As gerações e os aprendizados nos tempos de crises

Fernando Dias • 16 de março de 2020

 A caracterização de uma geração, mais do que os referenciais de datas de nascimento, é fundamentalmente construída pelas vivências e situações ocorridas na fase de sua formação.


Os fatores econômicos, políticos, culturais e sociais presenciados pelo conjunto de indivíduos, influenciam fatalmente a sua forma de ver e compreender o mundo e por consequência, a sua tomada de decisão. Com certeza as experiências posteriores à fase de formação de uma nova geração trarão novos referenciais e necessidades de ajustes e adaptações. 


Com relação ao universo do trabalho, conseguimos perceber essas influências. A entrada da geração Baby Boomer no mercado aconteceu em momentos de forte urbanização e de ciclos de crescimento econômico, aliados a uma visão de carreira a longo prazo, de preferência permanecendo numa mesma boa empresa até se aposentar.


Esse cenário de previsibilidade começou a ser alterado pela crise do petróleo no início dos anos 1970 e continuou a ser intensificado com as sucessivas crises econômicas vividas nas décadas seguintes. Essa evolução obrigou essa geração a se ajustar a um ambiente de incertezas e mudanças, requerendo ajustes nos seus referenciais de carreira. 


Já a geração X entrou no mercado de trabalho exatamente no auge das crises e mudanças de planos econômicos. Com um maior nível de formação acadêmica, essa geração encontrou um mercado recessivo e com oportunidades de carreira em poucos setores.


Esse cenário levou esses profissionais aprenderem a cuidar e conduzir a sua carreira de forma, assumindo o seu controle. A carreira passou a ser do profissional e não mais condicionada a um vínculo com uma empresa, mas sim nas oportunidades. 


Com a estabilização econômica no Brasil e os impactos do processo de globalização o cenário do ambiente de trabalho foi sendo alterado, refletindo na economia os resultados da estabilização da moeda e ampliando as oportunidades de desenvolvimento das carreiras.


É nesse cenário que a geração Y se inseriu no mundo do trabalho. Exatamente num período de escassez de mão de obra, aumento da demanda por profissionais e ambientes organizacionais voltados a atrair e reter esses profissionais. 


No momento em que o cenário econômico e político brasileiro se deteriorou trazendo um ciclo de crise ao país, a geração Y acabou tendo que viver pela primeira vez na sua formação, um período de dificuldades e obstáculos à evolução da sua carreira.


Descobrindo que as empresas também fazem corte de pessoas, reveem as prioridades de seus projetos, adiam investimentos, fazem ajustes nos programas de benefícios e também nos seus planos de desenvolvimento.


Essa situação confirma a máxima de que nas crises podemos aprender muito. Apesar de aspectos e impactos das crises, essa com certeza será uma grande oportunidade para todos aprendermos a enfrentar as dificuldades e os obstáculos, mantendo o equilíbrio e encontrando maneiras de atravessar esse período. Talvez seja o momento de intensificar a descoberta de novos caminhos. 


Cabe no momento relembrarmos alguns pontos que às vezes esquecemos, mas que as crises nos fazem relembrar: 


1- O princípio básico da economia é a confiança dos agentes econômicos;

2- A vida funciona em ciclos; 

3- Política e economia são indissociáveis, e extremamente inter relacionados;

4- É sempre tempo de se reinventar profissionalmente…


Vamos juntos?



#RevoluçãoMaturi 



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