Kalache. Para quem quiser saber mais do trabalho do Márcio, aqui o site dele: https://www.marcioreiff.com/

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